https://periodicos.ufba.br/index.php/inventario/issue/feed Revista Inventário 2023-12-23T21:25:52+00:00 Editoria inventar@ufba.br Open Journal Systems <p>A Revista Inventário é editada pelo corpo discente dos Programas de Pós-Graduação do Instituto de Letras. Tem por política editorial publicar, semestralmente, artigos científicos, ensaios, resenhas e relatos de experiência, produzidos no âmbito dos estudos linguísticos e/ou literários cujos originais tenham obtido parecer positivo de pelo menos dois avaliadores especializados na área específica do trabalho submetido.</p> <p><br />Área do conhecimento: Linguística e Literatura</p> <p>ISSN (On-line): 1679-1347 - Qualis (2017-2020): B2</p> <p>Periodicidade: Semestral</p> https://periodicos.ufba.br/index.php/inventario/article/view/58596 EDITORIAL 32 2023-12-23T19:34:06+00:00 Bruno Ferreira Vicente brnfvicente@gmail.com Naiara Santana Pita naiara.pita@ufba.br Sanio Santos sanio.santos@gmail.com 2023-12-23T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 Inventário https://periodicos.ufba.br/index.php/inventario/article/view/56177 LEMBRANÇA DE UM BEIJO EM VÊNUS 2023-09-30T01:48:28+00:00 Hêmille Raquel Santos Perdigão hrsperdigao@yahoo.com.br <p>Este trabalho propõe a leitura das cenas do romance Ulysses, de James Joyce, em que há descrições picturais do feminino. A hipótese do trabalho foi que tais cenas compõem um importante fio narrativo do romance, pois é a partir dele que encontramos o motivo inicial da crise do casamento dos protagonistas Leopold e Molly Bloom. No romance, não há a denominação de nenhuma obra de arte, de modo que fez parte, deste trabalho, identificar, nas descrições picturais, a qual pintura o texto se referia. A conclusão foi que Leopold formou, subjetivamente, uma imagem de Molly, no início do relacionamento, que corresponde à pintura <em>O nascimento de Vênus</em>, de Sandro Botticelli. Após ver a esposa, no presente, em contraste com a reprodução de uma pintura do banho de Diana, Leopold Bloom compara o seu casamento ao mito de Diana e Acteão. Por fim, em uma das últimas aparições do personagem no romance, ele beija a esposa como uma versão espelhada da pintura Vênus ao espelho, de Diego Velásquez. O beijo marca o momento em que Leopold percebe a insolúvel discrepância entre a sua mulher, real, e as mulheres reproduzidas nas obras de arte.</p> 2023-12-23T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 Inventário https://periodicos.ufba.br/index.php/inventario/article/view/56070 A TRAGÉDIA EM UM MUNDO INVERTIDO 2023-10-13T16:16:28+00:00 João Marcos Cilli de Araujo jmcillidearaujo@gmail.com <table> <tbody> <tr> <td> <p><span style="font-weight: 400;">Este trabalho tem por objetivo fornecer uma breve investigação a respeito do romance </span><em><span style="font-weight: 400;">Um jogador</span></em><span style="font-weight: 400;">, de Fiódor Dostoiévski (1821-1881). A análise proposta é feita a partir de um olhar sobre seu protagonista, o jovem Aleksiéi Ivânovitch, e de uma possível genealogia na qual ele se insere: a dos preceptores. Para tanto, incorre-se em uma leitura de outros dois jovens educadores da literatura ocidental:&nbsp; Läuffer, protagonista da peça </span><em><span style="font-weight: 400;">O preceptor</span></em><span style="font-weight: 400;"> (1774), de Lenz (1751-1792); e Julien Sorel, personagem central de </span><em><span style="font-weight: 400;">O vermelho e o negro</span></em><span style="font-weight: 400;"> (1830), de Stendhal (1783-1842), ambos ocupantes de posições subalternas nas sociedades em que vivem e sujeitos a destinos algo trágicos, o que prefigura o fim miserável de Aleksiéi. A partir de tal percurso, ancorado no aporte teórico de autores como György Lukács (1885-1971), além de pequenas incursões nas obras do Warwick Research Collective (WREC) e de Erich Auerbach (1892-1957), acredita-se ser possível construir um retrato crítico a respeito da experiência burguesa ocidental e suas consequências no Império Russo, tema caro a Dostoiévski e que parece constituir um dos núcleos centrais do romance </span><em><span style="font-weight: 400;">Um jogador. </span></em><span style="font-weight: 400;">&nbsp;</span></p> </td> </tr> </tbody> </table> 