TRAÇOS NÃO MANUAIS DE EVENTUALIDADES EM LIBRAS
DOI:
https://doi.org/10.9771/ell.i72.46602Palabras clave:
Traços, Eventualidades, LibrasResumen
Este artigo tem por objetivo descrever traços de natureza não manual como propriedades de eventualidades na Língua Brasileira de Sinais – Libras. Partindo das noções sobre o aspecto e as classes acionais (VENDLER, 1957; COMRIE, 1976; SMITH, 1991) admitimos que a co-ocorrência de atividades da face inferior (boca, bochechas e queixo) com a articulação manual exprime a natureza do esquema temporal do predicado. O arcabouço teórico é a Morfologia Distribuída (HALLE; MARANTZ, 1993), tendo como premissa que as eventualidades e os subeventos que as compõem devem ser codificados na sintaxe. A partir de amostras de sinalização natural de três informantes surdos adultos, investigamos os traços instantâneo/durativo e télico/atélico. Os resultados obtidos são: a) traço [+ contínuo] caracteriza eventualidades durativas; b) traço [+ pontual] caracteriza eventualidades télicas. Espera-se contribuir com a descrição de traços fonológicos compatíveis com a modalidade visual-espacial.
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