POR QUE ELAS SE ELEGERAM DEPUTADAS FEDERAIS? (ELEIÇÕES DE 2018 E 2022)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/ccrh.v36i0.55304

Palavras-chave:

Eleições 2022, Deputadas, Extrema direita, Esquerda, Carreiras políticas

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar o perfil das deputadas federais eleitas pela primeira vez em 2018 e 2022, nos dois extremos do espectro político organizados em torno do Partido dos Trabalhadores (PT) e dos Partido Social Liberal-Partido Liberal (PSL-PL). Recolhemos os dados da vida anterior das deputadas em duas fichas, uma com dados pessoais e outra com dados da vida política, através de sites oficiais e privados nas redes sociais. Da análise dos dados, concluímos que as novas deputadas da extrema direita em 2018 formaram sua base eleitoral nos movimentos de rua a partir de 2013, enquanto as representantes da esquerda seguiram padrões tradicionais de trajetória política: cargos eletivos de menor importância e militância estudantil ou sindical. Em 2022, as novas deputadas da direita chegam à Câmara dos Deputados com vida partidária anterior, como vereadoras, prefeitas e deputadas estaduais, apontando a existência de carreiras políticas. À esquerda, há uma mudança significativa: um pequeno número de deputadas teve forte militância nos movimentos negro, LGBTQIA+, feminista.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Céli Regina Jardim Pinto, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professora emérita da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Doutora em Ciência Política na University of Essex, na Inglaterra. Sua produção científica, expressa em livros, capítulos de livros e artigos, trata de Teoria Política com ênfase em teoria da democracia e teoria feminista. Atualmente, é professora titular aposentada da UFGRS, atuando como docente permanente no Programa de Pós Graduação em História dessa mesma universidade. Em 2021, publicou o livro Tempos e memórias: vidas de mulheres, pela editora Zouk.

Referências

ARAÚJO, C. Cidadania democrática e inserção política das mulheres. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, DF, n. 9, p. 147-168, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbcpol/a/zYnTjQt7LXDkLXNsqNtKNJQ/?format=pdf&lang=pt. Acesso em:15 jan. 2023.

ARAÚJO, C. Gênero e acesso ao poder legislativo no Brasil: as cotas entre as instituições e a cultura. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, DF, n. 2, p. 23-59, 2009. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/rbcp/article/view/1604. Acesso em: 15 jan. 2023.

ARAÚJO, C. Potencialidades e limites da política de cotas no Brasil. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 9, n. 1, p. 231-252, 2001. Disponível em: https://www.scielo. br/j/ref/a/V75SLT5r9DFZgHYJkfKqGXg/. Acesso em: 15 de jan. 2023.

ARAÚJO, C. Rotas de ingresso, trajetórias e acesso das mulheres ao legislativo: um estudo comparado entre Brasil e Argentina. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 18, n. 2, p. 567-584, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ref/a/ychSjwCc8kB556HHVbHyVMQ/ abstract/?lang=pt. Acesso em: 15 de jan. 2023.

BIROLI, F. Gênero, “valores familiares” e democracia. In: BIROLI, F.; VAGGIONE, J. M.; MACHADO, M. DAS D. C. Gênero, Neoconservadorismo e Democracia. São Paulo: Boitempo, 2020. p.135-187.

BORGES, A.; SANCHES FILHO, A. O. Federalismo, coalizões, escolhas de carreira dos Deputados Federais. Opinião Pública, Campinas, v. 22, n. 1, p. 1-27, 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ref/a/ychSjwCc8kB556HHVbHyVMQ/abstract/?lang=pt. Acesso em: 12 de jan, 2023.

BRASIL. Emenda Constitucional no 111, de 28 de setembro de 2021. Altera a Constituição Federal para disciplinar a realização de consultas populares concomitantes às eleições municipais, dispor sobre o instituto da fidelidade partidária, alterar a data de posse de Governadores e do Presidente da República e estabelecer regras transitórias para distribuição entre os partidos políticos dos recursos do fundo partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e para o funcionamento dos partidos políticos. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano 159, n. 185, p. 1-2, 29 set. 2021. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/emecon/2021/emendaconstitucional-111-28-setembro-2021-791789-norma-pl.html. Acesso em: 9 fev. 2023.

BRASIL. Emenda Constitucional no 117, de 5 de abril de 2022. Altera o art. 17 da Constituição Federal para impor aos partidos políticos a aplicação de recursos do fundo partidário na promoção e difusão da participação política das mulheres, bem como a aplicação de recursos desse fundo e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e a divisão do tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão no percentual mínimo de 30% (trinta por cento) para candidaturas femininas. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano 160, n. 66, p.1, 6 abr. 2022. Disponível em: https://legis.senado.leg.br/norma/35647460. Acesso em: 9 fev. 2023.