2023-12-23T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 Inventário https://periodicos.ufba.br/index.php/inventario/article/view/55644 MUDANÇAS HISTÓRICAS NA CONDIÇÃO DO TRABALHO INFANTIL 2023-09-25T23:31:11+00:00 Ramiro Rodrigues Coni Santana ramiroconisantana@hotmail.com <p>A participação de crianças na vida comunitária e familiar através do trabalho foi um fato social em diferentes culturas e épocas históricas. No entanto, entre o final do século XVIII e início do século XIX, inicia-se como parte das novas relações de trabalho nas sociedades industriais a exploração do trabalho na infância, que tornou o trabalho infantil um problema social com graves consequências para crianças, adolescentes e famílias. No presente artigo, discute-se as mudanças no <em>status </em>do trabalho infantil sob uma perspectiva histórica. O trabalho infantil, inicialmente uma atividade familiar e doméstica, ao transformar-se em mazela social grave, exigiu de estados e organizações a construção de marcos regulatórios e estratégias de erradicação que foram sendo gradualmente implementadas. Alguns movimentos pioneiros em países europeus e no contexto norte-americano são apresentados. O trabalho infantil no Brasil colonial e no Brasil republicano também são discutidos. No caso brasileiro a instituição do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) representou um marco significativo na garantia de direitos de crianças e adolescentes e foi um importante instrumento jurídico no combate ao trabalho infantil. No entanto, discute-se que tensões têm sido geradas uma vez que uma perspectiva proibitiva e fiscalizadora do trabalho infantil pode implicar em embates com práticas culturais pautadas no trabalho e que têm a participação das crianças.</p> 2023-12-23T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 Inventário https://periodicos.ufba.br/index.php/inventario/article/view/56154 UMA ANÁLISE DAS RELATIVAS DE “QUE E ONDE” DO PORTUGUÊS ORAL MOÇAMBICANO 2023-10-21T10:04:31+00:00 Sousa Horácio Bartolomeu sousahoracio5@gmail.com <p>Neste artigo são discutidos questões referentes ao uso do pronome relativo “Que e Onde” no Português oral Moçambicano com o tema “<strong>Análise das relativas de “Que </strong>e <strong>Onde” do português oral Moçambicano” </strong>cujo objectivo é compreender a situação actual da Língua Portuguesa e fazer as análises sub ponto de vista sintáctica, diante disto para obtenção dos dados utilizamos a metodologia da análise do discurso extraído em diversos programas dos canais televisivos nacionais e em entrevistas informais tidas com os estudantes do curso de Engenharia Agropecuária e Engenharia Alimentar da Faculdade de Ciências Agrárias. Os programas específicos explorados foram: O Jornal da Noite da TVM, Fala Moçambique da Miramar, Resenha Semanal da Miramar e Jornal Principal da TV SUCESSO e foi possível colectar cem (100) construções relativas de “Onde e Que” e durante a análise compreendeu-se que o Português falado em Moçambique está distanciado do Português padrão porque num universo de cem construções relativas apenas nove correspondentes a 9% foram canónicas e 84% foram desviantes da norma padrão. Os desvios identificados centram-se na Dupla ocorrência de relativas; Uso do constituinte “Onde” com um antecedente – LOC; Uso dos pronomes em situações em que deveria ocorrer a categoria vazia; Escolha indevida do pronome. Na leitura do <em>corpus</em> foi possível compreender a interferência linguística da L1 (línguas bantus) na L2 (Língua Portuguesa), pois nas línguas bantus os pronomes possuem as mesmas características fonéticas e isso faz com que alguns falantes que possuem ou não a língua bantus como L1 cometam este erro, por isso concluímos que se precisa fazer um estudo linguístico forte a fim de padronizar a variação do português falado em Moçambique.