FAMÍLIAS CIRCENSES NO DEVIR DA TRADICIONALIDADE: desafios teórico-metodológicos no contexto de uma etnografia itinerante em Minas Gerais

Autores

  • Mayara Ferreira Mattos Universidade Federal de Minas Gerais

Resumo

Este artigo tem por finalidade produzir um esboço dos desafios que permearam o mapeamento das famílias circenses que se deslocam por Minas Gerais, o qual teve como objetivo caracterizar essas famílias como uma comunidade tradicional, visando à instrumentalização política dessa categoria como mais uma estratégia de luta para o coletivo. Acompanhando a dinâmica diária de pequenos circos que transitam, principalmente, pela região metropolitana de Belo Horizonte, e participando das reuniões da Rede de Apoio ao Circo, intento compreender a importância da transmissão dos conhecimentos circenses num devir criativo, temporal e espacial constante; para além de uma tradição estática, as identidades circenses são (re)elaboradas continuamente, desenvolvendo práticas cotidianas ao longo de rotas territoriais marcadas. O sentimento de pertencimento a uma comunidade mobiliza a memória e evoca construções coletivas de identidades que permeiam os indivíduos e conformam as relações históricas do grupo. Sendo assim, é acionando características próprias que os/as circenses se constituem como comunidade tradicional, mobilizando-se para garantir modos específicos de reprodução sociocultural e lutando para que seus conhecimentos sejam respeitados na sua diversidade. Pois, tradicionalidade implica comungar valores próprios aos membros das famílias circenses, ao mesmo tempo que a tradição os/as constroem, eles/elas refazem a tradição, processo dialético de construção de identidades consolidada em conhecimentos tradicionais transferidos e atualizados a cada geração. PALAVRAS-CHAVE: Famílias circenses. Identidade. Tradição. Território.

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Biografia do Autor

Mayara Ferreira Mattos, Universidade Federal de Minas Gerais

Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Antropologia (PPGAN) da Universidade Federal de Minas Gerais/UFMG. É antropóloga e funcionária pública do Tribunal de Justiça de Minas Gerais; desenvolveu pesquisas como voluntária pelo programa Mapeamento de Povos e Comunidades Tradicionais em Minas Gerais: Visibilização e Inclusão Sociopolítica, além de ser colaboradora da Rede de Apoio ao Circo (RAC).

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Publicado

2020-09-03

Edição

Seção

CADERNO