A INQUIETANTE ESTRANHEZADE UM CORPO EM O CORPO EM QUE NASCI DE GUADALUPE NETTEL
DOI:
https://doi.org/10.9771/ell.v0i78.54108Abstract
Este artigo discute as inquietações vividas por uma narradora ao não sentir habitar o corpo em que nasceu. O romance O corpo em que nasci de Guadalupe Nettel (2013) expõe os conflitos de uma menina que passa a infância e a adolescência, em crise, com um olho deficiente e as costas encurvadas, sentindo a estranheza desse corpo. Problematiza-se, neste texto, o impacto da colonialidade na configuração de corpos abjetos dentro da Matriz Colonial de Poder (MCP), relegando esses corpos à invisibilidade social. Adentro essa discussão na perspectiva de teóricos como Mignolo (2018), Hooks (2020), Lugones (2019). O objetivo deste artigo é, portanto, refletir sobre como a corporeidade, construção ocidental cristã eurocentrada, interfere na subjetividade do indivíduo e na forma depreciativa com que, muitas vezes, se enxerga havendo a necessidade de repensar essa visão a fim de descolonizá-la.