DESIGUALDADE, EXPULSÕES E RESISTÊNCIAS SOCIAIS: pensando o local e o global

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/ccrh.v35i0.48419

Palavras-chave:

Capitalismo histórico, Desigualdade., Movimentos sociais., Neoliberalismo, Justiça social

Resumo

O artigo analisa o processo de desigualdades sociais do período recente do capitalismo histórico, com ênfase no acirramento da iniquidade e como ela impacta nos meios de luta dos movimentos sociais. Primeiro, apresentamos o debate teórico-metodológico sobre desigualdade, a lógica das expulsões, os novos riscos sociais e suas consequências para a democracia contemporânea. Em seguida, avaliamos como os movimentos sociais têm lutado contra a desigualdade e a retirada de direitos por meio de novas formas de articulação, manifestação e formação de movimentos antissistêmicos. Partindo do debate agência-estrutura, demonstramos como o local e o global se entrelaçam na dinâmica das desigualdades e a luta dos diferentes movimentos sociais. E, por fim, apontamos os
principais desafios para que os movimentos recuperem sua capacidade de promover a emancipação social. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Roberto Goulart Menezes, Universidade de Brasília

Doutor em Ciência Política pela USP. Professor Associado III do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB). Foi professor visitante no Arrighi Center for Global Studies da Johns Hopkins University (EUA). É Professor dos Programas de Pós-Graduação em Relações Internacionais (PPGRI-UnB) e em Ciências Sociais – Estudos Comparados sobre as Américas (ICS/UnB). Coordenador do Núcleo de Estudos Latino-Americanos (Irel/UnB) e pesquisador do Instituto Nacional de Estudos sobre os Estados Unidos (Ineu/CNPq/Fapesp). Bolsista produtividade do CNPq. Suas mais recentes publicações são: “Environmental governance under Bolsonaro: dismantling institutions, curtailing
participation, delegitimising opposition Umwelt-Governance unter Bolsonaro: Abbau von Institutionen,
Einschränkung von Partizipationsmöglichkeiten und Delegitimierung der Opposition” (2021), com coautoria de Ricardo Barbosa Jr.; e “Retórica da ameaça e securitização: a política migratória dos Estados Unidos na Administração Trump” (2022), em coautoria com Flávio Contrera e Karina Lilia Pasquariello Mariano.

Patrícia Mara Cabral de Vasconcellos, Universidade Federal de Rondônia (Unir)

Doutora em Relações Internacionais pela UnB. Professora do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Rondônia (Unir). Professora do Programa de Mestrado em Direitos Humanos e Desenvolvimento da Justiça da Unir. Pesquisadora da Rede de Pesquisa em Política Externa e Regionalismo (Repri). Líder do Centro de Estudos em Fronteiras Amazônicas e Desigualdades Sociais (Cefads). Suas mais recentes publicações são: “História Global: o novo encontro entre a História e as Ciências Sociais” (2021); e “Responsabilidade social e defesa dos direitos humanos: o debate sobre a atuação das empresas transnacionais” (2020).

Marina Scotelaro, Universidade de Brasília. Instituto de Relações Internacionais

Doutora em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Professora de Relações Internacionais do Centro Universitário de Belo Horizonte. Pós-doutoranda e pesquisadora associada do Instituto de Relações Internacionais da UnB e do Núcleo de Estudos Latino-americanos (Irel-UnB). Principais publicações: RAMOS, L.; SCOTELARO, M.; TEIXEIRA, R. “David Harvey e o internacional: acumulação por despossessão, novo imperialismo e neoliberalismo” (2021), em coautoria com Leonardo Ramos e Rodrigo Corrêa Teixeira; e “La contribución de Bourdieu a la ciencia y los objetos del campo de Relaciones Internacionales” (2020). 

Rafael Alexandre Mello, Universidade de Brasília, Instituto de Relações Internacionais.

Doutorando em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB). Pesquisador do Núcleo de Estudos Latino-americanos (Irel/UnB). Cocoordenador do Grupo de Trabalho International Relations
as a Social Science da British International Studies Association. Membro da Rede Relações Internacionais e Marxismo (Rede Rima). Bolsista Capes. Principal publicação: “Building bridges between dependency theory and neo-gramscian critical theory: the agency-structure relation as a starting point” (2022, no prelo).

Referências

ALVAREDO, F. et al. (ed.) Relatório da desigualdade mundial 2018. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2020.

ANDERSON, P. Balanço do neoliberalismo. In: SADER, E. (org.). Pós-neoliberalismo. São Paulo: Paz e Terra, 2000. p. 9-23.

ARCHER, M. Realist social theory: the morphogenetic approach. Cambridge, MA: Cambridge University Press, 1995.

ATKINSON, A. B. Desigualdade: o que pode ser feito? Rio de Janeiro: Leya, 2016.

BLYTH, M. Austeridade: a história de uma ideia perigosa. São Paulo: Autonomia Literária, 2017.

BORRAS, S. La vía campesina and its global campaign for agrarian reform. Journal of Agrarian Change, Hoboken, v. 8, n. 2-3, p. 258-289, 2008.

BROWN, W. Nas ruínas do neoliberalismo: a ascensão da política antidemocrática no Ocidente. São Paulo: Politeia, 2019.

CASALS, M. O Novo Chile. Revista Piauí, São Paulo, n. 185, p. 30-33, fev. 2022.

COX, R. W. Forças sociais, Estados e ordens mundiais: além da teoria de Relações Internacionais. 1ª edição [1981]. Tradução de Caio Gontijo. Oikos, Rio de Janeiro, v. 20, n. 2, p. 10-37, 2021.

