CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES, DOS USOS E DA PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA NA TERRA INDÍGENA RIO FORMOSO, EM TANGARÁ DA SERRA/MT
DOI:
https://doi.org/10.9771/ccrh.v36i0.32085Palavras-chave:
Abastecimento público, Desinfecção, Haliti-Paresi, Índios, PotabilidadeResumo
A percepção do sujeito está atrelada à sua constituição identitária, que é tecida ao longo da vida e envolve todas as dimensões do ser, e nas comunidades indígenas faz parte de múltiplas dimensões. A água é o solvente universal fundamental para a existência de toda forma de vida e sua qualidade e quantidade são comumente objeto de discussões sobre problemas da sociedade moderna. Mas essas discussões dão pouca ou nenhuma ênfase à qualidade da água utilizada nas comunidades tradicionais e indígenas. A reflexão ocorre no contexto da percepção da qualidade da água no uso cotidiano pelo grupo indígena Haliti na Terra Indígena Rio Formoso, em Tangará da Serra/MT. A pesquisa foi realizada por observação direta e aplicação de formulários em quatro aldeias. Constatou-se que a qualidade da água é percebida a partir da aparência visual (cor), olfativa (odor) e palatável (gosto) e que desconsideram métodos artificiais de tratamento de água.
Downloads
Referências
ALEIXO, B. et al. Direito humano em perspectiva: desigualdades no acesso à água em uma comunidade rural do Nordeste brasileiro. Ambiente & Sociedade, São Paulo v. 19, n. 1, p. 63-82, 2016. DOI:10.1590/1809-4422asoc150125r1v1912016.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017. Consolidação das normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da União, Brasília, DF, p. 360, 3 out. 2017. Suplemento 190.
BRASIL. Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 9 jan. 1997.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Especial de Saúde Indígena. Diretrizes para monitoramento da qualidade da água para o consumo humano em aldeias indígenas. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2014.
COETZEE, H.; NELL, W.; BEZUIDENHOUT, C. An assessment of perceptions, sources and uses of water among six African communities in the North West Province of South Africa. Water SA, Pretoria, v. 42, n. 3, p. 432-441, 2016. DOI: 10.4314/wsa.v42i3.08.
COSTA SOBRINHO L. I.; COELHO, F. A. S.; COELHO, M. D. G. Eficácia de velas filtrantes na retenção de cistos de Giardia duodenalis em água experimentalmente contaminada. Ambiente & Água, Taubaté, v. 11, n. 2, p. 439-447, 2016. DOI: 10.4136/ambi-agua.1821.
DIEGUES, A. C. Aspectos sócio-culturais e políticos do uso da água. São Paulo: Nupaub-USP, 2005. Disponível em: http://nupaub.fflch.usp.br/sites/nupaub.fflch.usp.br/files/color/agua.pdf Acesso em: 7 nov. 2017.
» http://nupaub.fflch.usp.br/sites/nupaub.fflch.usp.br/files/color/agua.pdf
EAZOKEMAE, J. Q. A contaminação dos rios das aldeias Água Limpa, Queimada e Formoso. In: ZORTHÊA, Kátia S; MENDONÇA, Terezinha F. de (org.). Sócio-diversidade indígena: ensaios de educação escolar no projeto Tucum. Cuiabá: Seduc, 2003. p. 213.
IBGE. Etnias pertencentes a outras famílias não classificadas em troncos: Aruak. In: IBGE. Brasil indígena: povos/etnias. Rio de Janeiro: IBGE, [2017]. Disponível em: https://indigenas.ibge.gov.br/estudos-especiais-3/o-brasil-indigena/povos-etnias Acesso em: 13 out. 2017.
» https://indigenas.ibge.gov.br/estudos-especiais-3/o-brasil-indigena/povos-etnias
LIDDLE, E. S., MAGER, S. M.; NEL, E. Water quality awareness and barriers to safe water provisioning in informal communities: a case study from Ndola, Zambia. Bulletin of Geography: Socio-economic Series, Toruń, n. 26, p. 167-181, 2014. DOI: 10.2478/bog-2014-0052.
LÉVI-STRAUSS, C. Mito e significado. Tradução de Antônio Marques Bessa. Lisboa: Edições 70, 1987.
MACIEL, M. R. A. Raiz, planta e cultura: as roças indígenas nos hábitos alimentares do povo Paresi, Tangará da Serra, Mato Grosso, Brasil. 2010. 206 f. Tese (Doutorado em Agronomia) – Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2010. Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/103232 Acesso em: 5 nov. 2017.
