CONTEMPLANDO OS DESTROÇOS DO FUTURO: A MEMÓRIA HISTÓRICA REVESTIDA DE FICÇÃO EM O CONTO DA AIA
DOI:
https://doi.org/10.9771/ell.i70.43689Palavras-chave:
Literatura Comparada, Distopia, Memória, Papel femininoResumo
Partindo das discussões sobre literatura, memória e história, objetiva-se, neste estudo, analisar o romance distópico O conto da Aia, [1985] (2017), de Margareth Atwood, como um gênero literário capaz de retomar vestígios da memória. Sustenta-se aqui, a associação entre memória e distopia como algo que se fundamenta no argumento de que textos distópicos são formas de retomar a tradição, problematizando riscos sociais e políticos e ressignificando as questões decorrentes do campo da formação das identidades. Assim, propõe-se, neste estudo, tecer algumas reflexões sobre os rastros do passado realocados sob a forma de ficção e ambientados em um futuro pós-apocalíptico no romance, mobilizando o conceito antropológico de valência diferencial dos sexos e o conceito de memória para estabelecer alguns caminhos comparativos entre as personagens deste romance e alguns arquétipos bíblicos.
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