ORNITORRINCO RELOADED: uberização e virações contemporâneas na crise do capital

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.9771/ccrh.v36i0.43821

Palabras clave:

Trabalho, Crise, Forças produtivas, reprodução social.

Resumen

O presente artigo objetiva contribuir na avaliação crítica do atual arranjo do mundo do trabalho em decomposição decorrente das contradições internas do capital. Assim, investiga-se o processo chamado de uberização com foco nas formas de subsunção do trabalho e de sua exploração no momento contemporâneo da crise de acumulação do capital. Investiga-se as possíveis contribuições das formulações de Karl Marx a partir da tradição da chamada crítica do valor como chave de leitura. Dessa maneira, apresentamos aqui uma crítica das forças produtivas e as formas de dominação em curso. Para tanto, realizamos uma aproximação dessa corrente teórica com os escritos de Chico de Oliveira a fim de oferecer uma interpretação possível para o atual momento da reprodução crítica do capital.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Thiago Canettieri, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutor em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professor do Departamento de Urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais. Líder do grupo de pesquisa CRITICAR (crise, trabalho, capital e revoltas). Coordenador do núcleo regional da RMBH do Observatório das Metrópoles (INCT) e pesquisador do Cosmópolis. Pesquisador filiado ao Instituto Alameda. Desenvolve pesquisa na área de Teoria Urbana, Crise e Periferias. É autor do livro A condição periférica (Editora Consequência, 2020).

Citas

ABÍLIO, L. Sem maquiagem: o trabalho de um milhão de revendedoras de cosméticos. São Paulo: Boitempo, 2012.

ABÍLIO, L. Uberização e viração: mulheres periféricas no centro da acumulação capitalista. Margem Esquerda, [S. l], n. 31, p. 54-59, 2018.

ABÍLIO, L. Uberização: do empreendedorismo para o autogerenciamento subordinano. Revista Psicoperspectivas: Individuo y Sociedade, Valparaíso, v. 18, n. 3, p.1-11, 2019.

ABÍLIO, L. Plataformas digitais e uberização: Globalização de um Sul administrado?. Revista Contracampo, Niterói, v. 39, n. 1, p. 12-26, 2020a.

ABÍLIO, L. Uberização: Gerenciamento e controle do trabalhador just-in-time. In: ANTUNES, R. (org.). Uberização, trabalho digital e indústria 4.0. São Paulo: Boitempo, 2020b. p. 111-123.

ABÍLIO, L. Empreendedorismo, autogerenciamento subordinado ou viração? Uberização e o trabalhador justin- time na periferia. Contemporânea, [S. l.], v. 11, n. 3, p. 933-955, 2021.

ADORNO, T. Sociedade industrial ou capitalismo tardio. In: COHN, G. (org.). Theodor W. Adorno. São Paulo: Ática, 1986. p. 62-75.

ALVES, G. O novo (e precário) mundo do trabalho no Brasil: perspectivas para a década de 2020. Margem Esquerda, São Paulo, n. 31, p. 35-40, 2018.

ANTUNES, Ricardo. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo: Boitempo, 2018.

ANTUNES, R. Proletariado digital, serviços e valor. In: ANTUNES, R. (org.). Riqueza e miséria do trabalho no Brasil IV: trabalho digital, autogestão e expropriação da vida. São Paulo: Boitempo, 2019. p. 15-25.

ANTUNES, R. Trabalho intermitente e uberização do trabalho no limiar da indústria 4.0. In: ANTUNES, R. (org.). Uberização, trabalho digital e indústria 4.0. São Paulo: Boitempo, 2020. p. 11-21.

BEINSTEIN, J. En la ruta de la decadencia: havia una crisis prolongada de la civilizacion burguesa. Herramienta, [S. l.], n. 4, p. 1-19, 2009.

BLANK, J. Para uma crítica radical do capital e das suas forças produtivas. Libertas (UFJF), Juiz de Fora, v. 11, n. 1, p. 1-25, 2011.

BRAGA, R. A política do precariado: do populismo à hegemonia lulista. São Paulo: Boitempo, 2012.

BRAGA, R. A pulsão plebeia: trabalho, precariedade e rebeliões sociais. São Paulo: Editora Alameda, 2015.

BRAGA, R. A rebeldia do precariado: trabalho e neoliberalismo no Sul Global. São Paulo: Boitempo, 2017.

CANETTIERI, T. A condição periférica. Rio de Janeiro: Consequência, 2020.

DEJOURS, C. A banalização do sofrimento social. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1999.

