A DEMOCRACIA BRASILEIRA ESTÁ FUNCIONANDO? Impasses das interpretações institucionalistas do impeachment
DOI:
https://doi.org/10.9771/ccrh.v38i0.67563Palavras-chave:
Impeachment, Presidencialismo de coalizão, ConservadorismoResumo
O artigo analisa duas interpretações do impeachment de Dilma Rousseff identificadas com a tese do presidencialismo de coalizão: Operação Impeachment e Por que a democracia brasileira não morreu?. O argumento é desenvolvido em dois momentos: no primeiro, apontamos como tanto Fernando Limongi como Marcus Melo e Carlos Pereira, entendem o impeachment como o resultado da estratégia de atores políticos; no segundo, destacamos as diferenças entre a interpretação dos autores a respeito da gerência da coalizão de sustentação do governo e a relação que ela teria com o afastamento da presidente do poder. Sustentamos, ao final, que subjacente às interpretações há uma visão conservadora da política com a qual se identificam, de maneira diferente, os adeptos da tese do presidencialismo de coalizão.
Downloads
Referências
ABRANCHES, Sérgio. Presidencialismo de coalizão: o dilema institucional brasileiro. Dados: Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 31, n. 1, p. 5-34. 1988.
AVRITZER, Leonardo. Impasses da democracia no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016. 168p.
BOTELHO, André; RICUPERO, Bernardo; BRASIL, Antonio. Cosmopolitism and Localism in the Brazilian Social Sciences. Canadian Review of Sociology, n. 54, pp. 216 -236, 2017.
BOURDIEU, Pierre. Le champ scientifique. Actes de la Recherche en Sciences Sociale. v. 2, n. 2-3, p. 88-104. 1976.
BRANDÃO, Gildo M. Linhagens do pensamento político brasileiro. São Paulo: HUCITEC, 2008. 220p.
CHAISTY, Paul; CHEESEMAN, Nic; POWER, Timothy J. Coalitional presidentialism in comparative perspective: minority presidents in multiparty systems. Nova York: Oxford University Press, 2020.
COUTO, Eduardo A. O presidencialismo de coalizão revisitado. BIB: Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, n. 92, p. 1-29. 2020.
FIGUEIREDO, Argelina; LIMONGI, Fernando. A Crise Atual e o Debate Institucional. Novos Estudos Cebrap, v.36, n.3, p.79-97, nov. 2017.
FIGUEIREDO, Argelina; LIMONGI, Fernando. Executivo e Legislativo na nova ordem constitucional. 1ª edição [1999]. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2001.
FORJAZ, Maria Cecília. A emergência da ciência política no Brasil: aspectos institucionais. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 13, n. 35, p.1-35. 1997.
FREITAS, Andréa; SILVA, Glauco Peres da. Das manifestações de 2013 à eleição de 2018 no Brasil: Buscando uma abordagem institucional. Novos Estudos Cebrap, v.38, n.1, p.137-55, jan-abr. 2019.
FURTADO, Celso. Political obstacles to economic growth in Brazil. International Affairs, v. 41, n.2, p. 252-266, abril. 1965.
HUNTER, Wendy; POWER, Timothy. Bolsonaro and Brazil’s illiberal backlash. Journal of Democracy, Baltimore, v. 30, n. 1, p. 68-82. 2019.
KEIRNET Fábio Cardoso; SILVA, Dimitri Pinheiro. A gênese da ciência política brasileira. Tempo Social: Revista de Sociologia da USP, v. 22, n. 1, p. 79-98, 2010.
KASAHARA, Yuri; MARSTEINTREDET, Leiv. Presidencialismo em crise ou parlamentarismo por outros meios? Impeachments presidenciais no Brasil e na América Latina. Revista de Ciências Sociais, Fortaleza, v. 49, n. 1, p. 30–54, mar./jun. 2018.
LAMOUNIER, Bolívar. Ideology and authoritarian regimes: theoretical perspectives and a study of the Brazilian case. Tese (doutorado ciência política). University of California / Los Angeles, 1974.
LESSA, Renato. O campo da ciência política no Brasil: uma aproximação construtivista. In: MARTINS, Carlos Benedito; LESSA, Renato (Orgs.). Horizontes das ciências sociais no Brasil: ciência política. São Paulo: ANPOCS; Instituto Ciência Hoje; Discurso Editorial; Barcarolla, 2010.
LIMONGI, Fernando. Operação Impeachment. São Paulo: Todavia, 2023. 302p.
LIMONGI, Fernando Estudos legislativos. In: MARTINS, Carlos B. (editor). Horizontes das ciências sociais no Brasil: ciência política. São Paulo: Barcarolla, 2010.
LINZ, Juan. The perils of presidentialism. Journal of Democracy, v. 1, n. 1, p. 51-69, 1991,
LIJPHART, Arend. Modelos de democracia: desempenho e padrões de governo em 36 países. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
MANNHEIM, Karl. Ideologia e Utopia. Rio de Janeiro: Zahar Editora, 1972
MANNHEIM, Karl. Conservatism: a contribution to the sociology of knowledge. New York: Routledge, 2007.
MELO, Marcus André; PEREIRA, Carlos. Making Brazil Work: Checking the President in a Multiparty System. Nova York: Palgrave Macmillan, 2013. (Studies of the Americas).MELO, Marcus André; PEREIRA, Carlos.. Por que a democracia brasileira não morreu? São Paulo: Companhia das Letras, 2024. 283p.
MOREIRA, Marcelo S. O pensamento político de Wanderley Guilherme dos Santos. Curitiba: Appris, 2020. 298p.
NOBRE, Marcos. Imobilismo em movimento. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. 208p.
NOBRE, Marcos. Limites da democracia: de junho de 2013 ao governo Bolsonaro. São Paulo: Todavia, 2022. 316p.
NUNES, Rodrigo. Da vertigem ao transe: ensaios sobre o bolsonarismo e um mundo em transição. São Paulo: Ubu, 2022.
PESSOA, Samuel. A crise atual. Novos Estudos CEBRAP, n. 102, p. 9 – 14. 2015.
PESSOA, Samuel. O contrato social da redemocratização. In: BACHA, Edmar; SCHWARTZMAN, Simon (Org.). Brasil: a nova agenda social. Rio de Janeiro: LTC, 2011. p. 204-211.
PESSOA, Samuel. Por que a democracia brasileira não morreu? Blog do IBRE, 18 jun. 2024. Disponível em: https://blogdoibre.fgv.br/posts/por-que-democracia-brasileiranao-morreu. Acesso em: 31 maio 2025
RICUPERO, Bernardo. 1964 e o pensamento políticosocial brasileiro. Blog da Biblioteca Virtual do Pensamento Social, 31 mar. 2024. Disponível em: https://blogbvps.com/2024/03/31/1964-e-o-pensamento-politico-socialbrasileiro-por-bernardo-ricupero/. Acesso em: 31 maio 2025
SANTOS, Wanderley Guilherme dos. Sessenta e quatro: anatomia da crise. Rio de Janeiro: Vértice, 1986.
SANTOS, Wanderley. A Democracia Impedida: o Brasil no Século XXI. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2017.
STEPAN, Alfred. Parlamentarismo x presidencialismo no mundo moderno: revisão de um debate atual. Estudos Avançados, São Paulo, v. 4, n. 8, p. 5–30, abr. 1990.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Todo o conteúdo da revista, exceto onde indicado de outra forma, é licenciado sob uma atribuição do tipo Creative Commons BY.
O periódico Caderno CRH on-line é aberto e gratuito.