O VALOR NARRATIVO EM ARQUIVOS PESSOAIS COMPREENDIDO COMO “ESCRITA DE SI”
DOI:
https://doi.org/10.9771/rpa.v14i2/3.30446Palavras-chave:
Escrita de si, arquivo pessoal, espaço autobiográficoResumo
Os titulares de Arquivos Pessoais formam os seus acervos pelas mais diversas motivações e essas são atreladas a valores que as justificam. O “valor narrativo” é um desses motivos que explicam por parte do titular a existência de acervos de caráter pessoal. Compreende-se que devido à impossibilidade de se preservar todos os documentos produzidos em vida, o titular de um arquivo realiza uma seleção que responda a imagem que ele deseja deixar sobre si a aqueles que irão ter acesso ao seu acervo. Logo, o titular realiza uma “escrita de si” e essa ação acontece nas fases de formação, seleção e disponibilização de seus documentos. O titular enquanto indivíduo social sofre influência da concepção que os sujeitos têm de si, logo o processo de subjetivação via “escrita de si” difere em diferentes épocas. Esse trabalho busca, portanto, contribuir com aqueles que se interessam em Arquivos Pessoais ao apresentar conceitos e teorias sobre a “escrita de si” que influenciarão a narrativa do titular do Arquivo Pessoal como um viés que explica o valor narrativo.
Downloads
Referências
ABREU, Jorge. Existir em bits: arquivos pessoais nato-digitais e seus desafios à teoria arquivística. São Paulo: ARQ-SP, 2018.
ALMEIDA, Catarina; MARTINS, Catarina. Diário de si. European review of artistic studies, Vila Real (Portugal), v. 2, n. 3, p. 25-41, 2011.
ANÍBAL, Alexandra. Vidas escritas: para uma tipologia dos documentos pessoais como fontes de uma sociologia à escla individual – o caso dos portefólios reflexivos de aprendizagens. CIES e-Working Papers, n. 117, p. 1-35, 2011. Disponível em: https://repositorio.iscte-iul.pt/bitstream/10071/3237/1/WP-CIES117_Anibal.pdf. Acesso em 18 set. 2018.
AQUINO, Júlio. A escrita como modo de vida: conexões e desdobramentos educacionais. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 37, n. 3, p. 641-656, 2011.
ARAÚJO, Carlos. Correntes teóricas da Arquivologia. Encontros Bibli, Florianópolis, v. 18, n. 37, p. 61-82, 2013.
ARAÚJO, Pedro. Trato desfeito: o revés autobiográfico na literatura contemporânea Brasileira. 2011. Dissertação (Mestrado em Teoria Literária e Literatura) - Universidade de Brasília, Brasília, 2011.
ARFUCH, Leonor. O espaço biográfico: dilemas de subjetividade contemporânea. Tradução Paloma Vidal. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 2010.
ARTIÈRES, Philippe. Arquivar-se: a propósito de certas práticas de autoarquivamento. In: TRAVANCAS, Isabel; ROUCHOU, JoËlle. HEYMANN, Luciana. Arquivos pessoais: reflexões multidisciplinares e experiências de pesquisa. Rio de Janeiro: FGV, 2013.
ASSIS, Ailton. Um lampião dentro da mala: o arquivo pessoal de Octávio Pacheco – memória e autobiografia, 2009. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Federal de São João Del Rei, São João Del Rei, 2009.
BARTHES, Roland. Roland Barthes por Roland Barthes. São Paulo: Cultrix, 1977.
BASS, Jordan. A PIM perspective: leveraging personal information management research in the archiving of personal digital records. Archivaria, Ottawa, n. 75, p. 49-76, 2013.
BATISTA, Christiane; OLIVEIRA, Paulo. A escrita de si: história e memória em diários de motocicleta. Revista Entrelaces, Fortaleza, v. 2, n. 9, p. 122-133, 2017.
BOSI, Ecléia. Memória e sociedade: lembranças de velhos. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
CAMARGO, Ana Maria de Almeida; BELLOTTO, Heloísa Liberalli (org.). Dicionário de Terminologia Arquivística. São Paulo: Núcleo Regional de São Paulo: Associação dos Arquivistas Brasileiros: Secretaria de Estado da Cultura, 1996.
CORACINI, Maria José. Escrita de si, assinatura e criatividade. 2009. Disponível em: http://nuted.ufrgs.br/oa/criativas/midiateca/modulo_1/Criatividade_na_perspectiva_de_Foucault.pdf. Acesso em: 14 jan. 2019.
CARRIJÓ, Fabiana. No ensaio da ‘Escrita de Si’: a escritura rasurada de Carolina Maria de Jesus. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE LITERATURA AFROLATINA, 2012, Uberlândia/MG. Anais [...]. Uberlândia: EDUFU, 2012. p. 215-234.
