À LA RECHERCHE DE L’UNIVERSITÉ POPULAIRE: réflexions sur une possible rencontre positive entre recherche anthropologique, éducation populaire et agroécologie

Auteurs

  • Spensy Kmitta Pimentel Universidade Federal do Sul da Bahia, Campus Sosígenes Costa. Centro de Formação em Artes e Comunicação (CFAC) https://orcid.org/0000-0001-7256-9384

DOI :

https://doi.org/10.9771/ccrh.v36i0.52249

Mots-clés :

Education populaire, Université populaire, Rencontre de savoirs, Décolonisation épistémique, Agroécologie

Résumé

A partir de questões suscitadas por pesquisas de campo junto à rede multiétnica, conhecida como Teia dos Povos, e de experiências pregressas com o povo Kaiowá e Guarani, o artigo discute, em diálogo com a experiência inovadora da Universidade Federal do Sul da Bahia, como certas reivindicações populares por mudanças na educação podem nos conduzir às formulações propostas, nas últimas décadas, pela educação popular e como elas demandam das instituições universitárias uma transformação que se conjuga com esse campo de saberes e práticas. Em um nível epistemológico, demonstramos como a educação popular compartilha questões com a antropologia contemporânea na América Latina, apontando possíveis soluções para impasses dessa disciplina que, ao fim e ao cabo, representam desafios para a própria instituição universitária. Esses desafios têm disparado processos internos nas universidades nas últimas décadas que, atualmente, se agudizam em função de uma revolução epistemológica e ontológica em curso, a agroecologia.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur

Spensy Kmitta Pimentel, Universidade Federal do Sul da Bahia, Campus Sosígenes Costa. Centro de Formação em Artes e Comunicação (CFAC)

Professor no Centro de Formação em Artes e Comunicação (CFAC) da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), é mestre e doutor em Antropologia pela Universidade de São Paulo (USP) e graduado em Jornalismo, também pela USP. É autor de O índio que mora na nossa cabeça: sobre as dificuldades para entender os povos indígenas (Prumo, 2012) e correalizador de diversos documentários, como Monocultura da fé (Canal Futura, 2018).

Références

ABA – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AGROECOLOGIA. Quem somos. ABA, Rio de Janeiro, [20--]. Disponível em: https://aba-agroecologia.org.br/sobre-a-aba-agroecologia/sobre-a-aba/ Acesso em: 11 dez. 2022.

» https://aba-agroecologia.org.br/sobre-a-aba-agroecologia/sobre-a-aba/

AITERWEGMAIR, K. et al. Recreando agri-cultura: conocimientos agroecológicos e identidades campesinas en un proceso de educación-investigación-acción en Chiapas, México. Revista Brasileira de Educação do Campo, Tocantinópolis, v. 6, p. 1-30, 2021.

ALBERT, B. “Situação etnográfica” e movimentos étnicos: notas sobre o trabalho de campo pós-malinowskiano. Campos, Curitiba, v. 15, n. 1, p. 129-144, 2014.

BENINCÁ, D.; CAMPOS. F. S. Extensão popular: uma proposta transformadora para a educação superior. Dialogia, São Paulo, n. 27, p. 145-156, 2017.

BENINCÁ, D.; NEVES, F. M. Extensão universitária popular e integração social na Feira da Agricultura Familiar. In: TUGNY, R. P.; GONÇALVES, G. (org.). Universidade popular e encontro de saberes. Salvador: Edufba, 2020. p. 463-474.

BENITES, T. Rojeroky hina ha roike jevy tekohape (rezando e lutando): o movimento histórico dos Aty Guasu dos Ava Kaiowa e dos Ava Guarani pela recuperação de seus tekoha. 2014. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.

BOTELHO, M. I. V.; CARDOSO, I. M.; OTSUKI, K. “I made a pact with God, with nature, and with myself”: exploring deep agroecology. Agroecology and Sustainable Food Systems, London, v. 40, n. 2, p. 116-131, 2016.

