O REDOBRO DO SUJEITO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO E NO PORTUGUÊS EUROPEU:
EMPIRISMO E FORMALISMO
DOI:
https://doi.org/10.9771/ell.v0i77.61681Palabras clave:
Redobro do Sujeito; Português Brasileiro; Português Europeu; Parâmetro do Sujeito Nulo; Sintaxe Cartográfica.Resumen
Este trabalho visa a apresentar, com base em dados da fala do Português Brasileiro e do Português Europeu, uma análise empírica e formal das construções de redobro do sujeito com DPs iniciais de referência definida, a fim de mapear tanto a sua frequência quanto os traços sintático-semânticos e prosódico-discursivos a que estão associados. A amostra provém do Corpus Concordância, parte do “Projeto COMPARAPORT”. Ancorados em Duarte (1995), a nossa hipótese é a de que há uma relação entre o estatuto do Parâmetro do Sujeito Nulo (cf. Chomsky, 1981; Roberts; Holmberg, 2010) e a implementação (frequência e qualidade) de estruturas com o redobro. O arcabouço teórico que guia esta investigação se fundamenta na associação entre a Teoria da Variação e Mudança (Weinreich; Labov; Herzog, 1968) e a Teoria de Princípios e Parâmetros (Chomsky, 1981, e trabalhos subsequentes), uma vez que tal associação nos possibilita relacionar as referidas estruturas a línguas românicas [-SujeitoNulo]. A representação formal segue, até certo ponto, a proposta de Krieck (2022), uma abordagem “cartográfica” para a derivação das construções de redobro do sujeito.
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