NOVAS FÁBRICAS, VELHAS PRÁTICAS: relações trabalhistas e sindicais na indústria automobilística brasileira

Autores

  • José Ricardo Ramalho

DOI:

https://doi.org/10.9771/ccrh.v17i41.18489

Resumo

O debate em torno das transformações do processo produtivo nas três últimas décadas tem enfatizado acima de tudo o movimento de reestruturação das empresas frente às exigências de um mercado cada vez mais competitivo e internacionalizado. A articulação em rede passou a ser condição essencial, assim como uma ampla mudança na organização do trabalho dentro das fábricas. A intenção deste artigo é argumentar que as situações de trabalho decorrentes de experiências de “produção enxuta”, dependendo das condições do mercado de trabalho e da organização operária, podem resultar em um ambiente desfavorável aos trabalhadores, no sentido da intensificação de suas atividades físicas e mentais e de sua responsabilização direta pelos problemas do local de trabalho. O exemplo a ser discutido, na região Sul Fluminense, se insere no contexto das transformações pelas quais passou a indústria automobilística brasileira nos anos 1990, particularmente a fase em que as empresas, estimuladas por incentivos fiscais, sindicatos fracos e mão de obra escolarizada e barata, fizeram novos investimentos e construíram novas plantas em locais distantes das regiões industriais mais tradicionais.

Palavras chave: trabalho, qualidade de vida no trabalho, reestruturação produtiva, indústria automobilística.

New factories, old practices: union and workers relationships in Brazilian automobile industry

   
The debate about the transformations in the productive process in the three last decades has enhanced above all  the reestructuring of enterprises in the face of the demands of an ever more competitive and international market. The articulation in net has become an essential condition, just as an ample change in the work organization  within  factories. The aim of this paper is to argue the fact that working situations coming from “slim production” experiences, depending on the conditions of the job market and workforce organization, may result in a hostile environment to workers in the sense of intensification of their physical and mental activities and their direct responsabilization for the problems in the workplace. The instance to be discussed, in the South Rio region, is inserted in the context of transformations by which the automobile industry in the 1990’s, particularly the phase in which the businesses, stimulated by fiscal incentives, weak workers’ unions and cheap, educated workforce, made new investiments and built new plants in places distant from more traditional industrial regions.

Key words: work, life quality at work, productive reestruturing, automobile industry.

NOUVELLES FABRIQUES, VIEILLES PRATIQUES: les relations de travail et  les relations syndicales dans l’industrie automobile brésilienne

 
Le débat concernant les transformations du processus productif a, au cours des trois dernières décennies, surtout mis en évidence le mouvement de restructuration des entreprises face aux exigences d’un marché de plus en plus compétitif et internationalisé. L’articulation en réseau, tout comme d’ailleurs un grand changement dans l’organisation du travail au sein des fabriques, se sont avérés essentiels. Dans cet article, on essayera de démontrer que les situations de travail découlants d’expériences de “production reserrée” peuvent, en foncion des conditions du marché du travail et de l’organisation des ouvriers, créer une ambiance défavorable pour les travailleurs étant donné l’intensification de leurs activités physiques et mentales mais aussi du fait qu’ils soient directement rendus responsables des problèmes sur leur lieu de travail. L’exemple pris en considération, situé dans la région Sud de l’Etat de Rio, s’insère dans le contexte des transformations par lesquelles l’industrie automobile brésilienne des années 90 est passée, et tout particulièrement dans la période pendant laquelle ces entreprises, encouragées par des exemptions fiscales, la faiblesse des syndicats et une main-d’oeuvre scolarisée et bon marché, ont fait de nouveaux investissments et construits de nouveaux plans dans des locaux éloignés des régions industrielles les plus traditionnelles.


Mots-clés: travail, qualité de la vie dans le monde du travail, restructuration productive, industrie automobile.



Publicação Online do Caderno CRH: http://www.cadernocrh.ufba.br

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Publicado

2006-08-30

Como Citar

Ramalho, J. R. (2006). NOVAS FÁBRICAS, VELHAS PRÁTICAS: relações trabalhistas e sindicais na indústria automobilística brasileira. Caderno CRH, 17(41). https://doi.org/10.9771/ccrh.v17i41.18489