Eleições 2018: o lugar das mulheres nas chapas majoritárias
DOI:
https://doi.org/10.9771/cgd.v4i4.29349Palabras clave:
Eleições 2018, Candidaturas femininas, Desigualdade de gênero, Privilégios masculinosResumen
O presente ensaio traz incômodas reflexões acerca do lugar das mulheres nas chapas majoritárias das eleições de 2018 no Brasil e na Bahia, focando, principalmente, nas candidaturas à presidência, ao senado federal e ao governo deste estado. Apoia-se em fontes oficiais e em farto material disponível na internet, além de observações - nem sempre participantes - realizadas durante o pleito. Com lentes de gênero e em perspectiva feminista, evidencia a persistente supremacia masculina nas candidaturas apresentadas por quase todos os partidos e coligações, apontando-as com um reforço à inequidade de gênero no campo da política. Questiona o considerável número de mulheres posicionadas na condição de vices presidentas, vices governadoras e suplentes de senador, precisamente no ano em que a justiça eleitoral ampliou o percentual de recursos financeiros às campanhas femininas. Enfatiza, ainda, a presença de duas mulheres negras concorrendo à presidência do Brasil, sem deixar de problematizar a pouca visibilidade e a pouca importância dada a este inédito fato pelos movimentos negros, feministas e de mulheres. Finaliza sustentando que, malgrado algumas resistências praticamente inaudíveis, há uma certa naturalização dos privilégios masculinos nas hostes partidárias, mormente em períodos de eleições extremamente polarizadas entre direita e esquerda, cujas prioridades, nestes contextos, passam ao largo das demandas femininas/feministas por mais mulheres no poder e mais poder para as mulheres.
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