UM SENTIMENTO TÃO FEIO QUANTO O TORPOR
DOI:
https://doi.org/10.9771/ell.i70.44081Palavras-chave:
Afetos, Estudos queer, Chelsea Girls, Eileen Myles, TorporResumo
Este trabalho tem como objetivo analisar de que formas o torpor, um afeto tradicionalmente lido como negativo, pode ser útil quando se interrogam as estruturas sociais heteronormativas. Para tal, uma leitura do torpor na obra Chelsea Girls de Eileen Myles é realizada com o intuito de sublinhar as interpretações do estado de entorpecimento nas interações da protagonista da obra com o mundo ao seu redor. Considerando as contribuições de Muñoz (1999), Despentes (2016), Ahmed (2010) e outros, pode-se concluir que o torpor é um afeto complexo que, em negociações que não estão isentas de sofrimento, revela inconsistências no cenário social político ao questionar o que se convencionou chamar de “sentimentos bons”. Desta forma, o torpor se torna um “sentimento feio” com usos políticos possíveis.
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