MARCAÇÃO DE GÊNERO GRAMATICAL EM FORMAÇÕES NOVAS EM PORTUGUÊS BRASILEIRO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/ell.i72.45847

Palavras-chave:

Gênero Gramatical, Atribuição de Gênero, Empréstimos, Pseudopalavras, Morfofonologia

Resumo

Este trabalho investiga os fatores envolvidos na atribuição de gênero gramatical a novos substantivos em português brasileiro, assumindo o papel do conhecimento internalizado dos falantes quanto a regras e padrões presentes na língua. Para isso, analisam-se empréstimos introduzidos a partir do inglês, bem como dados de teste em que falantes nativos atribuem gênero a pseudopalavras. Os resultados mostram que, dentre os empréstimos do inglês, prevalece atribuição por analogia semântica, sendo terminações relevantes para o fenômeno restringidas pela fonotática da língua fonte; no caso das pseudopalavras com terminações associadas ao feminino, atribui-se feminino na maioria dos casos. Os resultados sugerem sistematicidade na atribuição de gênero gramatical a palavras novas, com a atuação de restrições de diferentes naturezas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Pedro Surreaux, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Mestrando na área de Fonologia e Morfologia no PPG Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com ênfase em Tradução Português e Inglês. Membro integrante do Grupo de Pesquisa Círculo MorPhon, que integra docentes e estudantes, da graduação ao doutorado, de diferentes instituições.

Luiz Carlos Schwindt, Universidade Federal do Rio Grande do Sul/CNPq

Luiz Carlos Schwindt é Professor Titular do Departamento de Linguística, Filologia e Teoria Literária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde atua, desde 2002, como docente e pesquisador na graduação e na pós-graduação. É pesquisador do CNPq desde 2007. Sua produção concentra-se, sobretudo, nos estudos de Fonologia e Morfologia, especialmente no que tange à relação entre esses módulos, além de aspectos relativos à variação linguística e à aprendizagem da linguagem.

Referências

ALCÂNTARA, C. As classes formais do português brasileiro. Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 45, n. 1, p. 5–15, 2010.

ARMELIN, P. Classifying nominals in Brazilian Portuguese: a unified account for gender and inflectional class. In: VESELOVSKÁ, L.; JANEBOVÁ, M. (orgs.). Complex visibles out there: Proceedings of the Olomouc Linguistics Colloquium 2014: Language Use and Linguistic Structure. Olomouc: Palacký University, 2014, p. 67-82.

CÂMARA JR., J. M. Estrutura da língua portuguesa. 42. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1970.

CANO, W. M.; PRADO, D. de F. Os estrangeirismos da área da informática no Aurélio XXI. Revista Alfa, São Paulo, v. 50, n. 2, p. 265–275, 2006,

CORBETT, G. Gender. Cambridge: Cambridge University Press, 1991.

HALLE, M.; MARANTZ, A. Distributed Morphology and the Pieces of Inflection. In HALE, Kenneth; KEYSER (Eds.). The View from Building 20. Cambridge: MIT Press, 1993, p. 111-176.

______. Some key features of Distributed Morphology. MIT Working Papers in Linguistics, v. 21: Papers on phonology and morphology, p. 275-288, 1994.

HARRIS, J. W. The exponence of gender in Spanish. Linguistic Inquiry, v. 22, n. 1, p. 27-62, 1991.

HASPELMATH, M. Lexical borrowing: Concepts and issues. In: HASPELMATH, M.; TADMOR, U. (Eds.). Loanwords in the world's languages: a comparative handbook. Berlin: Mouton de Gruyter, 2009. p. 35–54.

HAUGEN, E. Bilingualism in the Americas: a bibliography and research guide. Tuscaloosa: American Dialect Society, 1956.

MCCARTHY, J. J. Hidden generalizations: phonological opacity in Optimality Theory. London: Equinox, 2007.

______. Pausal phonology and morpheme realization. In: BOROWSKY, Tony; KAWAHARA, Shigeto; SHINYA, Takahito; SUGAHARA, Mariko. Prosody Matters: Essays in Honor of Lisa Selkirk. London: Equinox, 2011.

ORSI, V. A presença de empréstimos da língua inglesa na revista brasileira Glamour. In: Colóquio de Moda: 8ª Edição Internacional, 11., 2015, Curitiba. Anais eletrônicos [...]. Curitiba:2015.Disponívelem:http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio%20de%20Moda%20-%202015/COMUNICACAO-ORAL/CO-EIXO4-COMUNICACAO/CO-4-A-PRESENCA-DE-EMPRESTIMOS-DA-LINGUA-INGLESA-NA.pdf. Acesso em: 17 jun. 2018.

POPLACK, S.; POUSADA, A; SANKOFF, D. Competing influences on gender assignment: variable process, stable outcome. Lingua, v. 57, p. 1–28, 1982.

ROCHA, L. C. Estruturas morfológicas do português. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 1998.

SANKOFF. G. Linguistic outcomes of language contact. In TRUDGILL, P., CHAMBERS, J.; SHILLING-ESTES, N. (Eds.). Handbook of sociolinguistics. Oxford: Basil Blackwell, 2001, p. 638-668.

SCHWINDT, L. C. Zeros na morfologia nominal portuguesa à luz da Optimal Interleaving Theory. Revista virtual de estudos da linguagem – ReVEL, n. 5, v. especial, p. 264-276, 2011.

______. Exponência de gênero e classe temática em português brasileiro. D.E.L.T.A., v. 34, n. 2, p. 745–768, 2018.

______. Predizibilidade da marcação de gênero em substantivos no português brasileiro. In: Danniel CARVALHO, D.; BRITO, D. (orgs.). Gênero e língua(gem): formas e usos. Salvador: Editora da UFBA, 2020, p. 279-294.

SURREAUX, P. A atribuição de gênero gramatical a itens novos em português brasileiro. 2020. Trabalho de conclusão de graduação (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Letras, Porto Alegre.

THORNTON, A. M. Constraining gender assignment rules. Language Sciences, v. 31, n. 1, p. 14–32, 2009.

VALADARES, F. B. Uso de estrangeirismos no Português Brasileiro: variação e mudança linguística. 2014. Tese (Doutorado em Letras). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo/PUCSP, São Paulo.

WOLF, M. A. Optimal Interleaving: serial phonology-morphology interaction in a constraint-based model. 2008. Doctoral Dissertation. University of Massachusets Amherst. ROA-996.

Downloads

Publicado

2022-05-10

Como Citar

SURREAUX, P.; SCHWINDT, L. C. MARCAÇÃO DE GÊNERO GRAMATICAL EM FORMAÇÕES NOVAS EM PORTUGUÊS BRASILEIRO. Estudos Linguísticos e Literários, Salvador, n. 72, p. 390–414, 2022. DOI: 10.9771/ell.i72.45847. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/estudos/article/view/45847. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

DOSSIÊ ESTUDOS EM LINGUÍSTICA FORMAL NO BRASIL