» http://hdl.handle.net/11449/103232
MCPHERSON, J. M. et al. Integrating traditional knowledge when it appears to conflict with conservation: lessons from the discovery and protection of sitatunga in Ghana. Ecology and Society, [s. l.], v. 21, n. 1, 2016. DOI: 10.5751/ES-08089-210124.
MERTEN, J. et al. Water scarcity and oil palm expansion: social views and environmental processes. Ecology and Society, [s. l.], v. 21, n. 2, 2016. DOI: 10.5751/ES-08214-210205.
MINAYO, M. C. de S. (org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 18. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
PAES, M. H. R. A questão da língua na escola indígena em aldeias Paresi de Tangará da Serra-MT. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 21, p. 52-60, 2002. DOI: 10.1590/S1413-24782002000300005.
PRIETO, M. Privatizing water in the Chilean Andes: the case of Las Vegas de Chiu-Chiu. Mountain Research and Development, [s. l.], v. 35, n. 3, p. 220-229, 2015. DOI: 10.1659/MRD-JOURNAL-D-14-00033.1.
REGINA, A. W. A Ponte de Pedra, travessia para outros mundos. História Oral, Rio de Janeiro, v. 2, n. 14, p. 89-106, 2011. Disponível em: https://www.revista.historiaoral.org.br/index.php/rho/article/view/233 Acesso em: 20 ago. 2017.
» https://www.revista.historiaoral.org.br/index.php/rho/article/view/233
ROQUETTE-PINTO, E. Rondônia: anthropologia, ethnographia. 7. ed. 1ª edição [1917]. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2005.
SESAI. Dados populacionais indígenas por diversos parâmetros de análise. Brasília: Sesai, [2017]. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/oministerio/principal/secretarias/secretariasesai/mais-sobre-sesai/9518-destaques Acesso em: 5 nov. 2017.
SILVEIRA, E. M. dos S. Cultura como desenvolvimento entre os Paresi Kozarini. 2011. 159 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2011.
SOUZA, K. R.; KERBAUY, M. T. M. Abordagem quanti-qualitativa: superação da dicotomia quantitativa-qualitativa na pesquisa em educação. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 31, n. 61, p. 21-44, 2017. DOI: 10.14393/0102-6801.v31n61a2017-p21a44.
» https://doi.org/10.14393/0102-6801.v31n61a2017-p21a44
SOUZA, N. S. de; SÁ-OLIVEIRA, J. C.; SILVA, E. S. Avaliação da qualidade da água do alto rio Pedreira, Macapá, Amapá. Biota Amazônia, Macapá, v. 5, n. 2, p. 107-118, 2015. DOI: 10.18561/2179-5746/biotaamazonia.v5n2p107-118.
SPERA, S. T. et al. Solos areno-quartzosos do cerrado: características, problemas e limitações ao uso. Planaltina: Embrapa CPAC, 1999.
SWISTOCK, B. et al. Issues Associated with the Use of Untreated Roadside Springs as a Source of Drinking Water. Journal of Contemporary Water Research & Education, [s. l.], v. 156, n. 1, p. 78-85, 2015. DOI: 10.1111/j.1936-704X.2015.03206.x.
TANG, R.; GAVIN, M. C. A classification of threats to traditional ecological knowledge and conservation responses. Conservation & Society, [s. l.], v. 14, n. 1, p. 57-70, 2016. DOI: 10.4103/0972-4923.182799.
TERÇAS, A. C. P. et al. Os Haliti-Paresí: uma reflexão sobre saúde e demografia da população residente nas terras indígenas Paresí. Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 10, n. 1, p. 226-253, 2016. DOI: 10.22456/1982-6524.60301.
TRUJILLO, C. A. et al. Meninges of water for the Fakcha Llakta indigenous community of Otavalo, Ecuador. Ambiente & Sociedade, São Paulo, v. 21, p. 1-20, 2018. DOI: 10.1590/1809-4422asoc0100r3vu18l1ao.
TUCCI, C. E. M. (org.). Hidrologia: ciência e aplicação. 2. ed. Porto Alegre: ABRH: Editora da UFRGS, 1997. (Coleção ABRH, v. 4).
TUZZO, S. A.; BRAGA, C. F. O processo de triangulação da pesquisa qualitativa: o metafenômeno como gênese. Revista Pesquisa Qualitativa, São Paulo, v. 4, n. 5, p. 140-158, 2016.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Caderno CRH
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Todo o conteúdo da revista, exceto onde indicado de outra forma, é licenciado sob uma atribuição do tipo Creative Commons BY.
O periódico Caderno CRH on-line é aberto e gratuito.