CRISE DA DEMOCRACIA OU CONTRARREVOLUÇÃO PREVENTIVA? REFLEXÕES A PARTIR DE ARNO MAYER

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/ccrh.v38i0.67560

Palavras-chave:

Crise, Democracia, Contrarrevolução, 2008, Arno J. Mayer

Resumo

O artigo é um estudo que problematiza um dos principais eixos do debate acadêmico, intelectual e político contemporâneo, a saber, as crises da democracia. Buscamos fornecer subsídios para argumentar que mais do que perturbações da ordem democrática enfrentadas com a “ascensão” da extrema direita, estamos a presenciar elementos constitutivos de uma contrarrevolução preventiva que se configurou após as insurreições na Grécia, o Occupy Wall-Street, as manifestações dos Indignados na Espanha, a Primavera Árabe, Junho de 2013 no Brasil e os levantamentos massivos no Chile em 2019. O ponto de elaboração estrutura duas considerações: em primeiro lugar, reconstruímos conceitualmente a noção de contrarrevolução desenvolvido pelo historiador Arno Mayer no ensaio Dinâmica da contra-revolução na Europa:1870-1956; em segundo lugar, discutiremos, mobilizando ampla bibliografia, os momentos fundantes do nosso quadro de referência histórica, social e política desde a derrocada do Lehmann Brothers nos Estados Unidos em 2008 até o instante atual de tal sorte a delinear os momentos que conformam a contrarrevolução preventiva que nos aflige.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ronaldo Tadeu de Souza, Centro de Estudos de Cultura Contemporânea

Doutor e Pós-Doutor pelo Departamento de Ciência Política da USP. Pesquisador do Cedec-Centro de Estudos em Cultura Contemporânea e do GPDET-Grupo de Pesquisa Democracia e Teoria da UFRJ-CNPq. Principal Publicação: A Análise Textualista na Teoria Política: o Thomas Hobbes de Leo Strauss. RBCS Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 36, nº 107, 2021.

 

CONTRIBUIÇÃO DE AUTORIA:

Ronaldo Tadeu de Souza – Conceitualização. Investigação. Escrita - esboço original. Escrita - revisão e edição.

 

DECLARAÇÃO DE DISPONIBILIDADE DE DADOS:

Os dados deste artigo podem ser obtidos mediante solicitação ao autor correspondente

Referências

ANDERSON, P. Why the system will still win. Londres: Le Monde Diplomatique, March, 2017.

BLACKBURN, R. Las crisis de las hipotecas subprime. New Left Review, Londres, n. 50, p. 53-95, may./jun. 2008.

BORRIELLO, A.; ANTON, J. The populista moment: the left after the great recession. London New York: Verso Books, 2023. 217p.

BRENNER, R. Novo boom ou nova bolha?: a trajetória da economia norte-americana. In: SADER, E. (org.). Contragolpes: seleção de artigos da New Left Review. São Paulo: Boitempo, 2006. p. 117-158.

BROWN, W. American Nightmare: Neoliberalism, Neoconservatism, and De-Democratization. Political Theory, [s.l.], v. 34, n. 6, p. 690-714, dec. 2006.

BROWN, W. Nas ruínas do neoliberalismo: a ascensão da política antidemocrática no ocidente. São Paulo: Editora Politeia, 2019. 256p.

BROWN, W. Frankenstein del Neoliberalismo Libertad Autoritaria en las “Democracias” del Siglo XXI. Cuadernos de Filosofía Latinoamericana, Bogotá, v. 42, n. 124, p. 1-41, ene./jun. 2021.

CASTELLS, M. Ruptura: A crise da democracia liberal. São Paulo: Zahar, 2018. 152p.

COLUSSI, M. Rebeliones populares y depués. Asturbulla Noticias y Opiniones Libres desde Asturias. Astrubulla, 2019. Disponível em https://astrubulla.org/rebelionespopulares-y-depues/. Acesso em: 08 out. 2021.

DAVIS, M. La Primavera Encara el Invierno. New Left Review, Londres, n. 72, p. 5-14, ene./feb. 2012.

FOSTER, J. B. Revolución y contrarrevolución, 1917-2017. Rebelión, 2017. Disponível em: Monthly Review/https://rebelion.org/revolucion-y-contrarrevolucion-1917-2017/. Acesso em: 12 ago. 2021.

FRASER, N. O velho está morrendo e o novo não pode nascer. São Paulo: Autonomia Literária, 2020. 60p.

FRANK, J. Populismo isn’t the problem. Boston Review, Boston, August, 2018.

