A cultura do nascimento como evento biomédico e a violência obstétrica: vivências e resistências

Autores/as

  • Marcia Cordeiro da Cunha Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto ALegre
  • Aline Alves Veleda Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
  • Jéssica Machado Teles UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
  • Débora Fernandes Coelho UFCSPA

DOI:

https://doi.org/10.9771/cgd.v5i4.29670

Palabras clave:

nascimento, violência obstétrica, violência contra às mulheres, cultura, humanização do nascimento.

Resumen

Este artigo propõe-se conhecer as informações recebidas por mulheres durante o período gravídico-puerperal que reforçam a cultura do nascimento como um evento biomédico e que possibilitam a perpetuação da violência obstétrica. Colaboraram seis mulheres, as quais foram entrevistadas em seu domicílio, sendo suas falas gravadas e transcritas. Utilizou-se a análise temática de Minayo. As informações foram organizadas na categoria: “Público versus privado: percepções sobre os serviços de saúde”. Os relatos trouxeram elementos culturais que influenciaram as vivências das participantes, fossem como protetivos e de resistência aos maus-tratos. Concluiu-se que a vivência de gestar e parir parece sofrer influência dependendo da instituição e dos profissionais que participaram das trajetórias destas mulheres. O setor privado pareceu estar mais propenso a intervir nas experiências de parto, aumentando as intervenções e a atuação médica e diminuindo a autonomia das mulheres, enquanto o setor público, apesar de dificuldades na mudança de paradigmas, apresentou-se menos intervencionista e com maior potencial para mudanças.

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Biografía del autor/a

Marcia Cordeiro da Cunha, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto ALegre

Enfermeira graduada pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Ex-bolsista CAPES de graduação-sanduíche pelo Programa Ciência sem Fronteiras na University of Miami (EUA). Foi bolsista de extensão do Programa Feira de Saúde da UFCSPA, bem como secretária-geral do Centro Acadêmico Florence Nightingale do curso de bacharelado em enfermagem da UFCSPA.

Aline Alves Veleda, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Graduação em Enfermagem e Obstetrícia (2004) e Mestrado em Enfermagem (2006) pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Doutorado em Enfermagem (2015) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)) e Especialização em Cuidado Pré-natal (2015) pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Atua como Professora Adjunta na UFCSPA desde 2012, realizando atividades de ensino, pesquisa e extensão na área de Saúde Materno-Infantil, Gênero e Direitos Humanos.

Jéssica Machado Teles, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

Enfermeira Graduada pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem Materno-infantil da Escola de Enfermagem da UFRGS. Possui mestrado e doutorado em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação da Escola de Enfermagem da UFRGS (PPGenf). Especialista em Enfermagem Obstétrica pela Sociedade Educacional de Três de Maio (SETREM). Integrante do GEMBE (Grupo de Estudos da Saúde da Mulher e do Bebê) na Escola de Enfermagem da UFRGS. Membro da Diretoria ABENFO-RS/Gestão 2018-2020.

Débora Fernandes Coelho, UFCSPA

Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2001); Mestrado em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2004) e Doutorado em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011). Especialização em Enfermagem em Cuidado Pré-Natal pela Universidade Federal de São Paulo (2015). Especialização em Gênero e Sexualidade pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2016). Especialização em Enfermagem Obstétrica pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2016). Atualmente é Professora Adjunta nível IV e Pró-Reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) Gestão 2017-2021. Desenvolve atividades de ensino em graduação, pós-graduação; extensão universitária; Pesquisa e Gestão universitária. Membro do núcleo de pesquisa CEVIDA da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, desenvolvendo pesquisas clínicas-epidemiológicas em Aids financiadas pelo Programa Nacional de HIV/Aids do Ministério de Saúde brasileiro. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa da Práxis de Enfermagem da UFCSPA (GEPPEN). Tem experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Enfermagem em Saúde Pública, atuando principalmente nos seguintes temas: enfermagem, adolescência e juventudes, saúde das mulheres, gênero, sexualidade, prevenção da transmissão perinatal do HIV.

Publicado

2019-12-26

Cómo citar

da Cunha, M. C., Veleda, A. A., Teles, J. M., & Coelho, D. F. (2019). A cultura do nascimento como evento biomédico e a violência obstétrica: vivências e resistências. Cadernos De Gênero E Diversidade, 5(4), 42–62. https://doi.org/10.9771/cgd.v5i4.29670