</p> 2023-12-23T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 Inventário https://periodicos.ufba.br/index.php/inventario/article/view/53332 FOGO-FÁTUO, UMA POÉTICA EM COMBUSTÃO 2023-10-27T11:31:49+00:00 Julia Pedreira Monteiro monteirojuliap@gmail.com <p class="western" align="justify"><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Este artigo </span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;">busca</span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;"> fazer um sobrevoo sob</span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;">re</span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;"> a poética haroldiana, tendo como foco sobretudo o período do pós concretismo, quando Haroldo </span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;">de Campos </span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;">adentra os meandros do sentido e do corpo e compõe sua obra </span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><em>Educação dos Cinco Sentidos</em></span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;"> (2013). A </span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;">investigação</span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;"> aqui não é por definir e encerrar a imensidão labiríntica de sua obra, ao contrário, trata-se de colher </span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;">e investigar</span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;"> alguns dos seus versos, </span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;">mapeando</span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;"> percepções e reflexões que possam expandir a forma como lemos e compreendemos </span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;">a</span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;"> sua poesia</span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;">. </span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Entre a materialidade da palavra e a fabulação poética, </span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;">buscamos fazer </span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;">uma arqueologia minuciosa no mínimo que resta dos estilhaços </span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;">d</span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;">e seus versos.</span></span></span> <span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Não se trata tanto de perguntar o que é a poesia, mas sim, </span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><em>como ela é</em></span></span></span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial Narrow, sans-serif;"><span style="font-size: small;">. </span></span></span></p> 2023-12-23T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 Inventário https://periodicos.ufba.br/index.php/inventario/article/view/56348 FEITO DE AMOR E TREVAS 2023-10-19T14:05:12+00:00 Manoel Carlos dos Santos Alves mcsantosalves@gmail.com Rafael Fernandes de Souza Oliveira rafaalc12@gmail.com <p>Em <em>O Nascimento da Tragédia</em> (1992), Friedrich Nietzsche postula os dois princípios artísticos residindo no bojo das artes dramáticas da Grécia Antiga: o apolíneo e o dionisíaco. Enquanto o primeiro conceito, simbolizado pelo deus Apolo, assinala aspectos individualistas, racionais e sistematizados; o segundo, representado pelo deus Dionísio, configura elementos de comunhão, transcendentalidade e encantamento. Contudo, embora amplamente utilizados em aplicações teóricas e acadêmicas, os conceitos mostram-se suscetíveis a usos indevidos ou, então, podem fraquejar ante certos empreendimentos. A compreensão de dionisíaco, por exemplo, mostra-se, na intelectualidade hodierna, assaz comprometida, quando assimilada somente por sua índole hedonista. À vista disso, Camille Paglia, na obra <em>Sexual Personae</em> (1990), desenvolveu uma noção complementar intitulada “ctônico”. Proveniente da palavra grega chthōn, significando “terra” ou “da terra”, “do solo”, o ctônico implica num impulso saturado por agressividade, erotismo e (auto)destruição. Logo, o presente artigo dedicou-se a investigar as nuances apolíneas, dionisíacas e ctônicas incutidas na tessitura da obra <em>O Morro dos Ventos Uivantes</em> (2016), de Emily Brontë. A análise, considerando elementos estéticos e narrativos, levou-nos à conclusão de que, para além da dicotomia apolíneo e ctônico fundamentando a atmosfera e a diegese, construiu-se uma relação limítrofe entre dionisíaco e ctônico na expressão afetiva dos personagens.