OLHOS EMBOTADOS DE PRESENTE: ANOTAÇÃO COMO PROCEDIMENTO ESPECULATIVO EM JULIÁN FUKS E PATRICIO PRON
DOI:
https://doi.org/10.9771/ell.v1i66.35772Keywords:
Anotação, Ficção especulativa, Pós-memória, Ditadura militar.Abstract
A proposta do artigo é ler comparativamente dois romances contemporâneos em um esforço por compreender como a Notatio, noção do semiólogo francês Roland Barthes, possibilita empreendimentos memorialísticos e especulativos. Portanto, nesta leitura de A resistência (2014), de Julián Fuks, e O espírito dos meus pais continua a subir na chuva (2011), de Patricio Pron, interessa-nos perceber as estratégias para elaboração de textos que pouco se distendem sobre lugares, personagens ou acontecimentos, mas revelam um jogo de contiguidade entre real e ficção capaz de reelaborar memórias sobre as ditaduras militares argentina e brasileira. Ao pensar sobre os procedimentos formais em seu encontro com a memória pública, acionamos Azevedo (2017), Sarlo (2017) e Ludmer (2013).