OXIGENAÇÕES ESTÉTICO-ESPERANÇOSAS PARA SOBREVOOS EM TEMPOS PANDÊMICOS

Autores

Resumo

A partir do contexto pandêmico associado às crises sanitária, política, psicossocial e cultural que vivemos, buscamos, neste ensaio, traçar reflexões para a intercessão entre arte e saúde nos processos educativos na saúde. Em diálogo com a noção de arte como dimensão humana do Teatro do Oprimido sistematizada por Augusto Boal e com o horizonte ético-político-pedagógico da Educação Popular proposto por Paulo Freire, propomos uma estética dialógica da existência cidadã na formação em saúde, de modo a inédito-viabilizar novos voos para esse campo de saberes e práticas. Em oposição à instrumentalidade com que a arte é considerada na saúde e à hegemonia do pensamento científico universal-generalizante no cuidado, advogamos pela importância de se pensar uma formação que engendre grupalidades em processos críticos e reflexivos que articulam tanto o pensamento sensível quanto o simbólico. PALAVRAS-CHAVE: Educação Popular. Teatro do Oprimido. Diálogo. Práticas educativas na saúde.

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Biografia do Autor

César Augusto Paro, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutorando em Saúde Coletiva (UFRJ). Possui Residência Artística em Teatro do Oprimido (CTO) e em Arte e Saúde (UFPE). Integra o GESTO – Grupo de Estudos em Teatro do Oprimido, o Laboratório de Estudos Atenção Primária à Saúde (UFRJ) e o GT de Educação Popular e Saúde da Abrasco.

Cléo Lima, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Mestranda em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social (UFRJ). Pesquisadora na Linha de Micropolítica do Cuidado em Trabalho e Saúde (UFRJ). Pedagoga, escritora, palhaça, brincante e especialista na concepção de brinquedotecas em hospitais e na Atenção Primária à Saúde.

Referências

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Publicado

2020-12-29