COX, Richard. Arquivos pessoais: um novo campo profissional. Belo Horizonte: UFMG, 2017.
CUNHA, Dayane. Deslocamento e memória na escrita de si: uma leitura de Varia Imaginación. Darandina, Juíz de Fora, v. 3, n. 2, p. 01-07, 2010.
EPPRECHT, Catharina. A imaginação na escrita de si: estudo a partir de Sérgio Sant’Anna. Palimpsesto, Rio de Janeiro, v. 11, n. 14, p. 02-18, 2012.
FERRARI, Bruno. As escritas de si no cenário da literatura brasileira contemporânea. Ianda, Florianópolis, v. 4, n. 1, p. 175-192, 2015.
FERREIRA, Jordan. Não, não sou quem eu represento: notas sobre a escrita de si. [201-]. Disponível em: http://docslide.com.br/documents/notas-sobre-a-escrita-de-si.html. Acesso em: 15 jan. 2019.
FOUCAULT, Michel. Ética, sexualidade e política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.
FREITAS, Andréia; SILVEIRA, Carlos; MASCIA, Márcia. O “ser-consigo” ao toque do clarim: educação, processo de subjetivação através das “escritas de si”. Revista Eletrônica de Educação, São Carlos, SP, v. 11, n. 2, p. 578-593, 2017.
KINLGER, Diana. Escrita de si, escrita do outro: autoficção e etnografia na narrativa Latino-Americana contemporânea. 2006. Tese (Doutorado em Letras) - Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.
KINGLER, Diana. Escrita de si como performance. Revista Brasileira de Literatura Comparada, Niterói, n. 12, p. 11-30, 2008.
LACAN, Jacques. O seminário. Livro XI. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985
LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas: Unicamp, 1990.
LEJEUNE, Philippe. O pacto autobiográfico: de Rousseau à internet. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.
MACEDO, Ana. Dos diários privados aos blogues: uma expressão temporalmente continuada de intimidade reflexa. In: ARAÚJO, Emilia Rodrigues et al. Tempos sociais e o mundo contemporâneo – as crises, as fases e as rupturas. Braga: Universidade do Minho, 2014. p. 44-54.
MILAN, Letícia. Escrita de si e diários: construções do gênero diante de paradigmas socioculturais. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, Rio Grande, v. 8, n. 15, p. 154-172, 2016.
MUNDET, José. Manual de archivística. Madrid: FGSR, 1994.
OLIVEIRA, Bruno. A escrita de si: genealogia. Revista Virtual das Letras, Goiânia, v. 07, n. 1, jan./jul. 2015.
OLIVEIRA, Valeska. A escrita como “cuidado de si” no espaço formativo da universidade. Santa Maria, RS: UFSM, [201-].
SCHONS, Carme. GRIGOLETTO, Evandra. Escrita de si, memória e alteridade: uma análise em contraponto. In: JORNADA INTERNACIONAL DE ESTUDOS DO DISCURSO, 2008, Maringá. Anais[...]. Maringá: UEM, 2008. p. 407-417.
SILVA, Juriene; MASCIA, Márcia. Da referência do outro à escrita de si: o discurso sobre a morte como condição de ressignificação do sujeito na educação de jovens e adultos. In: SIMPÓSIO NACIONAL DISCURSO, IDENTIDADE E SOCIEDADE, 3., 2012, Campinas. Anais [...]. Campinas: USP, 2012. p. 02-12.
SILVA, Kaline. Autobiografia x escrita de si = autoescrita. Revista Letras Rasas, Campina Grande, v. 7, n. 1, p. 08-21, 2018.
SILVA, Sheila; MOREIRA, Maria. Escrita de si e espaço biográfico – Revisão teórico-crítica. Memento, Belo Horizonte, v. 07, n. 02, p. 01-19, 2016.
SILVEIRA, Marília; FERREIRA, Ligia. Escrita de si, escritas do mundo: um olhar clínico em direção à escrita. Athenea digital, Bellaterra (Espanha), v. 13, n. 3, p. 243-263, 2013.
SVICERO, Thais. Os arquivos pessoais e sua importância como patrimônio documental e cultural. Revista História e Cultura, Franca, v. 2, n. 1, p. 221-237, 2013.
TOURAINE, Alain. Um novo paradigma: para compreender o mundo de hoje. Petrópolis: Vozes, 2006.
VELASCO, Tiago. Escritas de si contemporâneas: uma discussão conceitual. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DA ABRALIC, 14., Belém. Anais[...]. Belém: UFPA, 2015. p. 01-12.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 PontodeAcesso
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. A PontodeAcesso utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto. A revista permite que o autor retenha os direitos de publicação sem restrições.
