OCUPAR E FOMENTAR, DESCENTRALIZAR E DIFUNDIR Atuação do grupo Teatro Experimental de Artes no ensino das Artes Cênicas no estado de Pernambuco

Autores

  • José Jackson Silva

Resumo

Este artigo apresenta uma breve reflexão sobre o trabalho do grupo Teatro Experimental de Artes (TEA) da cidade de Caruaru- PE. Grupo que há 55 anos se dedica às Artes Cênicas e à formação de jovens e estudantes, a partir do legado cultural obtido na década de 60 que tinha por lema: Teatro, Educação e Cultura para a emancipação social do povo. Na esteira dos movimentos contraculturais que eclodiram no período, o Teatro Experimental de Artes, além de oferecer aulas de teatro para a comunidade, lançou o Festival de Teatro Estudantil do Agreste – FETEAG – que surgiu com o objetivo de levar oficinas de teatro para dentro das escolas públicas e incentivar os alunos a ingressarem nas Artes Cênicas e, através delas, transformarem sua realidade. Com essa metodologia de trabalho, o TEA tomou para si a tarefa de ocupar as ociosas aulas de artes das escolas públicas, com aulas de iniciação teatral e, como resultado dessas aulas, teria uma mostra competitiva, na qual as escolas apresentariam suas produções à classe estudantil e à sociedade, a exemplo dos jogos escolares. E por ter ações contínuas de estímulo à pesquisa e formação no domínio das Artes Cênicas, o Teatro Experimental de Artes vem proporcionando uma visível sensibilização do público e dos jovens, em especial. Deste modo, o TEA proporciona uma formação artística consistente; fomenta a formação de plateia; dissemina as técnicas e estéticas do teatro por diversas cidades do Estado de Pernambuco; contribui para a formação professores de teatro para atuarem nas escolas públicas; proporciona uma integração de artistas regionais com grupos e espetáculos consagrados dos principais centros do país e, ainda, promove a descentralização das Artes Cênicas produzidas no Brasil. Firmando-se, portanto, como um importante centro de formação e difusão em Artes Cênicas do Estado de Pernambuco. A metodologia desenvolvida nesse trabalho se baseia na trajetória do TEA em diálogo como os fundamentos do Movimento de Cultura Popular (MCP) e do Centro Popular de Cultura (CPC), entidades que fizeram história no fomento e difusão das artes na década de 60 no Brasil. Por fim, constatamos que alheio ao tempo o TEA resiste na tentativa de alcançar seu objetivo utópico de uma sociedade menos desigual, utilizando arte e educação como veículo para tal transformação.

Palavras Chave: Arte-educação. Cultura Popular. Festival de Teatro. Teatro.

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Biografia do Autor

José Jackson Silva

José Jackson Silva é doutorando do Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS; Mestre em Artes Cênicas pela Universidade Nova de Lisboa- UNL; Bacharel em Teatro pela Universidade Federal da Bahia – UFBA. Atua como Diretor, Ator e Iluminador cênico

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Publicado

2020-02-07