CONTEMPLANDO OS DESTROÇOS DO FUTURO: A MEMÓRIA HISTÓRICA REVESTIDA DE FICÇÃO EM O CONTO DA AIA

Autores

  • Valdinei José Arboleya Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)

DOI:

https://doi.org/10.9771/ell.i70.43689

Palavras-chave:

Literatura Comparada, Distopia, Memória, Papel feminino

Resumo

Partindo das discussões sobre literatura, memória e história, objetiva-se, neste estudo, analisar o romance distópico O conto da Aia, [1985] (2017), de Margareth Atwood, como um gênero literário capaz de retomar vestígios da memória. Sustenta-se aqui, a associação entre memória e distopia como algo que se fundamenta no argumento de que textos distópicos são formas de retomar a tradição, problematizando riscos sociais e políticos e ressignificando as questões decorrentes do campo da formação das identidades. Assim, propõe-se, neste estudo, tecer algumas reflexões sobre os rastros do passado realocados sob a forma de ficção e ambientados em um futuro pós-apocalíptico no romance, mobilizando o conceito antropológico de valência diferencial dos sexos e o conceito de memória para estabelecer alguns caminhos comparativos entre as personagens deste romance e alguns arquétipos bíblicos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Valdinei José Arboleya, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)

Mestre em Estudos Literários pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE. Doutorando em Estudos Literários Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE. Professor de Língua e Literatura da Faculdade Assis Gurgacz.

Referências

ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo: antissemitismo, imperialismo, totalitarismo. Trad. Roberto Raposo. 4. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

ATWOOD, Margaret E. O conto de Aia. Trad. Ana Deiró. Rio de Janeiro: Rocco, 2017.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2004.

CANDIDO, Antônio. Literatura e Sociedade: Estudos de teoria literária e de história literária. 8. ed. São Paulo: T.A. Queiroz, 2000.

CLAEYS, Gregory. Utopia: a história de uma ideia. São Paulo: Edições SESC SP, 2013.

DAMATTA, Roberto. Espaço, cidadania, mulher e morte no Brasil. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 1991.

FERNÁNDEZ PRIETO, Celia. Poética de la novela histórica como género literario. In: Signa. Revista de la Asociación Española de Semiótica. Núm. 5, 1996, pp. 185-201.

FROMM, Erich. Posfácio (1961). In: ORWELL, George. 1984. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. Trad. Laurent Léon Schaffter. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1990.

HÉRITIER, Françoise. Masculino Feminino II: dissolver a hierarquia. Lisboa: Instituto Piaget, 2002.

JACOBY, Russell. O fim da Utopia. Rio de Janeiro: Record, 2001.

LE GOFF, Jacques. História e Memória. Trad. Bernardo Leitão et al. Campinas, SP Editora da UNICAMP, 1990.

PESAVENTO, Sandra J. Fronteiras da ficção: diálogos da história com a literatura Discurso histórico e narrativa literária. In: Anais do XX Simpósio Nacional de História – ANPUH. Florianópolis, julho 1999.

PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Direito de Família: uma abordagem psicanalítica. 2. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 1999.

RICOUER, Paul. Tempo e narrativa. Trad. Roberto Leal Ferreira. Csmpinas, SP: Papirus, 1997. Vol III.

RICOUER, Paul. Le memóire saisie par l’histoire. In: Revista de Letras, Universidade Estadual Paulista, v. 43, n. 02, jul/dez 2003. PP 15-28. Número especial sobre memória e literatura.

Downloads

Publicado

2021-12-11

Como Citar

ARBOLEYA, V. J. CONTEMPLANDO OS DESTROÇOS DO FUTURO: A MEMÓRIA HISTÓRICA REVESTIDA DE FICÇÃO EM O CONTO DA AIA. Estudos Linguísticos e Literários, Salvador, n. 70, p. 504–523, 2021. DOI: 10.9771/ell.i70.43689. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/estudos/article/view/43689. Acesso em: 20 abr. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS / ARTICLES