Não serei interrompida: o processo de silenciamento feminino no espaço político brasileiro

Autores

  • Naiara Coelho Universidade Federal Fluminense (PPGSD/UFF)
  • Amanda Volotão Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGSA/UFRJ)

DOI:

https://doi.org/10.9771/cgd.v6i2.35033

Palavras-chave:

Silenciamento. Marielle Franco. Machismo. Política. Manterrupting.

Resumo

O presente artigo tem por objetivo averiguar o processo de silenciamento das mulheres no ambiente político brasileiro, com base na proposição analítica de três planos fundamentais: a ausência ou baixa representação de minorias no espaço político; a negação sistemática de participação da voz feminina nos ambientes de debate;  e a interdição permanente de discursos contra-hegemônicos entoados por vozes subalternas. Para tanto, parte da premissa de que o cenário político brasileiro se apresenta como um espaço frutífero para se pensar a violência simbólica sofrida pelos sujeitos femininos, a partir da operacionalização de formas que resultam na invisibilização das mulheres. Além de trazer uma revisão bibliográfica sobre a participação de minorias na esfera política, atentando para as diferenças entre uma política de ideias e uma política de presença, o estudo discorre sobre a prática do manterrupting no meio governamental, destacando tanto as problemáticas em categorizá-lo como micromachismo, quanto a relevância do discurso como próprio objeto de disputa. Em um segundo momento, analisa o assassinato da vereadora Marielle Franco como a representação máxima de interdição de uma voz e, ainda, reflete sobre os efeitos dessa tentativa de silenciamento, considerando a reverberação das pautas defendidas por Franco.   

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Biografia do Autor

Naiara Coelho, Universidade Federal Fluminense (PPGSD/UFF)

Graduada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Campus Maringá (2011-2015). Assistente do Núcleo de Prática Jurídica da PUCPR- Campus Maringá (2016-2017). Mestra em Sociologia e Direito pelo Programa de Pós - Graduação em Sociologia e Direito (PPGSD) da Universidade Federal Fluminense (UFF) na linha de Direitos Humanos, Governança e Poder. Bolsista CAPES (2017/2019) e Advogada. 

Amanda Volotão, Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGSA/UFRJ)

Doutoranda em Ciências Humanas (Sociologia) pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGSA/UFRJ). Mestre em Comunicação e Cultura pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ). Possui MBA em Marketing Empresarial, oferecido pela Universidade Federal Fluminense, e especialização em Marketing pelo AVM Instituto. Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e licenciada em Letras (Português e Literaturas de Língua Portuguesa) pela Universidade Federal Fluminense. 

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Publicado

2020-10-15

Como Citar

Coelho, N., & Volotão, A. (2020). Não serei interrompida: o processo de silenciamento feminino no espaço político brasileiro. Cadernos De Gênero E Diversidade, 6(2), 151–170. https://doi.org/10.9771/cgd.v6i2.35033

Edição

Seção

Dossiê