BRANDÃO, C. R. (org.). Pesquisa participante. São Paulo: Brasiliense, 1981.

BRANDÃO, C. R. (org.). Repensando a pesquisa participante. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.

BRANDÃO, C. R.; SILVA, P. N.; ROMANO, P. Centenário de Paulo Freire: aportes para se pensar a educação superior na atualidade – Entrevista especial com o professor Carlos Rodrigues Brandão. Revista Docência do Ensino Superior, Belo Horizonte, v. 11, p. 1-15, 2021.

BRASIL. Senado Federal. LDB: lei de diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Senado Federal, 2017. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529732/lei_de_diretrizes_e_bases_1ed.pdf Acesso em: 6 mar. 2023.

» https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529732/lei_de_diretrizes_e_bases_1ed.pdf

CARVALHO, J. J.; VIANNA, L. C. R. O encontro de saberes nas universidades: uma síntese dos dez primeiros anos. Revista Mundaú, Maceió, n. 9, p. 23-49, 2020.

ENGELMANN, S. Iala Amazônico é um marco de resistência contra o capital, aponta dirigente Sem Terra. MST, [s. l.], 23 nov. 2018. Disponível em: https://mst.org.br/2018/11/23/iala-amazonico-e-um-marco-de-resistencia-contra-o-capital-aponta-dirigente-sem-terra/ Acesso em: 8 dez. 2022.

» https://mst.org.br/2018/11/23/iala-amazonico-e-um-marco-de-resistencia-contra-o-capital-aponta-dirigente-sem-terra/

FERREIRA, J.; FELÍCIO, E. Por terra e território: caminhos da revolução dos povos no Brasil. Arataca: Teia dos Povos, 2021.

FREIRE, P.; ILLICH, I. Diálogo Paulo Freire-Ivan Illich. Buenos Aires: Búsqueda, 1975.

GARCÍA LÓPEZ, V. et al. Seed sovereignty and agroecological scaling: two cases of seed recovery, conservation, and defense in Colombia. Agroecology and Sustainable Food Systems, London, v. 43, n. 7-8, p. 827-847, 2019.

GONZÁLEZ, R. J. Towards mercenary anthropology? The new US Army counterinsurgency manual FM 3-24 and the military-anthropology complex. Anthropology Today, [s. l.], v. 23, n. 3, p. 14-19, 2007.

GORDON, E. T. Anthropology and liberation. In: HARRISON, F. V. (ed.). Decolonizing Anthropology: moving further toward an Anthropology for liberation. Washington, DC: Association of Black Anthropologists, 1991. p. 149-167.

ILLICH, I. Sociedade sem escolas. Petrópolis: Vozes, 1985.

KUPER, A. Antropologia e colonialismo. In: KUPER, A. Antropólogos e antropologia. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1978. p. 121-145.

LECLERC, G. Anthropologie et colonialisme. Paris: Librairie Arthème Fayard, 1972.

LIMA, F.; SANTOS, M. C. R. Dois acadêmicos na luta pelas cotas e contra o racismo nas universidades. In: TUGNY, R. P.; GONÇALVES, G. (org.). Universidade popular e encontro de saberes. Salvador: Edufba, 2020. p. 89-94.

LIMA, M. C. A. Pra aprender tem que botar sentido: diálogos sobre despossessão, terra e conhecimento com mestres do assentamento Terra Vista – BA. 2017. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2017.

LÓPEZ Y RIVAS, G. Estudando a contrainsurgência dos Estados Unidos: manuais, mentalidades e o uso da antropologia. Goiânia: Imprensa Universitária, 2018.

MCFADDEN, S. Deep agroecology: farms, food, and our future. [S. l.]: Light and Sound Press, 2019.

MELO NETO, J. F. (org.). Extensão popular. 2. ed. João Pessoa: Editora da UFPB, 2014.

