CONTEMPLANDO OS DESTROÇOS DO FUTURO: A MEMÓRIA HISTÓRICA REVESTIDA DE FICÇÃO EM O CONTO DA AIA

Autores

  • Valdinei José Arboleya Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)

DOI:

https://doi.org/10.9771/ell.i70.43689

Palavras-chave:

Literatura Comparada, Distopia, Memória, Papel feminino

Resumo

Partindo das discussões sobre literatura, memória e história, objetiva-se, neste estudo, analisar o romance distópico O conto da Aia, [1985] (2017), de Margareth Atwood, como um gênero literário capaz de retomar vestígios da memória. Sustenta-se aqui, a associação entre memória e distopia como algo que se fundamenta no argumento de que textos distópicos são formas de retomar a tradição, problematizando riscos sociais e políticos e ressignificando as questões decorrentes do campo da formação das identidades. Assim, propõe-se, neste estudo, tecer algumas reflexões sobre os rastros do passado realocados sob a forma de ficção e ambientados em um futuro pós-apocalíptico no romance, mobilizando o conceito antropológico de valência diferencial dos sexos e o conceito de memória para estabelecer alguns caminhos comparativos entre as personagens deste romance e alguns arquétipos bíblicos.

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Biografia do Autor

Valdinei José Arboleya, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)

Mestre em Estudos Literários pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE. Doutorando em Estudos Literários Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE. Professor de Língua e Literatura da Faculdade Assis Gurgacz.

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Publicado

2021-12-11

Como Citar

ARBOLEYA, V. J. CONTEMPLANDO OS DESTROÇOS DO FUTURO: A MEMÓRIA HISTÓRICA REVESTIDA DE FICÇÃO EM O CONTO DA AIA. Estudos Linguísticos e Literários, Salvador, n. 70, p. 504–523, 2021. DOI: 10.9771/ell.i70.43689. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/estudos/article/view/43689. Acesso em: 19 dez. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS / ARTICLES