EXPERIÊNCIAS A PARTIR DO COMPONENTE PROCESSOS DE ENCENAÇÃO COMO PISTAS PARA PRÁTICAS DECOLONIAIS
Resumo
Este artigo versa sobre reflexões emergentes a partir de nossas experiências, como professora e como estudantes, no componente curricular Processos de Encenação, desenvolvido no primeiro semestre de 2023, na Escola de Teatro/Universidade Federal da Bahia (UFBA). Tal componente, por seu caráter teórico-prático e por abarcar múltiplas perspectivas e muitos saberes envolvidos na criação de um espetáculo, suscitou que fossem colocados em prática modos mais dialógicos e horizontalizados de criação, valorizando as singularidades dos estudantes, desenvolvendo interesse pela pesquisa da linguagem, por práticas pedagógicas diferenciadas e por processos artísticos colaborativos, que em alguns casos se desdobraram para além do curso. Nesta escrita, compartilhamos as possibilidades de uma pedagogia que, buscando tirar a figura da professora do centro, coloca em evidência o conhecimento, as singularidades, os gostos e as experiências dos estudantes, em prol da difusão e criação de saberes e práticas sobre a encenação, seus processos, poéticas, estéticas, matrizes culturais. O curso resultou na criação de uma diversidade de cenas, que recorrem a distintas perspectivas cênicas: musical, cordel, performance, teatro físico, teatro de improviso e outros, com alguns estudantes criando desdobramentos a partir dessas experiências. Embora o termo decolonial não tenha sido mencionado durante as aulas da professora e pesquisadora Ana Paula Penna, orientadora do processo aqui descrito, questionamentos sobre o que seriam práticas pedagógicas decoloniais atravessaram a experiência, dando pistas sobre esta perspectiva. A experimentação se sustentou em algumas referências fundamentais: a noção de experiência, de Jorge Larrosa Bondía; as discussões acerca do surgimento do encenador – nas perspectivas de Jean-Jacques Roubine e Walter Lima Torres Neto; as Pedagogias das Encruzilhadas, de Luiz Rufino; a educação para a liberdade, de bell hooks; além da Pedagogia da Autonomia, de Paulo Freire. PALAVRAS-CHAVE: Pedagogias do Teatro. Processos de Encenação. Pedagogias Decoloniais. Processo de Criação. Processualidade.
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