MENEZES, P. D. R.; GÓES, E. D. A. Universidade pública e integração social. In: TUGNY, R. P.; GONÇALVES, G. (org.). Universidade popular e encontro de saberes. Salvador: Edufba, 2020. p. 175-220.

MORA BAYO, M. Producción de conocimientos en el terreno de la autonomía: la investigación como tema de debate político. In: BARONNET, B.; MORA BAYO, M.; STAHLER-SHOLK, R. (coord.). Luchas “muy otras”: zapatismo y autonomía en las comunidades indígenas de Chiapas. Ciudad de México: Universidad Autónoma Metropolitana, 2011. p. 79-110.

PAVELIC, N. L. B. Aprender e ensinar com os outros: a educação como meio de abertura e de defesa na Aldeia Tupinambá de Serra do Padeiro (Bahia, Brasil). 2019. Tese (Doutorado em Cultura e Sociedade) – Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2019.

PIASENTIN, F. B. O sistema cabruca no sudeste da Bahia: perspectivas de sustentabilidade. 2011. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável) – Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2011.

PIMENTEL, Á. Transições paradigmáticas entre a universidade e a escola. In: TUGNY, R. P.; GONÇALVES, G. (org.). Universidade popular e encontro de saberes. Salvador: Edufba, 2020. p. 223-240.

PIMENTEL, S. K. Elementos para uma teoria política Kaiowá e Guarani. 2012. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.

PIMENTEL, S. K. Teia dos Povos: afetos-encantos afro-indígenas-populares numa coalizão cosmopolítica. Tellus, Campo Grande, v. 21, n. 46, p. 253-281, 2021.

PIMENTEL, S. K. et al. A experiência de ingresso na UFSB como exercício de conscientização cidadã. In: TUGNY, R. P.; GONÇALVES, G. (org.). Universidade popular e encontro de saberes. Salvador: Edufba, 2020. p. 359-382.

PIMENTEL, S. K.; MENEZES, P. D. R. A Teia dos Povos e a universidade: agroecologia, saberes tradicionais insurgentes e descolonização epistêmica. Ambiente & Sociedade, São Paulo, v. 25, p. 1-18, 2022.

RIGUEIRA JUNIOR., I. UFMG diploma 15 novos doutores por ‘notório saber’. UFMG, Belo Horizonte, 18 out. 2022. Disponível em: https://ufmg.br/comunicacao/noticias/ufmg-diploma-15-novos-doutores-por-notorio-saber Acesso em: 20 fev. 2023.

» https://ufmg.br/comunicacao/noticias/ufmg-diploma-15-novos-doutores-por-notorio-saber

ROSSATO, V. L. Será o letrado ainda um dos nossos? Os resultados da escolarização entre os Kaiowá e Guarani de Mato Grosso do Sul. Veranópolis: Diálogo Freiriano, 2020.

SANTOS, B. S. A universidade no século XXI: para uma reforma democrática e emancipatória da universidade. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

SANTOS, B. S. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. In: SANTOS, B. S.; MENESES, M. P. (org.). Epistemologias do sul. São Paulo: Cortez, 2010. p. 71-94.

SANTOS, M. C. R.; SANTOS, R. Intelectuais negras(os) e epistemicídio acadêmico. In: TUGNY, R. P.; GONÇALVES, G. (org.). Universidade popular e encontro de saberes. Salvador: Edufba, 2020. p. 75-88.

SANTOS, S. B. História do assentamento Terra Vista. 2016. Monografia (Licenciatura em História) – Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, 2016.

SILVA, A. M. B. et al. Panorama socioeconômico da população negra da Bahia. Salvador: SEI, 2020. (Textos para discussão, n. 17). Disponível em: https://www.sei.ba.gov.br/texto_discussao_17 Acesso em: 27 out. 2022.

» https://www.sei.ba.gov.br/texto_discussao_17

SILVA, G. C. A polêmica Paulo Freire e Ivan Illich: notas sobre educação e transformação. Revista Sul-Americana de Filosofia e Educação, Brasília, DF, n. 24, p. 102-120, 2015.

