A EXPERIÊNCIA DO LIVRO EM HÉLIO OITICICA E STÉPHANE MALLARMÉ | THE EXPERIENCE OF THE BOOK IN HÉLIO OITICICA AND STÉPHANE MALLARMÉ
DOI:
https://doi.org/10.9771/ell.v0i62.26770Palavras-chave:
Stéphane Mallarmé, Hélio Oiticica, Escrita experimental, Relações interartísticas.Resumo
Esse trabalho objetiva analisar o diálogo entre as artes na construção do que se poderia chamar de um “desejo” de Livro, segundo oartista plástico, Hélio Oiticica e o poeta, Stéphane Mallarmé. Trata-se de refletir sobre os limites e as possibilidades da escrita experimental em dois estudos de caso em que o espaço visual está aliado ao espaço literário na tentativa de criação de um Livro planejado, mas inacabado, ao mesmo tempo, suma e negação da obra de cada autor. O livro como objeto físico torna-se um território pleno de subversão por parte destes dois artistas que instituíram em suas obras programas estéticos que visavam a transcender os limites definidos, respectivamente, pela dimensão plástica e pela poesia.Em seus Livros, singularidades e semelhanças podem ser apontadas: demandam uma forma inovadora e radical para dar conta de um processo de criação em que tudo desemboca na feitura da “grande obra”. Desse modo, ambos aspiravam à realização do Livro como obra permanente e interminável, indo ao encontro de uma radical proposta artístico-poética, em que a realização artística dialoga com a própria impossibilidade artística, projetando seus percursos a partir da escrita em crise, do espaço que essa escrita ocupa e do poético nas artes.