FILGUEIRAS, V. A.; ANTUNES, R. Plataformas digitais, uberização do trabalho e regulação no capitalismo contemporâneo. In: ANTUNES, R. (org.). Uberização, trabalho digital e indústria 4.0. São Paulo: Boitempo, 2020. p. 59-77.

GROHMANN, R. Plataformização do trabalho: características e alternativas. In: ANTUNES, R. (org.). Uberização, trabalho digital e indústria 4.0. São Paulo: Boitempo, 2020. p. 93-111.

HARVEY, D. O neoliberalismo: história e implicações. São Paulo: Ed. Loyola, 2012.

JAPPE, A. As aventuras da mercadoria. Lisboa: Antígona. 2006.

KOWARICK, L. Espoliação Urbana. São Paulo: Paz e Terra, 1979.

KURZ, R. O colapso da modernização. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.

KURZ, R. Dinheiro sem valor. Lisboa: Antígona, 2014.

KURZ, R. Crise do valor de troca. Rio de Janeiro: Consequência, 2018.

MARINI, R. M. Dialética da dependência. In: TRESPADINI, R. (org.). Ruy Mauro Marini: vida e obra. São Paulo: Expressão Popular, 2005. p. 131-174.

MARTINS, J. de S. A aparição do demônio na fábrica: origens sociais do Eu dividido no subúrbio operário. São Paulo: Editora 34, 2008.

MARX, K. Prefácio de Para a Crítica da Economia Política. São Paulo: Nova Cultural, 1987.

MARX, K. Grundrisse. São Paulo: Boitempo, 2011.

MARX, K. O Capital: crítica da economia política (Livro 1). São Paulo: Boitempo, 2013.

MARX, K. O Capital: crítica da economia política (Livro 3). São Paulo: Boitempo, 2017.

MARX, K. Capítulo VI (inédito). São Paulo: Boitempo, 2022.

MENEGAT, M. A crítica do capitalismo em tempos de catástrofe: o giro dos ponteiros do relógio no pulso de um morto. Rio de Janeiro: Consequência, 2019.

NEBLINA. Incêndio: trabalho e revolta no fim de linha brasileiro. São Paulo: Contrabando Editorial, 2022.

OLIVEIRA, F. Crítica da razão dualista: O Ornitorrinco. São Paulo: Boitempo, 2003.

OLIVEIRA, F. Quem canta de novo L’Internationale?. In: SANTOS, B. de S. (org.). Trabalhar o mundo: os caminhos do novo internacionalismo operário. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005. p. 79-114.

PITTA, F. O crescimento e a crise da economia brasileira no século XXI como crise da sociedade do trabalho: bolha das commodities, capital fictício e crítica do valor-dissociação. Sinal de Menos, [S. l.], n. 14, v. 1: p. 38-146, 2020.

POCHMANN, M. O mito da grande classe média: capitalismo e estrutura social. São Paulo: Boitempo, 2014.

QUIJANO, A. Colonialidade do poder: eurocentrismo e América Latina. Buenos Aires: CLACSO, 2005.

SCHOLZ, T. Uberworked and underpaid: how workers are disrupting the digital economy. Cambridge: Polity, 2016.

SLEE, T. What is yours is mine: against the sharing economy. New York: OR Books, 2017.

SRNICEK, N. Platform Capitalism. Cambridge: Polity, 2016

STANDING, G. O precariado: a nova classe perigosa. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

TELLES, V. Mutações do trabalho e experiência urbana. Tempo Social: Revista de Sociologia da USP, São Paulo, v. 18, n. 1, p. 173-195, 2006.

TRENKLE, N. Die arbeit hängt am Tropf des fiktiven Kapitals. In: TRENKLE, Norbert. Krisis: Kritik der Warengessellschaft. Krisis, 2016.

TRENKLE, N. Labor in the era of fictitious capital. Contradictions: a journal for critical thought, Cardiff, v. 2, n. 2, p. 101-113, 2019.

WOODCOCK, J. O panóptico algorítmico da deliveroo: mensuração, precariedade e a ilusão do controle. In: ANTUNES, R. (Org.). Uberização, trabalho digital e indústria 4.0. São Paulo: Boitempo, 2020. p. 23-46.

ZAMORA, M. A.; AUGUSTIN, A. C.; SOUZA, A. dos S. A uberização do trabalho como nova articulação entre o arcaico e o moderno no capitalismo brasileiro. Revista Brasileira de Estudos Organizacionais, [S. l.], v. 8, n. 1, p. 55-86, 2021.

Publicado

2023-11-13

Cómo citar

Canettieri, T. (2023). ORNITORRINCO RELOADED: uberização e virações contemporâneas na crise do capital. Caderno CRH, 36, e023018. https://doi.org/10.9771/ccrh.v36i0.43821