BRASIL. Lei no 9.504, de 30 de setembro de 1997. Estabelece normas para as eleições. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano 135, n. 189, p. 21801-21809, 1 out. 1997. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9504.htm. Acesso em: 9 fev. 2023.

BROWN, W. Nas ruínas do neoliberalismo. São Paulo: Politéia, 2019.

INTER-PARLIAMENTARY UNION. IPU Parline Global Data on national parliaments. Monthly ranking of women in national parliaments. Geneva: IPU, 2022. Disponível em: https://data.ipu.org/women-ranking?month=12&year=2022. Acesso em: 9 fev. 2023.

JOÃO PAULO II. Carta Apostólica Mulieris Dignitatem do Sumo Pontífice João Paulo II sobre a Dignidade e a Vocação da Mulher por Ocasião do Ano Mariano. Vaticano:1988. Disponível em: www.vatican.va. https://www.vatican.va/content/johnpaulii/pt/apost_letters/1988/documents/hf_jp-ii_apl_19880815_mulieris-dignitatem.html. Acesso em: 9 fev. 2023.

LEONI, E.; PEREIRA, C.; RENNÓ, L. Estratégias para sobreviver politicamente: Escolhas de carreiras na Câmara de Deputados. Opinião Pública, Campinas, v. 9, n.1, p. 44-67, 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/j/op/a/8rN4mwqvyXjdq6mFZszrGjQ/. Acesso em: 24 jan de 2023.

MACHADO, M. das D. C. O neoconservadorismo cristão no Brasil e na Colômbia. In: BIROLI, F.; MACHADO, M. das D. C.; VAGGIONE, J. M. Gênero, Neoconservadorismo e Democracia. São Paulo: Boitempo, 2020. p. 114-185.

MARQUES, D. Gênero e carreira política: o que diferencia deputadas e deputados federais em suas trajetórias?. In: CONGRESO LATINOAMERICANO DE CIENCIA POLÍTICA, 5., 2010, Buenos Aires. Anais [...]. Buenos Aires: Asociación Latinoamericana de Ciencia Política, 2010. p. 11-26. Disponível em: https://cdsa.aacademica.org/000-036/324.pdf. Acesso em: 23 jul. 2017.

MARTINS, L.; ADORNO, L. Zambelli ameaçou homem com arma de calibre liberado no governo Bolsonaro. UOL, São Paulo, 30 out. 2022. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/eleicoes/2022/10/30/carla-zambelli-arma-calibre-sao-paulo.htm. Acesso em: 16 fev. 2023.

MIGUEL, L. F.; BIROLI, F. Práticas de gênero e carreiras políticas: vertentes explicativas. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 18, n. 3, p. 653-679, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ref/a/VXvt64f7BzmgKcvxdmQR8Zr/abstract/?lang=pt. Acesso em: 23 jan.2023

PATEMAN, C. O contrato sexual. São Paulo: Paz e Terra, 1993.

PHILLIPS, A. The politics of presence. Oxford: Clarendon, 2001.

PINTO, C. Elas Não ficaram em casa. As primeiras mulheres deputadas nos anos de 1950 no Brasil. Varia História, Belo Horizonte, v. 33, n. 62, p. 459-490, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/vh/a/Y7WyXNvPDsmwMn4BwR4Lnxn/. Acesso em: 02 fev. 2023.

PINTO, C.; SILVEIRA, A. Caminhos e Descaminhos das Cientistas Políticas Brasileiras. In: BIROLI, F. (org.). Mulheres Poder e Ciência Política – Debates e Trajetórias. Campinas: Ed. UNICAMP, 2020. p. 247-274.

PINTO, C.; SILVEIRA, A. Mulheres com carreiras políticas longevas no Legislativo Brasileiro. Opinião Pública, Campinas, v. 24, n. 1, p. 178-208, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/op/a/jcvGDq3TtVFBGrStmC3M65L/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 02 fev. 2023.

ROCHA, C. Menos Marx, mais Mises: o liberalismo e a nova direita no Brasil. São Paulo: Todavia, 2021.

YOUNG, I. Inclusion and democracy. Oxford: Oxford Press, 2002.

Downloads

Publicado

2023-12-30

Como Citar

Regina Jardim Pinto, C. (2023). POR QUE ELAS SE ELEGERAM DEPUTADAS FEDERAIS? (ELEIÇÕES DE 2018 E 2022). Caderno CRH, 36, e023031. https://doi.org/10.9771/ccrh.v36i0.55304

Edição

Seção

Dossiê 3