FEITO DE AMOR E TREVAS

FUSÕES APOLÍNEAS, DIONISÍACAS E CTÔNICAS EM "O MORRO DOS VENTOS UIVANTES", DE EMILY BRONTË

Autores

  • Manoel Carlos dos Santos Alves Universidade Federal da Bahia https://orcid.org/0009-0005-6059-743X
  • Rafael Fernandes de Souza Oliveira Centro Universitário Jorge Amado

DOI:

https://doi.org/10.9771/inventr.v0i32.56348

Resumo

Em O Nascimento da Tragédia (1992), Friedrich Nietzsche postula os dois princípios artísticos residindo no bojo das artes dramáticas da Grécia Antiga: o apolíneo e o dionisíaco. Enquanto o primeiro conceito, simbolizado pelo deus Apolo, assinala aspectos individualistas, racionais e sistematizados; o segundo, representado pelo deus Dionísio, configura elementos de comunhão, transcendentalidade e encantamento. Contudo, embora amplamente utilizados em aplicações teóricas e acadêmicas, os conceitos mostram-se suscetíveis a usos indevidos ou, então, podem fraquejar ante certos empreendimentos. A compreensão de dionisíaco, por exemplo, mostra-se, na intelectualidade hodierna, assaz comprometida, quando assimilada somente por sua índole hedonista. À vista disso, Camille Paglia, na obra Sexual Personae (1990), desenvolveu uma noção complementar intitulada “ctônico”. Proveniente da palavra grega chthōn, significando “terra” ou “da terra”, “do solo”, o ctônico implica num impulso saturado por agressividade, erotismo e (auto)destruição. Logo, o presente artigo dedicou-se a investigar as nuances apolíneas, dionisíacas e ctônicas incutidas na tessitura da obra O Morro dos Ventos Uivantes (2016), de Emily Brontë. A análise, considerando elementos estéticos e narrativos, levou-nos à conclusão de que, para além da dicotomia apolíneo e ctônico fundamentando a atmosfera e a diegese, construiu-se uma relação limítrofe entre dionisíaco e ctônico na expressão afetiva dos personagens. 

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Biografia do Autor

Manoel Carlos dos Santos Alves , Universidade Federal da Bahia

Mestre em Literatura e Cultura (PPGLitCult), graduado em Letras - Inglês, ambas formações pela Universidade Federal da Bahia. Possui experiência como professor de língua inglesa no Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação das Universidades Públicas Federais no Estado da Bahia (ASSUFBA). Em 2022, foi contemplado com o ABEI/ESP Grant to a Junior Researcher, prêmio cedido pela Associação Brasileira de Estudos Irlandeses. Em 2022, foi contemplado com o ABEI/ESP Grant to a Junior Researcher, prêmio cedido pela Associação Brasileira de Estudos Irlandeses. Ministrou, na XII Jornada de Estudos Irlandeses, o curso de extensão "A História do Romance O Romance na História: literatura irlandesa clássica e contemporânea". Para além da aplicação no âmbito acadêmico, possui experiência em tradução de textos literários. publicou, no ano de 2020, os seguintes contos: Dark Mirror e Nossa Última História de amor. Em 2021, organizou a coletânea Crônicas Soteropolitanas. Gramática do lar (2021) é o seu primeiro romance.

Rafael Fernandes de Souza Oliveira, Centro Universitário Jorge Amado

Graduando em Psicologia, no Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge). Possui experiências como monitor de Neurociências, e, atualmente de Etiologia. Para além de diretor de esportes (futsal) da atlética, participa do programa Mentoring, e do VOLTA - Grupo de Estudos Irlandeses e Pesquisas sobre Cinema Irlandês Contemporâneo, na Universidade Federal da Bahia.  

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Publicado

2023-12-23

Como Citar

Alves , M. C. dos S. ., & Oliveira, R. F. de S. (2023). FEITO DE AMOR E TREVAS: FUSÕES APOLÍNEAS, DIONISÍACAS E CTÔNICAS EM "O MORRO DOS VENTOS UIVANTES", DE EMILY BRONTË. Inventário, (32), 86–106. https://doi.org/10.9771/inventr.v0i32.56348

Edição

Seção

Artigos