[Artigo Retratado] Versos e Contra Versos: Estudos Feministas e Formação Docente
DOI:
https://doi.org/10.9771/cgd.v3i1.21544Abstract
Este texto é escrito a partir de uma indignação reflexiva: o caso do estupro coletivo ocorrido no Rio de Janeiro, em maio de 2016. O estupro da adolescente de 16 anos por mais de 30 homens comoveu o país e, de forma devastadora, deixou inúmeras pessoas (entre elas, eu) extremamente indignadas. Professoras e feministas, nós, enquanto movimento social das mulheres, temos trabalhado de longa data com a questão da violência contra as mulheres. Entretanto precisamos trabalhar mais, escrever mais, falar mais e estar em constante movimento de denúncia e anúncio (categorias centrais na obra de Paulo Freire) sobre as inúmeras violências contra as mulheres no Brasil. A adolescente carioca foi violentada pelo menos três vezes: primeiro, pelos estupradores; segundo, pelo estado e, terceiro, pela sociedade. Isso porque, além da violência no corpo (pelos estupradores), a menina foi violentada pelo estado através da polícia que, no primeiro depoimento, perguntou à jovem se ela “gostava de sexo grupal, porque tinha saído naquela noite e quais eram suas práticas sexuais”. Durante esse turbilhão, a adolescente ainda é violentada pela sociedade que vasculha sua vida nas redes sociais, blogs e entre pessoas que a conheciam. A grande maioria não buscava formas de estender ajuda e sororidade (palavra resgatada pela Teologia Feminista, que significa “irmãs”), buscavam saber, principalmente, como era o comportamento, as roupas e de que forma era a vida cotidiana da adolescente. No meio de todo esse drama, para as pessoas que trabalham tanto com os Estudos Feministas e Educação, existe uma entre tantas outras perguntas: o que a educação tem a ver com a cultura do estupro que sustenta a sociedade patriarcal? Este texto propõe a reflexão acerca desta pergunta. Não é nosso objetivo colocar mais uma “carga” na mão da Educação, nem dos(as) docentes.Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2023 O autor detém os direitos autorais do texto e pode republicá-lo desde que a Cadernos de Gênero e Diversidade seja devidamente mencionada e citada como local original de publicação.
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
Para conhecer mais sobre essa licença: <https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/>.
A submissão de trabalho(s) científico(s) original(is) pelos autores, na qualidade de titulares do direito de autor do(s) texto(s) enviado(s) ao periódico, nos termos da Lei 9.610/98, implica na cessão de direitos autorais de publicação impressa e/ou digital à Cadernos de Gênero e Diversidade (CGD), do(s) artigo(s) aprovado(s) para fins da publicação, em um único número da Revista, autorizando-se, ainda, que o(s) trabalho(s) científico(s) aprovado(s) seja(m) divulgado(s) gratuitamente, sem qualquer tipo de ressarcimento a título de direitos autorais, por meio do site da Revista, para fins de leitura, impressão e/ou download do arquivo do texto, a partir da data de aceitação para fins de publicação. Portanto, os autores ao procederem a submissão do(s) artigo(s) à Revista, e, por conseguinte, a cessão gratuita dos direitos autorais relacionados ao trabalho científico enviado, têm plena ciência de que não serão remunerados pela publicação do(s) artigo(s) no periódico.
A Revista encontra-se licenciada sob uma Licença Creative Commons 4.0 Internacional, para fins de difusão do conhecimento científico, conforme indicado no sítio da publicação.
Os autores declaram expressamente concordar com os termos da presente Declaração de Direito Autoral, que se aplicará a submissão caso seja publicada por esta Revista.