&nbsp;</p> 2023-12-23T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 Inventário https://periodicos.ufba.br/index.php/inventario/article/view/56167 O CORPO COMO TEXTO 2023-10-12T00:57:32+00:00 Renata Mocelin Penachio mocelinrenata6@gmail.com <p>Neste artigo busco unir minhas aspirações, a antropologia e a literatura, para uma investigação cuidadosa que emerge a partir da complexa intersecção dos saberes que são as fronteiras da historiografia brasileira. O corpo como forma de elegibilidade do texto e o texto como forma de elegibilidade do corpo. Trazer para o corpo as discussões sobre as problemáticas étnicas do país é materializar as marcas da colonização, mesmo que essas marcas estejam representadas nas lacunas psicoexistênciais que transitam entre a verdade e a ficção. O exercício de alteridade que a literatura promove é o redimensionar das estruturas subjetivas que o pensamento colonial impõe e provoca antes, durante e pós período escravocrata. Não é apenas do período histórico que advém a escravidão, mas do pensamento que perpetua na historicidade suas marcas de violência. Aqui, analiso os contos <em>Negrinha</em>, de Monteiro Lobato, e <em>Pai contra mãe</em>, de Machado de Assis, na intenção de encarar a importância e impacto da narrativa ficcional na reflexão e (re)constituição da história do país.</p> 2023-12-23T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 Inventário https://periodicos.ufba.br/index.php/inventario/article/view/55921 EXPERIÊNCIA MÍSTICA EM “MISS ALGRAVE”, DE CLARICE LISPECTOR 2023-10-18T00:27:35+00:00 Douglas Santana Ariston Sacramento douglas.ariston.18@gmail.com <p>Clarice Lispector (1920-1977) é uma escritora que figura o cânone da literatura nacional brasileira. Entre seus escritos, os quais perpassam diversos gêneros literários, destaca-se a sua produção de contos. “Miss Algrave” é um dos contos que compõe a coletânea <em>A via crucis do corpo</em>, e retrata sobre a personagem homônima, uma mulher que vive numa Inglaterra cheia de restrições e moralidades de dogma cristão. Até que, em uma noite de sábado, participa de uma experiência mística marcado pelo erótico com um ser de Saturno, Ixtlan, que lhe tira a virgindade e transforma a vida de Miss Algrave completamente. Assim, o presente artigo empreende uma leitura sobre o conto levando em consideração a ascese vivenciada pela personagem feminina antes da experiência mística e a experiência mística em si. Esta discussão, portanto, é pautada em teóricos que discutem a relação entre literatura e experiência religiosa, ou que estudam sob um viés filosófico a obra clariciana.</p> 2023-12-23T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 Inventário https://periodicos.ufba.br/index.php/inventario/article/view/56039 POR UMA POLÍTICA DOS VIVENTES NA POESIA DE ALBERTO PUCHEU 2023-10-17T01:01:08+00:00 Taise Teles Santana de Macedo taiseteles@yahoo.com.br <p>Publicada em 2020, <em>vidas rasteiras</em>, obra do artista e poeta Alberto Pucheu, aponta uma série de vidas, aparentemente frágeis, que buscam “saídas da morte”: mulheres sem-teto, mendigas, indígenas, imigrantes, trabalhadores precários. Apesar de todas as intempéries a que estão submetidos, tais corpos conseguem se livrar, se vingando, de inúmeras imposições deste “mundo cão”. Nesse sentido, este trabalho discute como o poema, enquanto máquina de guerra, fabula uma resposta às violências do nosso tempo; se o momento é de “fezes”, sobretudo quando o outro é visto como estranho, um inimigo, a quem devemos exterminar, nos versos pucheuteanos expor-se ao outro mobiliza a construção de um espaço de alianças, de partilhas e de ressignificação da própria noção de comunidade. Para isso, nos apropriaremos do conceito de “qualquer” e de “comum”, respectivamente dos pensadores Giorgio Agamben (1993) e Maurice Blanchot (2013), e do conceito de “comunidade”, de Jean Luc-Nancy (2016). Nesse sentido, compreenderemos como as vidas miúdas e rasteiras dos textos pucheuteanos fundam, a cada movimento e expansão, modos e possibilidades do ser-em-comum</p> 2023-12-23T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 Inventário https://periodicos.ufba.br/index.php/inventario/article/view/56297 ENSINO DE LIBRAS PARA ATENDENTES DO SINE/MG 2023-09-21T12:11:33+00:00 Eva dos Reis Araújo Barbosa eva.letrasufmg@hotmail.com <p>Este artigo apresenta os resultados obtidos a partir da oferta do Curso Básico de Libras pela Universidade do Estado de Minas Gerais, em uma iniciativa de Extensão, por meio da Coordenadoria de Ensino a Distância, atendendo à demanda da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, na capacitação de profissionais atendentes dos postos do Sistema Nacional de Emprego, nas diversas cidades de Minas Gerais. Os pressupostos teóricos deste trabalho contemplam a acessibilidade comunicacional, por meio da Libras (MOURA <em>et al.