AQUI EU SOU CEGO, LÁ EU SOU VIDENTE: modos de ordenar eficiência e deficiência visual

Autores

  • Marcia Moraes Universidade Federal Fluminense
  • Ronald João Jacques Arendt Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.9771/ccrh.v24i61.19196

Palavras-chave:

deficiência visual, corpo em ação, modos de ordenar, materialidades, socilaidades

Resumo

Situando-se no campo dos estudos de ciência, tecnologia e sociedade (CTS), o artigo investiga diferentes modos de ordenar a deficiência visual, isto é, os modos pelos quais a deficiência é feita em diferentes práticas, numa instituição especializada. São analisados documentos relevantes no campo da deficiência visual e alguns casos, o que permite problematizar a concepção de deficiência como deficit. O artigo sublinha que a relação entre corpo e deficiência visual não deve ser resumida a identificação da deficiência visual com a ausência de uma função sensorial. Através dos casos investigados, os autores propõem que se investigue a deficiência visual através de um corpo em ação, que se define por meio das conexões que estabelece com os mais díspares elementos, humanos e não humanos. O trabalho conclui apontando a relevãncia política de multiplicar as versões de eficiência e deficiência visual, de modo a subeverter a concepção de deficiência como deficit.

PALAVRAS CHAVE: deficiência visual, corpo em ação, modos de ordenar, materialidades, socilaidades.

HERE I AM BLIND, THERE I AM SIGHTED: ways of sorting visual impairment and efficiency
Marcia Moraes
Ronald João Jacques Arendt

Situating itself in the field of science, technology and society studies (STS), this paper investigates different ways of ordering visual impairment, that is, the ways in which disability is made in different practices, in a specialized institution. Relevant documents are analyzed in the field of visual impairment and in some cases, allowing one to discuss the concept of disability as a deficit. This paper stresses that the relationship between body and visual impairment should not be summarized to identify the visually impaired with the absence of a sensory function.Through the cases investigated, the authors propose to investigate the visual impairment through a body in action, which is defined by means of connections it establishes with the most disparate elements, human and nonhuman. This paper concludes by pointing out the political relevance of multiplying versions of visual efficiency and impairment, and so to subvert the conception of disability as a deficit.

KEYWORDS: visual impairment, body in action, modes of ordering, materiality, socialities.

AVEUGLE ICI, VOYANTE LÀ-BAS: Les manières d’agencer l’efficience et la déficience visuelle
Marcia Moraes
Ronald João Jacques Arendt

Dans le cadre des études en science, technologie et société (STS), cet article présente une recherche faite sur les différents modes d’agencement de la déficience visuelle, c’est-à-dire sur les manières selon lesquelles la déficience s’exerce au niveau de différentes pratiques, au sein d’une institution spécialisée. Des documents pertinents dans le domaine de la déficience visuelle et quelques cas qui y sont analysés permettent de poser le problème de la conception de la déficience considérée comme un déficit. L’article souligne que la relation entre le corps et la déficience visuelle ne doit pas se résumer à l’identification de la déficience visuelle en tant qu’absence de fonction sensorielle. Á partir des cas étudiés, les auteurs proposent que la recherche sur la déficience visuelle soit faite sur un corps en action qui se définit par le biais des connexions établies entre les éléments, humains et non humains, les plus disparates. La conclusion de ce travail montre l’importance politique de la multiplication des versions d’efficience et de déficience visuelle afin de modifier la conception de déficience considérée comme un déficit.

MOTS-CLES: déficience visuelle, corps en action, agencements, matérialités, socialités.

Publicação Online do Caderno CRH: http://www.cadernocrh.ufba.br  

Publicação Online do Caderno CRH no Scielo: http://www.scielo.br/ccrh

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Biografia do Autor

Marcia Moraes, Universidade Federal Fluminense

Doutora em Psicologia Clínica. Professora do departamento de Psicologia da Universidade Federal Fluminense.Vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação em Psicologia, da Universidade Federal Fluminense. Integra o Grupo de Pesquisa Entre_Redes, desenvolvendo pesquisas na área deficiência visual, estudos ciência, tecnologia e sociedade, epistemologia da psicologia. Recentes publicações: em co-autoria (com KASTRUP, V). Exercícios de ver e não ver: arte e pesquisa com pessoas com deficiência visual. (Rio de Janeiro: Nau, 2010). (com SOUZA, J.); Tecnologias e modos de ser no contemporâneo. (Rio de Janeiro: PUC-7 Letras, 2010). é autora de A contribuição da antropologia simétrica à pesquisa intervenção em psicologia social: [...]. Psicologia e Sociedade, v. esp., 2008.

Ronald João Jacques Arendt, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutor em Psicologia. Professor do departamento de Psicologia Social e Institucional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Integra o Núcleo de Pesquisa Entre_Redes, desenvolvendo pesquisas na área de Psicologia Social. Suas mais recentes publicações, são: em co-autoria com MORAES, M.; Materialidades e socialidades no cotidiano: múltiplos modos de ordenamento da deficiência visual. In: MORAES, M.; SOUZA, S. J. Tecnologias e modos de ser no contemporâneo. (Rio de Janeiro: Ed. 7 Letras/PUC-RJ, 2010). Enfim: e a tua Psicologia, como é, e para quê? In: FERREIRA, A. A. L, FREIRE, L. MORAES,M.; ARENDT, R. J. J. Teoria Ator-Rede e Psicologia. (Rio de Janeiro: Nau Editora., 2010). ARENDT, R. J. J. Maneiras de pesquisar no cotidiano: contribuição da teoria do atorrede. Psicologia e Sociedade, v. esp. 2008.

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Publicado

2011-12-09

Como Citar

Moraes, M., & Jacques Arendt, R. J. (2011). AQUI EU SOU CEGO, LÁ EU SOU VIDENTE: modos de ordenar eficiência e deficiência visual. Caderno CRH, 24(61). https://doi.org/10.9771/ccrh.v24i61.19196