AFINAL, QUEM FOI VOTAR EM 2022

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/ccrh.v37i0.55559

Palavras-chave:

Eleições, Comparecimento, Voto, Democracia, Abstenção

Resumo

A eleição presidencial de 2022 foi a mais competitiva das já realizadas no país. Em uma disputa com resultados tão incertos, detalhes pouco considerados em pleitos passados poderiam fazer diferença para o resultado. Entre esses, a abstenção eleitoral ganhou um destaque especial nos dois turnos. A crença de que a taxa de comparecimento poderia influenciar o resultado da eleição orientou os coordenadores das campanhas de Lula e Bolsonaro a agir em favor do comparecimento eleitoral ao longo da reta final da campanha. Este trabalho analisa as taxas de comparecimento e o perfil sociodemográfico dos eleitores que foram às urnas e os que se abstiveram do pleito nos dois turnos em 2022. Também analisaremos o perfil daqueles que justificam o voto. Os resultados apontam que a taxa de comparecimento das eleições de 2022 (79% no primeiro turno, 80% no segundo turno) é semelhante à de eleições anteriores. A novidade é que o percentual dos eleitores que compareceram no segundo turno foi, pela primeira vez, superior aos do primeiro turno.

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Biografia do Autor

Jairo Nicolau, Fundação Getúlio Vargas/CPDOC – Escola de Ciências Sociais

Doutor em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de janeiro (IUPERJ). Professor do Centro de Documentação e Pesquisa de História Contemporânea do Brasil, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Pesquisador do CNPq desenvolvendo pesquisas na área de eleições, partidos e comportamento eleitoral. Seu livro mais recente é: O Brasil obrou à direita: uma radiografia da eleição de Bolsonaro, Zahar: 2020.

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Publicado

2024-05-17

Como Citar

Nicolau, J. (2024). AFINAL, QUEM FOI VOTAR EM 2022. Caderno CRH, 37, e024007. https://doi.org/10.9771/ccrh.v37i0.55559

Edição

Seção

Dossiê 1