</em>, 2021; BRASIL, 2002; 2005; 2015), além do ensino dessa língua espaço-visual na modalidade de Educação a Distância (SANTOS <em>et al</em>. 2015; SILVEIRA, 2022). O curso foi realizado pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) <em>Moodle </em>e sua ementa compreendeu tópicos voltados para as necessidades do público-alvo, sendo divididos em cinco unidades de aprendizagem, desenvolvidas a partir variados recursos do AVA. Ao final do curso, os alunos responderam a um questionário de avaliação, demonstrando que, de maneira geral, a iniciativa cumpriu com seu objetivo principal de fomentar a acessibilidade comunicacional durante o atendimento de pessoas surdas e com deficiência auditiva que buscam oportunidades de trabalho via sistema público de emprego, formando profissionais mais conscientes a respeito das especificidades linguístico-culturais dos surdos.</p> 2023-12-23T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 Inventário https://periodicos.ufba.br/index.php/inventario/article/view/56157 A ANCESTRALIDADE EM CONTOS DE "DORAMAR OU A ODISSÉIA: HISTÓRIAS", DE ITAMAR VIEIRA JUNIOR 2023-11-06T16:40:49+00:00 Marcos Antonio Fernandes dos Santos prof.marcosf8@gmail.com Stela Maria Oliveira da Silva stelaoliveira55@outlook.com <p style="font-weight: 400;">O presente artigo tem como objetivo investigar como a ancestralidade é construída na obra <em>Doramar ou A odisseia: histórias</em>, de Itamar Vieira Junior, na qual são relatados acontecimentos singulares que possuem um diálogo com questões sociais, e a multiplicidade de culturas que formam o país, o que se observa, por exemplo, através da diversidade linguística que constitui a narrativa. O artigo tem cunho bibliográfico, e para construção teórica utilizou-se de autores como Jesus (2021), Viviani (2022), Cortázar (1974), Evaristo (2009), entre outros. A leitura das narrativas evidenciou, entre algumas questões, que as personagens estabelecem uma relação com seus ancestrais, a qual é marcada pelo respeito e devoção. Para a construção das suas narrativas, por exemplo, Vieira Junior utiliza da experiência brasileira, um material vivo, do passado e/ou do presente, assumindo um olhar artístico e utilizando-se do retorno à memória para construir um texto firmado na realidade histórica.</p> 2023-12-23T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 Inventário https://periodicos.ufba.br/index.php/inventario/article/view/56345 CULTURA PRETA, REPRESENTATIVIDADE E ANTIRACISMO 2023-12-08T14:29:19+00:00 Gilberto Alves Araújo gilbertoa.araujo@yahoo.com.br Odilia Cardoso odiliacardoso@gmail.com Gizélia Maria da Silva Freitas gizeliamfreitas@gmail.com <p>Este trabalho discute os modos pelos quais a política identitária ao redor e no cerne do filme <em>A Pequena Sereia </em>(2023) é tratada enquanto elemento constitutivo de um projeto político-econômico de sobrevivência da empresa estadunidense Disney. Nesse mesmo sentido, este artigo problematiza também os efeitos e implicações do tratamento dispensado a essa política identitária, que se associa às subjetividades e culturas negras, bem como à luta antirracista que estas demandam. Para tanto, recorre-se à metodologia dos Estudos Culturais (MORAN, 2015; CASHMORE, 1997) e a uma perspectiva eventualmente comparativa entre as versões do filme em 1989 e 2023. Empregam-se também, no bojo teórico desse debate, referenciais que tematizam identidades e manifestações culturais negras dentro e fora da indústria cultural, como Hooks (1995), Lee e Rover (1993), Haider (2019), dentre outros. Resultados dessa incursão analítica sugerem