“RELIGIÃO NÃO SE DISCUTE?”: DECIFRANDO A CONSTRUÇÃO DOS PAPEIS SOCIAIS ENTRE JOVENS DE ESCOLA PÚBLICA EM SÃO VICENTE/SP A PARTIR DE UMA PERSPECTIVA DE GÊNERO

Autores

  • Vanessa Renata de Almeida Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
  • Cristiane Gonçalves da Silva Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

DOI:

https://doi.org/10.9771/cgd.v1i1.13645

Resumo

Este estudo com jovens compreendeu a adolescência/juventude enquanto um período da vida propício para construção da autonomia em relação à família e palco de experimentações afetivas e sexuais, constituindo-se numa fase decisiva para a consolidação de uma rede de significações em torno dos gêneros e sexualidades. Dentre os múltiplos determinantes que condicionam as relações de gênero e os significados imputados ao “ser homem” e “ser mulher”, a religiosidade constitui-se numa instância importante da vida que regula as relações sexuais e de gênero. Nesse sentido, a presente pesquisa se propôs a compreender como jovens e adolescentes de uma escola pública na Área Continental de São Vicente, a partir de suas próprias trajetórias de vida e de suas religiosidades, atribuem significados ao “ser homem”, ao “ser mulher”, às relações afetivas e à sexualidade no intuito de contribuir com as políticas públicas voltadas para a juventude. O procedimento utilizado para coleta de dados foi a realização de entrevistas semiestruturadas com sete moças e um rapaz entre 15 a 18 anos, sendo seis jovens evangélicas/os e dois sem adesão institucional a comunidades religiosas. Entre os resultados, chama atenção a importância que a religiosidade assume na vida dos/as jovens, bem como algumas especificidades da vulnerabilidade dos/as jovens evangélicos/as entrevistados/as ao HIV/AIDS/DST, associados à ideia de que a opção por manter a virgindade até o casamento e o relacionamento com uma só pessoa funcionariam como mecanismos de proteção. Com a análise realizada foi possível compreender que para as e os jovens possam, de fato, ter acesso aos direitos sexuais e reprodutivos, além da necessidade dos programas voltados para a saúde sexual e reprodutiva contar com o seu protagonismo, é essencial que as políticas públicas trabalhem de maneira articulada nos territórios onde estão inseridas/os e as/os considerem enquanto sujeitos autônomos capazes de gerir a própria vida afetiva-sexual.

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Biografia do Autor

Vanessa Renata de Almeida, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Discente do curso de Serviço Social da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), campus Baixada Santista (BS). Contato: almeida.vanessarenata@gmail.com.

Cristiane Gonçalves da Silva, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Doutora em Psicologia Social pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo/USP, 2010. Professora Adjunta da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), campus Baixada Santista (BS), Eixo O Ser Humano e sua Inserção Social, Departamento Políticas Públicas e Saúde Coletiva.

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Publicado

2015-08-14

Como Citar

de Almeida, V. R., & da Silva, C. G. (2015). “RELIGIÃO NÃO SE DISCUTE?”: DECIFRANDO A CONSTRUÇÃO DOS PAPEIS SOCIAIS ENTRE JOVENS DE ESCOLA PÚBLICA EM SÃO VICENTE/SP A PARTIR DE UMA PERSPECTIVA DE GÊNERO. Cadernos De Gênero E Diversidade, 1(1). https://doi.org/10.9771/cgd.v1i1.13645

Edição

Seção

Artigos