ANÁLISE ENTRE O ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO E A UNIÃO EUROPEIA NO QUE TANGE AO USO DE ANIMAIS PARA A TESTAGEM DE PRODUTOS COSMÉTICOS
DOI:
https://doi.org/10.9771/rbda.v19i0.57369Palavras-chave:
Animais; Brasil; Senciência; Testagem Cosmética; União Euroepia.Resumo
O presente trabalho aborda a temática do uso de animais para a testagem de produtos cosméticos nos ordenamentos jurídicos do Brasil e da União Europeia. O objetivo é levantar o grau de proteção que cada jurisdição conferiu aos animais, tendo em vista a recente proibição estabelecida pelo Brasil por meio da Resolução Normativa n. 58/2023 do CONCEA. Haja vista as diferenças histórica e cultural, e a ausência de uma lei proibitiva, utiliza-se o direito comparado a fim de analisar se o Brasil possui uma regulamentação tão avançada quanto a vigente na União Europeia, sobretudo em relação ao avanço científico-tecnológico e à existência de métodos alternativos para a testagem em animais de produtos da indústria cosmética.
Downloads
Referências
ABBOT, A. Testes em animais: mais que uma mudança cosmética Natureza, PucMinas, n. 438, nov. 2005, 144–146. Disponível em: https://www.nature.com/articles/438144a.>.htm. Acesso em 21 de maio de 2023.
ARAÚJO, Fernando. A Hora dos Direitos dos Animais. Coimbra: Almedina, 2003.
BELCHIOR, Germana Parente Neiva; OLIVEIRA, Carla Mariana Aires. A necessidade de uma padronização internacional para os selos relacionados com a ética animal nas indústrias de cosméticos. Revista Brasileira de Direito Animal, Salvador, v. 13, n. 01, abr. 2018. ISSN 1809-9092. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/RBDA/article/view/26179/15840.htm. Acesso em 10 de maio de 2023.
BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico, 10ª ed., Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1999.
BORCHARDT. Klaus-Dieter. O ABC do Direito da União Europeia: Luxemburgo, Serviço de Publicações da União europeia, 2011. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5505853/mod_resource/content/1/o%20abc%20do%20direito%20na%20uni%C3%A3o%20europeia.pdf.htm. Acesso em: 21 de maio de 2023.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2022]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 22 de maio de 2023.
BRASIL. Decreto N. 6.899, de 15 de julho de 2009. Dispõe sobre a composição do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal - CONCEA, estabelece as normas para o seu funcionamento e de sua Secretaria-Executiva, cria o Cadastro das Instituições de Uso Científico de Animais - CIUCA, mediante a regulamentação da Lei no 11.794, de 8 de outubro de 2008, que dispõe sobre procedimentos para o uso científico de animais, e dá outras providências. Brasília, DF, [2009]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6899.htm. Acesso em: 7 de maio de 2023.
BRASIL. Lei N. 11.794/08, de 8 de outubro de 2008. Regulamenta o inciso VII do § 1o do art. 225 da Constituição Federal, estabelecendo procedimentos para o uso científico de animais; revoga a Lei no 6.638, de 8 de maio de 1979; e dá outras providências. Brasília, DF, [2008]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11794.htm. Acesso em: 13 de dezembro de 2022.
BRASIL. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Resolução Normativa N. 58, de 23 de fevereiro de 2023. Dispõe sobre a proibição do uso de animais vertebrados, exceto seres humanos, em pesquisa científica, desenvolvimento e controle de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes que utilizem em suas formulações ingredientes ou compostos com segurança e eficácia já comprovadas cientificamente e dá outras providências. Brasília, DF. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-58-de-24-de-fevereiro-de-2023-466792333.htm. Acesso em: 1º de março de 2023.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Voto nº 5995, Ação Direta de Inconstitucionalidade 5995/RJ. Relator: Gilmar Mendes. Brasilia, DF, 17 de abril de 2020. Diário de Justiça Eletrônico. Brasilia, 27 maio 2021. Disponível em: https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15348334550&ext=.pdf.htm. Acesso em: 8 de dezembro de 2022.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Voto nº 5996, Ação Direta de Inconstitucionalidade 5996/AM. Relator: Alexandre de Moraes. Brasilia, DF, 15 de abril de 2020. Diário de Justiça Eletrônico. Brasilia, 22 abr. 2020. Disponível em: https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15348334550&ext=.pdf.htm. Acesso em: 15 de abril de 2023.