FRASER, N. Reenquadrando a Justiça em um mundo globalizado. Lua Nova, São Paulo, n. 77, p. 11-39, 2009.

FRASER, N. Justiça anormal. Revista Direito USP, São Paulo, v. 108, p. 739-768, jan. -dez. 2013.

GOHN, M. G. Teoria dos movimentos sociais: paradigmas clássicos e contemporâneos. São Paulo: Edições Loyola, 1997.

GOHN, M. G. Teorias sobre a participação social: desafios para a compreensão das desigualdades sociais. Cadernos CRH, Salvador, v. 32, n. 85, p.63-81, jan.-abr. 2019.

HARVEY, D. A condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1989.

HONNETH, A. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais. São Paulo: Editora 34, 2003.

KERSTENETZKY, C. O Estado do bem-estar social contemporâneo (1975-2008). In: KERSTENETZKY, C. O Estado do bem-estar social na idade da razão. Rio de Janeiro: Campus-Elsevier, 2012. p. 59-90.

KERSTENETZKY, C.; GUEDES, G. P. Great recession, great regression? The welfare state in the twenty-first century. Cambridge Journal of Economics, Cambridge, v. 45, n. 1, p. 151-194, 2021.

KNAFO, S. Critical approaches and the legacy of the agent/structure debate in international relations. Cambridge Review of International Affairs, Cambridge, v. 23, n. 3, p. 493-516, 2010.

KORZENIEWICZ, R. P.; MORAN, T. Unveiling inequality. New York: Sage, 2012.

MELLO, R. A. Building bridges between dependency theory and neo-gramscian critical theory: the agency-structure relation as a starting point. Contexto Internacional, Rio de Janeiro, v. 44, 2022. No prelo.

MENEZES, R. G.; MELLO, R. A. Neoliberalism, state and welfare: what does the pandemic interrupt or reinforce in Brazil? In: POSADA, E.; PEÑA, F. (ed.). Impactos de la Covid-19 en el sistema internacional y en la integración regional. Bogotá: Ediciones UCC, 2021. p. 151-173.

MILANOVIC, B. Global inequality: a new approach for the age of globalization. Cambridge, MA: Harvard Press, 2016.

MILANOVIC, B. Capitalismo sem rivais. São Paulo: Todavia, 2020.

MONTOYA, J. P. B.; PEREZ, T. H. Tiempo y lugar de los movimientos sociales transnacionales. Revista Facultad de Ciencias Económicas, Bogotá, v. 19, n. 1, p. 141-157, 2011.

PAIVA, A.; MATTOS, P. Questões teóricas na desigualdade social contemporânea. Caderno CRH, Salvador, v. 32, n. 85, p. 9-13, 2019.

PIKETTY, T. O capital no século XXI. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014.

PIKETTY, T. Introdução. In: PIKETTY, T. Capital e ideologia. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2020. p. 11-57.

SANTOS, B. S. Os processos de globalização. In: SANTOS, B. S. (org.). Globalização e ciências sociais. São Paulo: Cortez, 2002. p. 25-102.

SASSEN, S. Expulsões: brutalidade e complexidade na economia global. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2016.

SASSEN, S. Predatory logics: going well beyond inequality. In: LANGMAN, L.; SMITH, D. (ed.). Twenty-first century inequality & capitalism: Piketty, Marx and Beyond. London: Brill, 2018. p. 64-85.

SCHEIDEL, W. Violência e a história da desigualdade. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.

SCHERER-WARREN, I. Das mobilizações às redes de movimentos sociais. Sociedade e Estado, Brasília, DF, v. 21, n. 1, p. 109-130, jan. -abr. 2006.

SILVER, B. Forças do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2005.

SILVER, B.; KARATASLI, S. Dinâmica histórica do capitalismo e movimentos trabalhistas. In: MENEZES, R. G. et al. (org.). Repensando o trabalho, as desigualdades e as hierarquias: o sistema mundo no século XXI. Brasília: Ed. UnB, 2020, pp. 17-34.

SIQUEIRA, C. E.; CASTRO, H.; ARAÚJO, T. A globalização dos movimentos sociais: resposta social à globalização corporativa Neoliberal. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 8, n. 4, p. 847-858, 2003.

SOLOMON, M. S. Critical ideas in times of crisis: reconsidering Smith, Marx, Keynes, and Hayek. Globalizations, [s. l.], v. 7, n. 1-2, p. 127-135, 2010.

STREECK, W. As crises do capitalismo democrático. Novos Estudos, São Paulo, n. 92, p. 35-56, mar. 2012.

STREECK, W. Tempo comprado: a crise adiada do capitalismo democrático. São Paulo: Boitempo, 2019.

TARROW. S. O poder em movimento: movimentos sociais e confronto político. Petrópolis: Vozes, 2009.

TILLY, C.; CASTAÑEDA, E.; WOOD, L. Social movements, 1768 – 2018. London: Routledge, 2019.

TOOZE, A. Portas fechadas: como a Covid abalou a economia mundial. São Paulo: Todavia, 2021.

WIGHT, C.; JOSEPH, J. Scientific realism and international relations. In: WIGHT, C.; JOSEPH, J. (ed.). Scientific realism and international relations. Houndmills: Palgrave Macmillan, 2010. p. 1-30.

Downloads

Publicado

2022-06-07

Como Citar

Goulart Menezes, R., Vasconcellos, P. M. C. de ., Scotelaro, M. ., & Mello, R. A. (2022). DESIGUALDADE, EXPULSÕES E RESISTÊNCIAS SOCIAIS: pensando o local e o global. Caderno CRH, 35, e022003. https://doi.org/10.9771/ccrh.v35i0.48419

Edição

Seção

Dossiê 1