Percepções de mulheres sobre o momento do parto e a assistência obstétrica recebida

Autores

  • Miria Benincasa Universidade Metodista de São Paulo Universidade Ibirapuera http://orcid.org/0000-0003-1034-6999
  • Adriana Navarro Universidade Metodista de São Paulo (doutoranda) e Complexo Hospitalar Municipal de São Caetano do Sul. http://orcid.org/0000-0002-5457-614X
  • Neliane Lazarini de Sousa Bettiol Universidade Metodista de São Paulo
  • Maria Geralda Viana Heleno Universidade Ibirapuera Associação Brasileira de Psicologia da Saúde http://orcid.org/0000-0001-7175-1029

DOI:

https://doi.org/10.9771/cgd.v5i4.29172

Palavras-chave:

assistência obstétrica, parto, violência obstétrica, saúde da mulher

Resumo

Este estudo teve como objetivo investigar a percepção de mulheres primíparas, com gestação de baixo risco sobre à assistência recebida e a experiência de trabalho de parto e pós-parto imediato. A amostra foi composta de 90 mulheres e os dados coletados por meio de entrevistas, que foram gravadas, transcritas e analisadas por meio da análise de conteúdo, que gerou cinco categorias. Três apriorísticas que são: – intervenções durante o parto; sentimentos vivenciados durante o trabalho de parto, pós-parto imediato e relacionamento com a equipe. E duas que emergiram da análise dos dados: violência obstétrica percebida e violência obstétrica não percebida. Os resultados demonstraram que a forma de a mulher perceber seu trabalho de parto e pós-parto imediato está intimamente associada ao modelo de assistência oferecida durante este processo. As participantes que optaram pelo Parto Humanizado revelaram sentimentos de gratidão, superação e transformação positiva. Este fato não foi verificado em nenhum outro modelo de assistência. Aquelas que experienciaram a Cesárea Eletiva ou Violência Obstétrica não vivenciaram o trabalho de parto e manifestaram afeto em relação à equipe apenas durante o momento de encontro com o bebe.  Estas mulheres que foram vítimas de Violência Obstrética relataram indignação, revolta e desejo de vingança. Sugere-se estudos longitudinais que investiguem os prejuízos e benefícios destas manifestações afetivas intensas na identidade materna e no vínculo com o bebê.

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Biografia do Autor

Miria Benincasa, Universidade Metodista de São Paulo Universidade Ibirapuera

Pesquisadora e orientadora dos Programas de Pós Graduação (M/D) em Psicologia da Saúde da Universidade Metodista de São Paulo e de Psicossomática (M) da Universidade Ibirapuera. Editora- Chefe da Revista Mudanças - Psicologia da Saúde. Tem experiência na área de Psicologia da Saúde, com ênfase em Programas de Atendimento Comunitário, institucional e hospitalar. As principais áreas de pesquisa são: 1. Gestação: Avaliação e assistência Psicológica à gestante/ casal e desenvolvimento de Programas de Pré-Natal Psicológico, Pré-Natal Coletivo e Pré-Natal Integral; 2. Parto e Pós-parto: modelos de intervenção, avaliação, apoio e acolhimento à mulheres e familias em situação de pós parto; 3.Psicologia do Desenvolvimento de Bebês e crianças (primeiríssima infância).

Adriana Navarro, Universidade Metodista de São Paulo (doutoranda) e Complexo Hospitalar Municipal de São Caetano do Sul.

Doutoranda em Psicologia da Saúde (Universidade Metodista de São Paulo), Mestre em Psicologia da Saúde (Universidade Metodista de São Paulo/ Instituto Superior de Psicologia Aplicada de Lisboa - ISPA). Especialista em Psicologia Hospitalar e da Saúde (CEPPS). Docente do curso de especialização em Psicologia Hospitalar e da Saúde da Universidade de Taubaté. Psicóloga Clínica com atendimento em psicologia obstétrica e saúde materno infantil. Experiência em saúde pública; atendimento psicológico hospitalar e ambulatorial; educação permanente em humanização; atendimento clínico; intervenção lúdica; saúde reprodutiva e psicoterapia breve. As principais áreas de pesquisa são: 1. Psicologia Obstétrica; 2. Humanização da assistência ao Parto e do Nascimento ; 3. Saúde da materno-infantil.

 

Neliane Lazarini de Sousa Bettiol, Universidade Metodista de São Paulo

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Metodista de São Paulo (2013). Psicóloga clínica com atendimento de adultos e em psicologia obstétirca, saúde materno-infantil e parentalidade. Experiência em acompanhamento de pais de autistas e em psicoterapia breve operacionalizada. Mediadora de grupos de pré-natal psicológico e integral e grupos de pós parto. As principais áreas de pesquisa são: 1. Psicologia Obstétrica; 2. Humanização da assistência ao parto e nascimento; 3. Saúde da mulher.

Maria Geralda Viana Heleno, Universidade Ibirapuera Associação Brasileira de Psicologia da Saúde

Graduação em Psicologia pelo Instituto de Ensino Superior Senador Fláquer (1978), mestrado em Psicologia da Saúde pela Universidade Metodista de São Paulo (1992) e doutorado em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo (2000). Tem experiência na área de Psicologia com ênfase em Psicologia da Saúde. Atua e pesquisa nos seguintes temas: gravidez, parto e puerpério. Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia - Psicossomática da Universidade Ibirapuera. Pós-doutorado em andamento na Universidade Federal de São Paulo.

 

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Publicado

2019-12-26

Como Citar

Benincasa, M., Navarro, A., Bettiol, N. L. de S., & Heleno, M. G. V. (2019). Percepções de mulheres sobre o momento do parto e a assistência obstétrica recebida. Cadernos De Gênero E Diversidade, 5(4), 63–88. https://doi.org/10.9771/cgd.v5i4.29172