[Artigo Retratado] Versos e Contra Versos: Estudos Feministas e Formação Docente

Autores

  • Amanda Motta Castro UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE/FURG
  • Rita de Cássia Machado UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS/UEA

DOI:

https://doi.org/10.9771/cgd.v3i1.21544

Resumo

Este texto é escrito a partir de uma indignação reflexiva: o caso do estupro coletivo ocorrido no Rio de Janeiro, em maio de 2016. O estupro da adolescente de 16 anos por mais de 30 homens comoveu o país e, de forma devastadora, deixou inúmeras pessoas (entre elas, eu) extremamente indignadas. Professoras e feministas, nós, enquanto movimento social das mulheres, temos trabalhado de longa data com a questão da violência contra as mulheres. Entretanto precisamos trabalhar mais, escrever mais, falar mais e estar em constante movimento de denúncia e anúncio (categorias centrais na obra de Paulo Freire) sobre as inúmeras violências contra as mulheres no Brasil. A adolescente carioca foi violentada pelo menos três vezes: primeiro, pelos estupradores; segundo, pelo estado e, terceiro, pela sociedade. Isso porque, além da violência no corpo (pelos estupradores), a menina foi violentada pelo estado através da polícia que, no primeiro depoimento, perguntou à jovem se ela “gostava de sexo grupal, porque tinha saído naquela noite e quais eram suas práticas sexuais”. Durante esse turbilhão, a adolescente ainda é violentada pela sociedade que vasculha sua vida nas redes sociais, blogs e entre pessoas que a conheciam. A grande maioria não buscava formas de estender ajuda e sororidade (palavra resgatada pela Teologia Feminista, que significa “irmãs”), buscavam saber, principalmente, como era o comportamento, as roupas e de que forma era a vida cotidiana da adolescente. No meio de todo esse drama, para as pessoas que trabalham tanto com os Estudos Feministas e Educação, existe uma entre tantas outras perguntas: o que a educação tem a ver com a cultura do estupro que sustenta a sociedade patriarcal? Este texto propõe a reflexão acerca desta pergunta. Não é nosso objetivo colocar mais uma “carga” na mão da Educação, nem dos(as) docentes.

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Biografia do Autor

Amanda Motta Castro, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE/FURG

Professora adjunta da Universidade Federal do Rio Grande/FURG. Doutora em Educação pela UNISINOS com bolsa CAPES e período sanduíche realizado no departamento de Antropologia da UAM. Tem‐se ocupado em pesquisar os processos de produção do conhecimento realizados por mulheres tecelãs, a fim de analisar a complexidade da aprendizagem nesse contexto em articulação com a Educação Popular e os estudos feministas.

Contato: motta.amanda@terra.com.br

Rita de Cássia Machado, UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS/UEA

Professora Adjunta na Universidade do Estado do Amazonas. Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul/UFRGS na linha de pesquisa Trabalho, Educação e Movimentos Sociais. Educadora popular. Contato: rmachado@uea.edu.br

Publicado

2020-11-25

Como Citar

Castro, A. M., & Machado, R. de C. (2020). [Artigo Retratado] Versos e Contra Versos: Estudos Feministas e Formação Docente. Cadernos De Gênero E Diversidade, 3(1). https://doi.org/10.9771/cgd.v3i1.21544

Edição

Seção

Artigos