DEMOCRATAS TÊM MEDO DO POVO? O populismo como resistência política

Autores

  • Daniel de Mendonça Universidade Federal de Pelotas

DOI:

https://doi.org/10.9771/ccrh.v32i85.22403

Palavras-chave:

Populismo. Democracia. Resistência política. Vontade dos iguais.

Resumo

O objetivo deste artigo é apresentar o populismo de esquerda como resistência política contra regimes estabelecidos. Para cumprir esse objetivo, o texto está dividido em três seções principais. Primeiramente, discorremos acerca do atual estado das democracias liberais. Na sequência, tratamos dos impasses teóricos e práticos do populismo para, após, apresentar nossa visão conceitual do fenômeno, ou seja, uma lógica político-discursiva que constitui o povo antagonicamente a seus inimigos. Na última seção, apresentamos a noção de vontade dos iguais, primeiramente discorrendo sobre a dualidade da igualdade: a invenção democrática da igualdade como princípio e a igualdade como horizonte. A seguir, analisamos a estrutura da vontade dos iguais, um tipo específico de populismo de esquerda, o qual entendemos ser capaz de iluminar aspectos referentes às distintas manifestações que têm tido lugar no mundo desde a Primavera Árabe.

 

DO DEMOCRATS HAVE AFRAID OF PEOPLE? A defense of populism as political resistance

This article aims at presenting left-wing populism as political resistance against established regimes. For that, the text is divided into three main parts. Firstly, we discuss the current situation of liberal democracies. After we treat some theoretical and practical deadlocks of populism to present our conceptual vision of this phenomenon, that is, a discursive political logic which constitutes the people antagonistically against their enemies. In the last part, we introduce the notion of the will of equals, firstly discussing the duality of equality (the democratic invention of equality as principle and equality as the horizon). Following, we analyse the structure of the will of equals, a particular type of left-wing populism, which we understand to be able to uncover aspects referring to different demonstrations that have been occurring around the World since Arab Spring.

Keywords: Populism. Democracy. Political resistance. The will of equals.

LES DEMOCRATES ONT-ILS PEUR DU PEUPLE? Une defense du populisme comme resistance politique

Cet article vise à présenter le populisme de gauche comme résistance politique contre les régimes établis. Pour cela, le texte est divisé en trois parties principales. Tout d’abord, nous discutons de la situation actuelle des démocraties libérales. Après,nous traitons certaines impasses théoriques et pratiques du populisme pour présenter notre vision conceptuelle de ce phénomène, il s’agit, une logique politique discursive qui constitue le peuple de manière antagoniste contre ses ennemis. Dans la dernière partie, nous introduisons la notion de volonté des égaux, en abordant d’abord la dualité de l’égalité (la invention démocratique de l’égalité comme principe et de l’égalité comme horizon). Nous analysons ensuite la structure de la volonté des égaux, un type particulier de populisme de gauche, que nous pensons pouvoir découvrir des aspects faisant référence aux différentes manifestations qui se sont déroulées dans le monde depuis le Printemps arabe.

Mots-clés: Populisme. Démocratie. Résistance politique. Volonté des égaux.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Daniel de Mendonça, Universidade Federal de Pelotas

Graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1997), mestrado (2001) e doutorado (2006) em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e estágio pós-doutoral em Ideology and Discourse Analysis (2009) na University of Essex. É Professor Associado na Universidade Federal de Pelotas. Interessa-se e pesquisa os seguintes temas: pós-estruturalismo e o político, teoria do discurso, ideologia e populismo.

Downloads

Publicado

2019-06-07

Como Citar

Mendonça, D. de. (2019). DEMOCRATAS TÊM MEDO DO POVO? O populismo como resistência política. Caderno CRH, 32(85), 185–201. https://doi.org/10.9771/ccrh.v32i85.22403