FUNKE, M.; TREBESH, C. Financial crises and the populista right. Munique: Leibniz Institute for Economic Research at the University of Munich, [s.l.], v. 15, n. 04, 2017.

HINSLEY, F. H. Review - Dynamics of contrarrevolution in europeu, 1870-1956: na analytic frameworks. The American Historical Review, [s.l.], v. 77, n. 5, 1972.

LEVITSKY, S.; ZIBLATT, D. Como as democracias morrem. São Paulo: Zahar, 2018. 272p.

MAYER, A. Dinâmica da contra-revolução na Europa:1870-1956. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. 178p.

MAZZUCCHELLI, F. A crise em perspectiva: 1929-2008. Novos Estudos Cebrap, São Paulo, n. 82, 2008.

NOBRE, M. O caos como método. Sã Paulo: Revista Piauí, Edição 151, 2019.

NUNES, R. Dez anos depois, vírus de Occupy Wall Street segue em mutação explosiva. Ilustríssima/Folha de São Paulo, 17 set. 2021.

NUNES, R. Do transe à vertigem: ensaios sobre bolsonarismo e um mundo em transição. São Paulo: UBU, 2022. 205p.

POPOVIC, P. Realist perspective on Trump’s iliberal contrarrevolution. E-International Relations, 2021. Disponível em: https://www.e-ir.info/2021/03/25/realistperspectives-on-trumps-illiberal-counterrevolution/. Acesso em: 08 out. 2021.

PRZEWORSKI, A. Crises da democracia. São Paulo: Zahar, 2020. 277p.

RICHARDS M. Review - Dynamics of contrarrevolution in europeu, 1870-1956: na analytic frameworks. Disponível em: http://jsh.oxfordjournals.org at university, June 2, 2015. Acesso em: 26 nov. 2025.

ROJAS, C. A. A. Las revueltas populares de 2011 em perspectiva histórica. México: Revista La Outra Mirada de Clío, n. 18, 2012.

SAFATLE, V. A dinâmica do levante popular. A Terra é Redonda, 2021. Disponível em: https://aterraeredonda.com.br/a-dinamica-do-levante-popular/. Acesso em: 09 out. 2021.

SANTANA, E. Estadão descobre, finalmente, que nunca foi uma escolha difícil. GGN, 2022. Disponível em: https://jornalggn.com.br/midia/estadao-descobre-finalmente-quenunca-foi-uma-escolha-dificil-por-eliara-santana/. Acesso em: 03 abr. 2025.

SLAUGHTER, A-M. Occupy Wall Street and the Arab Spring. The Atlantic, 2011. Disponível em: https://www.theatlantic.com/international/archive/2011/10/occupywall-street-and-the-arab-spring/246364/. Acesso em: 12 ago. 2021.

STREECK, W. El Retorno de lo reprimido. New Left Review, Londres, n. 104, p. 1-16, may./jun. 2017.

STREECK, W. As crises do capitalismo democrático. Novos Estudos Cebrap, São Paulo, n. 92, 2012.

TIBLE, J. Política selvagem. São Paulo: N-1, 2022. 317p.

TOUSSAINT, E. Lookink back on the movements that preceded the arab spring, the indignados, and occupy wall street. In: International Viewpoint, 2012. Disponível em: https://internationalviewpoint.org/IMG/article_PDF/Part-I-Looking-back-on-the-movements-that-preceded-the-Arab_a2435.pdf . Acesso em: 10 out. 2021.

TRAVERSO, E. Arno Mayer’s 20th century. The New Statesman, December 19, 2023.

WATKINS, S. Arenas movedizas. Londres: New Left Review, [s.l.], n. 61, 2010.

WATKINS, S. La triple torsión de Europa. Londres: New Left Review, [s.l.], n. 90, 2014.

WATKINS, S. Nuevas Oposiciones. Londres: New Left Review, [s.l.], n. 98, 2016.

Weber, E. Review - Dynamics of contrarrevolution in europeu, 1870-1956: na analytic frameworks. The Journal of Modern History, [s.l.], v. 44, n. 2, 1972.

Downloads

Publicado

2025-12-19

Como Citar

Tadeu de Souza, R. (2025). CRISE DA DEMOCRACIA OU CONTRARREVOLUÇÃO PREVENTIVA? REFLEXÕES A PARTIR DE ARNO MAYER. Caderno CRH, 38, e025073. https://doi.org/10.9771/ccrh.v38i0.67560

Edição

Seção

Dossiê 4