CANOTILHO, José Joaquim Gomes; LEITE. José Rubens Morato (Org.). Direito Constitucional Ambiental Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2011.
CARDOSO, Waleska Mendes. A Fundamentação dos direitos dos animais não-humanos segundo a teoria reganiana. Santa Maria, UFSM, 2013. Disponível em: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/9125/CARDOSO%2C%20WALESKA%20MENDES.pdf.htm. Acesso em 20 de fevereiro de 2023.
COMUNICAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES, ÓRGÃOS E MECANIM=Comunicação da Comissão — Atualização dos dados utilizados no cálculo das quantias fixas e das sanções pecuniárias compulsórias que a Comissão proporá ao Tribunal de Justiça da União Europeia no âmbito dos processos por infração. Bruxelas, 2019. Disponível em: https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:52019XC0913(01)&from=PT.htm. cardedAcesso em: 29 de abril de 2023.
Di PIETRO, Maria Zanella. Direito Administrativo, 17. Ed, São Paulo: Atlas, 2004.
DIRECTIVA 2003/15/CE DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO. Bruxelas, 2003. Disponível em: https://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2003:066:0026:0035:pt:PDF.htm. Acesso em 29 de dezembro de 2022.
DIRECTIVA 86/609/CEE DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO. Bruxelas, 1986. Disponível em: https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:31986L0609&from=EN.>.htm. Acesso em: 2 de abril de 2023.
DIRECTIVA 2010/63/EU DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO. Bruxelas, 2010. Disponível em: https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:32010L0063&from=SV>.htm. Acesso em: 10 de abril de 2023.
Validação e Processo de Envio. Centro de Ciência da UE, 2023. Disponível em: https://joint-research-centre.ec.europa.eu/eu-reference-laboratory-alternatives-animal-testing-eurl-ecvam/alternative-methods-toxicity-testing/validation-and-submission-process_en.htm. Acesso em: 15 de abril de 2023
ESPECISMO. In:Cambridge Dictionary. Reino Unido, 2023. Disponível em: https://dictionary.cambridge.org/dictionary/english/speciesism.htm. Acesso em: 1º de maio de 2023.
EUROPEAN COMISSION. REPORT FROM THE COMMISSION Monitoring the application of European Union law. Bruxelas, 2021. Disponível em: https://commission.europa.eu/system/files/2022-07/com_2022_344_2_en.pdf.htm. Acesso em: 28 de maio de 2023.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo., 19ª ed, São Paulo: Malheiros, 2005
RAMMÊ. Rogério Santos. A proibição de testes em animais na produção de cosméticos: Análise do Julgado do STF na ADI 5.996/AM. Direito Animal em Movimento. Curitiba: Juruá, 2021.
REGULAMENTO N. 1223/2009 DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO. Bruxelas, 2009. Disponível em: https://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2009:342:0059:0209:pt:PDF.htm. Acesso em: 20 de dezembro de 2022.
RELATÓRIO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU E AO CONSELHO: Sobre o desenvolvimento, a validação e aceitação legal de métodos alternativos aos ensaios em animais no domínio dos produtos cosméticos. Bruxelas, 2018. Disponível em: https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/ALL/?uri=CELEX:52019DC0479.htm. Acesso em 5 de março de 2023.
RYDER, RICHARD. Speciesism, Painism and Happiness: A morality for the Twenty-first Century. Societas: UK, 2011.
SINGER, Peter. Libertação Animal. São Paulo: SINGER, Peter. Libertação Animal - O Clássico Definitivo Sobre o Movimento Pelos Direitos dos Animais e exploração animal. Editora WMF Martins Fontes, 2013.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Direito Animal
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional que permite o compartilhamentodo trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.