Entre jalecos e togas: um ensaio sobre Ciências, Desastres e Processo. O que o jurista tem a ver com isso?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/rbda.v18i0.52893

Palavras-chave:

Ciências. “Verdade processual”. Desastres. Direito. Processo. Justiça. Negacionismo.

Resumo

Este artigo coloca em discussão o papel das ciências jurídicas em um cenário de busca pela verdade em contextos de recorrentes desastres. Se as ciências têm um papel fundamental no esclarecimento da ocorrência de tais eventos, o posicionamento do direito não é diferente, especialmente porque é sua responsabilidade o fortalecimento dos direitos humanos, sempre ameaçados e em constante luta social por afirmação e reconhecimento. O trabalho se baseou nas perspectivas de epistemologia e de ciência delineadas por Bruno Latour, que mergulhou em laboratórios de ciências duras tentando compreender o caminhar dos cientistas em busca da verdade. Como o direito faz ciência no cenário dos desastres? Como o mundo atual solucionará problemas advindos dos desastres que se mostram globais e exigem uma esfera pública global de enfrentamento? Há uma função global a ser exercida pela ciência e pelo direito? Essa última indagação tem como pressuposto o pensamento de Luigi Ferrajoli. O método, o processo e a (in)justiça surgem como categorias indispensáveis na análise daquilo que consideramos necessário à aproximação entre togas e jalecos: o reconhecimento dos limites do direito e o auxílio do laboratório ao tribunal em uma perspectiva espacial que ultrapassa o local de ocorrência do(s) evento(s) tido(s) como desastre(s).

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Biografia do Autor

Hermes Zaneti Junior

Possui Pós-Doutorado em Direito pela Università degli Studi di Torino (2014); Doutorado em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2005), área de concentração Direito Processual; Doutorado em Direito pela Università degli Studi di Roma Tre (2014), área de concentração Teoria do Direito; Mestrado em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, área de concentração em Direito Processual (2000); Graduação em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (1997). Atualmente é professor adjunto dos Cursos de Graduação e Mestrado da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Líder do Grupo de Pesquisa Fundamentos do Processo Civil Contemporâneo (FPCC). Cofundador e membro da Rede de Pesquisa ProcNet. É ainda membro do Instituto Brasileiro de Direito Processual (IBDP), membro do Instituto Ibero-Americano de Direito Processual (IIDP), membro da International Association of Procedural Law (IAPL), membro da ABRAMPA e do MPCON. Promotor de Justiça no Estado do Espírito Santo (2006/MPES). Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Processual, atuando principalmente nos seguintes temas: constitucionalização do processo, processo coletivo, processo civil comparado e precedentes judiciais. 

Diego Pereira, Universidade de Brasília

Assessor na Presidência da República com atuação na Assessoria Jurídica para Assuntos Jurídicos. Procurador Federal/AGU. Doutorando em Direito Constitucional pela Universidade de Brasília/UNB com período de visitação na Universidade de Salamanca/Espanha. Possui Graduação em Direito pela Universidade Federal da Bahia/UFBA . Pós-graduação em Direito Público pela Unyahna. Mestre em Direitos Humanos e Cidadania pela UnB. Professor em nível de graduação. Foi analista jurídico no Ministério Público Federal e, na AGU, exerceu a Chefia da Procuradoria Jurídica da Universidade Federal do Oeste da Bahia por mais de 4 anos. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Administrativo, Direitos Humanos, Direito dos Desastres, Constitucionalismo Climático, Justiça e Litígios Climáticos e Racismo Ambiental. Desde o ano de 2015, trabalha com a temática rompimento de barragens e violações de direitos. No mestrado, abordou as violações de direitos humanos em Mariana(MG). É autor do livro Vidas interrompidas pelo mar de lama (Editora Lumen Juris, 2 ed., 2020). Escreve para jornais e revistas de grande circulação no país sobre temas jurídicos e sua relação com o quotidiano. Tem trabalhado com pesquisa empírica e interdisciplinar no direito e relacionando os temas: direito, ciência, justiça climática, política pública, desastres, mudanças climáticas, racismo, orçamento, desigualdade, inclusão de direitos , litígios climáticos e biodiversidade.

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Publicado

2023-06-17

Como Citar

Zaneti Junior, H., & Pereira, D. (2023). Entre jalecos e togas: um ensaio sobre Ciências, Desastres e Processo. O que o jurista tem a ver com isso?. Revista Brasileira De Direito Animal, 18, f282309. https://doi.org/10.9771/rbda.v18i0.52893

Edição

Seção

Direito Ambiental