UM SENTIMENTO TÃO FEIO QUANTO O TORPOR
DOI:
https://doi.org/10.9771/ell.i70.44081Parole chiave:
Afetos, Estudos queer, Chelsea Girls, Eileen Myles, TorporAbstract
Este trabalho tem como objetivo analisar de que formas o torpor, um afeto tradicionalmente lido como negativo, pode ser útil quando se interrogam as estruturas sociais heteronormativas. Para tal, uma leitura do torpor na obra Chelsea Girls de Eileen Myles é realizada com o intuito de sublinhar as interpretações do estado de entorpecimento nas interações da protagonista da obra com o mundo ao seu redor. Considerando as contribuições de Muñoz (1999), Despentes (2016), Ahmed (2010) e outros, pode-se concluir que o torpor é um afeto complexo que, em negociações que não estão isentas de sofrimento, revela inconsistências no cenário social político ao questionar o que se convencionou chamar de “sentimentos bons”. Desta forma, o torpor se torna um “sentimento feio” com usos políticos possíveis.
Downloads
Riferimenti bibliografici
AHMED, Sara. The Promise of Happiness. Durham: Duke University Press, 2010.
BERLANT, Lauren. Cruel Optimism. Durham: Duke University Press, 2011.
BOURCIER, Sam. Homo Inc.Orporated: O triângulo e o unicórnio que peida. Tradução de Marcia Bechara. São Paulo: n-1 edições, 2020.
BUTLER, Judith Butler. Problemas de Gênero: Feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.
DESPENTES, Virginie. Teoria King Kong. Tradução de Márcia Bechara. São Paulo: n-1 edições, 2016.
HALBERSTAM, Jack. A Arte Queer do Fracasso. Tradução de Bhuvi Libanio. Recife: CEPE, 2020.
HALBERSTAM, Jack. Gaga Feminism: Sex, gender, and the end of normal. Boston: Beacon Press, 2012.
HALBERSTAM, Judith (Jack). In a Queer Time & Place: Transgender bodies, subcultural lives. New York: New York University Press, 2005.
HURN, Rachel. Marks on Paper: Eileen Myles’s Chelsea Girls. The Paris Review, New York, 2013. Disponível em https://www.theparisreview.org/blog/2013/03/14/marks-on-paper-eileen-myles-chelsea-girls/. Acesso em 02 Jul. 21.
KIPNIS, Laura. Against Love: A polemic. New York: Vintage Books, 2004.
KLINGER, Diana. Literatura e Ética: Da forma para a força. Rio de Janeiro: Rocco, 2014.
LOVE, Heather. Feeling Backward: Loss and the politics of queer history. Cambridge & London: Harvard University Press, 2009.
MENEZES, Léa Santana de. Quando o obsceno compõe a cena: outras feminidades para compor novos feminismos. In: SOARES, Mayana Rocha; BRANDÃO, Simone; FARIA, Thais (Orgs.). Lesbianidades Plurais: Outras produções de saberes e afetos. Salvador: Editora Devires, p. 119-128, 2019.
MUÑOZ, José Esteban. Disidentifications: Queers of color and the performance of politics. Minneapolis e Londres: University of Minnesota Press, 1999.
MYLES, Eileen. Chelsea Girls. Tradução de Bruna Beber. São Paulo: Todavia, 2019.
NGAI, Sianne. Ugly Feelings. Boston: Harvard University Press, 2005.
TACKETT, Justin. Stanford scholars debate the moral merits of reading fiction. Stanford Report, Stanford. 2014. Disponível em https://news.stanford.edu/news/2014/february/morals-ethics-literature-022114.html. Acesso em 02 Jul. 21.