que o filme, a despeito de sua centralidade pretérita na branquitude, é artificialmente alterado para assegurar, dentre outras coisas, a aparência de <em>inovação/disrupção,</em> a partir de uma leitura mercadológica que a Disney opera de seus rivais na indústria. Semelhantemente, a companhia configura/lança a obra na esperança de garantir <em>lucros</em> financeiros e simbólicos mais abundantes. Ao mesmo tempo, a empresa se utiliza da obra para ofertar uma responsividade às <em>demandas sociais</em> por representação negra no cinema e ensaia uma execução de <em>justiça/reparação histórica</em> para com a cultura afro em pretensa oposição ao seu passado racista.</p> 2023-12-23T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 Inventário https://periodicos.ufba.br/index.php/inventario/article/view/56148 LEITURA LITERÁRIA COMO RECURSO PEDAGÓGICO NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM DE EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA 2023-10-16T16:30:22+00:00 Cleiton Santos Bassete cleitonbassete@gmail.com Mariana Ferreira Santana marianaferreirasantana84@gmail.com Magno Santos Batista magnosantos01@yahoo.com.br <p>A leitura literária desempenha papel fundamental no processo de ensino-aprendizagem como ferramenta pedagógica de uma educação antirracista, pois permite que os estudantes explorem diferentes gêneros literários, isto é, contos, crônicas, romances e narrativas acerca das temáticas raciais. É salutar que os educadores possibilitem aos alunos (as) discussões sobre as matérias raciais que emergem das obras literárias e promovam um diálogo crítico na formação dos discentes. Diante disso, questiona-se a necessidade de espaços de discussão racial no processo de ensino-aprendizagem pela promoção da leitura ou releituras das obras literárias que despertem na comunidade escolar a reflexão, as dificuldades, as conquistas e batalhas enfrentadas pelos negros no Brasil e no Mundo. O trabalho tem como objetivo apresentar as atividades desenvolvidas no Colégio Jairo Alves Pereira, localizado no município de Eunápolis-Ba, tendo como premissa o projeto de intervenção intitulado “O Universo da Leitura: perspectivas artísticas e literárias. Dentre as atividades desenvolvidas, realizamos a releitura da obra de Chico Buarque “Chapeuzinho Amarelo” no formato de encenação teatral. Para tanto, selecionamos os autores (as) para fundamentar o artigo: Cosson (2019), Munanga (2000), Van Dijk (2021), Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, entre outros. Portanto, as obras literárias são importantes instrumentos de discussões raciais e antirracistas, pois contribuem para o desenvolvimento de práticas pedagógicas sociais efetivas que busquem contraditar o racismo. Por fim, os resultados apontam para o constructo da conscientização racial nas escolas, a importância do trabalho de obras literárias que contextualizam a temática antirracista e utilizadas como ferramentas de luta social nos processos pedagógicos de ensino.</p> 2023-12-23T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 Inventário https://periodicos.ufba.br/index.php/inventario/article/view/56145 ENTRE A CRUZ E O RIFLE 2023-11-19T21:36:37+00:00 Hélder Brinate Castro helderbrinate@yahoo.com.br <p>O Regionalismo surge com a intenção de retratar de forma fiel e objetiva as particularidades e as características distintas de determinada região, buscando representar de maneira imediata e documental a realidade rural, com suas nuances culturais e sociais. Assim, a crítica e a historiografia literárias brasileiras costumam interpretar os dramas explorados por essa estética como mera extensão especular de uma realidade local. Relegam-se a um segundo plano os profundos embates emocionais enfrentados pelas personagens, não os compreendendo como causas dos acontecimentos narrados, mas apenas como consequências das ações executadas. Essa perspectiva limitada pode obscurecer a potência trágica e emocional dos dramas vividos pelas personagens. Dessa maneira, a pretensão especular antecipada pela crítica parece embaçar suas lentes, fazendo-a desconsiderar a potência trágica de dramas experimentados por personagens, como as dos romances <em>Pedra Bonita </em>(1938) e <em>Cangaceiros </em>(1953), ambos do escritor José Lins do Rego, sobre os quais este trabalho se debruça.