SMITH, L. T. Descolonizando metodologias: pesquisa e povos indígenas. Curitiba: UFPR, 2018.

TEIXEIRA, E. S.; BERNARTT, M. L.; TRINDADE, G. A. Estudos sobre pedagogia da alternância no Brasil: revisão de literatura e perspectivas para a pesquisa. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 34, n. 2, p. 227-242, 2008.

TRAGTENBERG, M. A delinquência acadêmica. In: TRAGTENBERG, M. Sobre educação, política e sindicalismo. 3. ed. São Paulo: Unesp, 2004. p. 11-19.

TUGNY, R. P. Conhecimentos tradicionais e território na formação universitária. In: TUGNY, R. P.; GONÇALVES, G. (org.). Universidade popular e encontro de saberes. Salvador: Edufba, 2020. p. 439-462.

TUGNY, R. P. et al. A memória das canções como um território de resistência entre os povos indígenas da América do Sul: um projeto coletivo de documentação. In: LÜHNING, A.; TUGNY, R. P. (org.). Etnomusicologia no Brasil. Salvador: Edufba, 2016. p. 139-183.

TUGNY, R. P.; GONÇALVES, G. (org.). Universidade popular e encontro de saberes. Salvador: Edufba, 2020.

UFSB – UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA. Plano orientador. Itabuna: UFSB, 2014. Disponível em: http://ufsb.edu.br/wp-content/uploads/Plano-Orientador-UFSB-Final1.pdf Acesso em: 27 out. 2022.

» http://ufsb.edu.br/wp-content/uploads/Plano-Orientador-UFSB-Final1.pdf

UFSB – UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA. Projeto pedagógico do curso de bacharelado interdisciplinar em artes. Itabuna: UFSB, 2016a. Disponível em: https://ufsb.edu.br/ihac/images/arquivos/PPC/PPC-BI-Artes-2016.pdf Acesso em: 10 nov. 2022.

» https://ufsb.edu.br/ihac/images/arquivos/PPC/PPC-BI-Artes-2016.pdf

UFSB – UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA. Projeto pedagógico do curso de bacharelado interdisciplinar em ciências. Itabuna: UFSB, 2016b. Disponível em: https://ufsb.edu.br/cfcam/images/BI_em_Ciências/Apresentação_do_curso/DOCUMENTO_1_PPC-BI-Ciencias-2016.pdf Acesso em: 10 nov. 2022.

» https://ufsb.edu.br/cfcam/images/BI_em_Ciências/Apresentação_do_curso/DOCUMENTO_1_PPC-BI-Ciencias-2016.pdf

UFSB – UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA. Projeto pedagógico do curso de bacharelado interdisciplinar em humanidades. Itabuna: UFSB, 2016c. Disponível em: https://ufsb.edu.br/cfchs/images/BI_Humanidades/PPC_BIHumanidades-UFSB.pdf Acesso em: 10 nov. 2022.

» https://ufsb.edu.br/cfchs/images/BI_Humanidades/PPC_BIHumanidades-UFSB.pdf

UFSB – UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA. Projeto pedagógico do curso de bacharelado interdisciplinar em saúde. Itabuna: UFSB, 2016d. Disponível em: https://www.ufsb.edu.br/wp-content/uploads/2017/07/UFSB-PPC-BI-Saude-2016.pdf Acesso em: 10 nov. 2022.

» https://www.ufsb.edu.br/wp-content/uploads/2017/07/UFSB-PPC-BI-Saude-2016.pdf

Téléchargements

Publiée

2023-05-15

Comment citer

Kmitta Pimentel, S. (2023). À LA RECHERCHE DE L’UNIVERSITÉ POPULAIRE: réflexions sur une possible rencontre positive entre recherche anthropologique, éducation populaire et agroécologie. Caderno CRH, 36, e023008. https://doi.org/10.9771/ccrh.v36i0.52249

Numéro

Rubrique

Dossiê 1