Entre o Risco da Morte e o Medo da Denúncia: mulheres indiciadas por abortamento a partir de denúncias de profissionais de saúde

Autores/as

  • Ana Carolina Januário Silva Universidade Federal de Minas Gerais
  • Lisandra Espíndula Moreira Universidade Federal de Minas Gerais
  • Paula Rita Bacellar Gonzaga Universidade Federal de Minas Gerais e Universidade Federal do Sul da Bahia.

DOI:

https://doi.org/10.9771/cgd.v5i3.30596

Palabras clave:

aborto, criminalização, decisões judiciais, quebra de sigilo profissional

Resumen

Objetivamos nesse artigo analisar as argumentações sobre o uso ou o descarte das denúncias (notitia criminis) e provas obtidas, em inquérito policial, a partir da quebra de sigilo profissional em casos de mulheres indiciadas por prática de abortamento. O presente trabalho integra uma pesquisa mais ampla que teve como objetivo compreender como as situações de aborto são decididas nos tribunais de justiça de São Paulo e Minas Gerais, havendo ênfase na análise dos argumentos utilizados para sustentar a condenação ou a absolvição das acusadas. Realizamos a seleção e análise das sentenças e acórdãos proferidos em sede de recurso em sentido estrito, habeas corpus e apelação criminal nos litígios concernentes ao autoaborto, delito previsto no art. 124 do Código Penal vigente, em trâmite perante os Tribunais de Justiça dos estados de São Paulo e Minas Gerais. A análise desses materiais demonstra que a conduta que enseja a persecução penal contra as mulheres em situação do abortamento, em considerável número de casos, decorre da quebra de sigilo profissional ou ainda, da imposição da denúncia para a continuidade do atendimento de saúde. Diante desses casos, analisamos as argumentações utilizadas nos documentos jurídicos que validam ou descartam a denúncia produzida dessa forma. Nesse contexto, ante a evidente ineficácia da proibição do abortamento como forma de coibir sua prática, questiona-se os propósitos da criminalização do abortamento e as consequências para o exercício pleno dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres.

 

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Biografía del autor/a

Ana Carolina Januário Silva, Universidade Federal de Minas Gerais

Graduanda em Direito da Universidade Federal de Minas Gerais.

Lisandra Espíndula Moreira, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutora em Psicologia e Professora do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais

Paula Rita Bacellar Gonzaga, Universidade Federal de Minas Gerais e Universidade Federal do Sul da Bahia.

Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais e professora da Universidade Federal do Sul da Bahia.


Publicado

2019-12-28

Cómo citar

Januário Silva, A. C., Espíndula Moreira, L., & Bacellar Gonzaga, P. R. (2019). Entre o Risco da Morte e o Medo da Denúncia: mulheres indiciadas por abortamento a partir de denúncias de profissionais de saúde. Cadernos De Gênero E Diversidade, 5(3), 165–189. https://doi.org/10.9771/cgd.v5i3.30596

Número

Sección

Dossiê