</p> 2023-12-23T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 Inventário https://periodicos.ufba.br/index.php/inventario/article/view/56315 A PRESENÇA DO LIRISMO MEDIEVAL NA POESIA AL BERTIANA 2023-12-01T12:14:36+00:00 Erivaldo Santos de Sousa erivaldodesousa1976@gmail.com <p>O presente artigo tem como intuito apresentar a literatura al bertiana no que tange a sua errância, e ao seu erotismo em meio ao comportamento contracultural do autor. Para isso, foram revisitados trechos dos livros <em>À procura do vento num jardim d’agosto </em>(1977) e <em>Meu fruto de morder</em>, <em>todas as horas </em>(1979). Em perspectiva comparatista com a poesia satírica - <em>Nostro</em>, <em>Senhor</em>, <em>com’eu ando coitado </em>do trovador Martim Soares e entre outros exemplos da poesia medieval, satírica, erótica e nômade dos goliardos. O desregramento da vida social, a rebeldia, o erotismo, a burla e o nomadismo serão observados, salientando também o quão foi e é presente a poesia medieval, a sua importância, a sua reflexão e fusão ao meio artístico-social-cultural em tempos atuais. Outros autores e seus respectivos textos foram aqui também revisitados como forma de contextualização teórica da escrita, como, por exemplo, <em>Uma estadia no inferno</em>, <em>Poemas escolhidos</em> e <em>A carta do</em> <em>vidente</em> de Arthur Rimbaud (2003); <em>Mil Platôs</em> de Deleuze e Guattari (1995); <em>A noite dos</em> <em>espelhos</em> de Manuel de Freitas (1999); e, <em>Charles Baudelaire</em> de Walter Benjamin (1994).</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: Poesia medieval; Errancia; Al Berto; Martim Soares; Goliardos</p> 2023-12-23T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 Inventário https://periodicos.ufba.br/index.php/inventario/article/view/56298 SEBASTIÃO 2023-10-13T16:12:17+00:00 Bruna Senke Marcelino brunamarcelino38@gmail.com <p>O presente trabalho busca investigar a atuação de Sebastião no romance O primo Basílio (1878) de Eça de Queirós (1845-1900) frente à defesa das aparências que mantém a sociedade burguesa lisboeta. Pretende-se analisar a atuação dessa personagem principalmente através de seus discursos, pois a figuração da personagem se dá de forma dinâmica no decorrer da narrativa. O objetivo deste estudo é verificar como a imagem da família burguesa e da esposa ideal se sustentam no romance diante da comunidade mesmo após o adultério, logo, tendo isso em vista, percebe-se que Sebastião atua de diversas formas para que a verdade sobre Luísa não seja revelada.</p> 2023-12-23T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 Inventário https://periodicos.ufba.br/index.php/inventario/article/view/56290 AVALIAÇÃO DE TRADUÇÃO DE POESIA 2023-12-05T07:53:08+00:00 Juliana Cunha Menezes zhulina12@yahoo.com <p>Este estudo, que se insere no viés pós-estruturalista, está conectado com a minha pesquisa de doutorado, a qual apresentou a hipótese da possibilidade de se estabelecerem categorias capazes de instrumentalizar avaliações minimamente consensuais de traduções de poesia. Assim, dadas duas ou mais traduções de um poema, submetidas a dois ou mais avaliadores que adotem categorias uniformes de análise, suas avaliações, ainda que não idênticas, terão em comum alguns pontos relevantes. A busca pelo consenso foi feita através da anotação, uma das atividades da Linguística Computacional, que consiste em identificar e classificar um certo fenômeno linguístico, utilizando rótulos, etiquetas, <em>categorias</em>, em um determinado corpus para, assim, atingirmos uma determinada meta. Neste estudo, especificamente, destacamos, através da anotação, alguns aspectos semântico-lexicais de um poema original em inglês, os quais foram alterados, omitidos, acrescentados, na tradução em português. O objetivo deste trabalho é discutir parte do processo de explicitação, sistematização e validação de categorias para as avaliações em questão, apresentando convergências e divergências entre duas anotações diferentes dos mesmos original e tradução.</p> 2023-12-23T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2023 Inventário