TEMPO DE TRABALHO E IMATERIALIDADE NA TEORIA SOCIAL DE ANDRÉ GORZ

Autores/as

  • Josué Pereira da Silva Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.9771/ccrh.v27i70.19633

Palabras clave:

André Gorz. Conhecimento. Trabalho imaterial. Tempo de trabalho. Teoria do valor. Crise do capitalismo.

Resumen

O artigo trata das formulações de André Gorz sobre trabalho imaterial. Sua análise do capitalismo contemporâneo se baseia num modelo formado pelas categorias conhecimento, valor e capital, no qual conhecimento é a força produtiva principal. Este artigo contrapõe esse modelo a um modelo anterior, formado pelas categorias trabalho, valor e capital, no qual trabalho é a força produtiva principal; realça que a diferença entre os dois está na substituição de trabalho por conhecimento. Numa economia do conhecimento, como a do primeiro modelo, a produtividade da maior parte das atividades não se presta a ser medida pelo tempo de trabalho, como no capitalismo clássico; além disso, muitas delas dependem de saberes práticos que não se prestam a ser codificados e apropriados privadamente. A tese aqui defendida é de que o principal evento por trás da mudança de um modelo a outro é a diluição do tempo de trabalho como critério para medir a produtividade; e isso afeta a teoria do valor e, portanto, a base de cálculo das equivalências pelo capitalismo. Essa é, segundo Gorz, a principal causa da crise do capitalismo e do trabalho assalariado como critério para a atribuição de direitos; e isso é também motivo suficiente para que ele passe a defender a transferência incondicional de renda para as pessoas.

PALAVRAS-CHAVE: André Gorz. Conhecimento. Trabalho imaterial. Tempo de trabalho. Teoria do valor. Crise do capitalismo.

LABOR TIME IN SOCIAL THEORY OF IMMATERIALITY ANDRÉ GORZ
Josué Pereira da Silva

The article deals with André Gorz’s formulations on immaterial labor. His analysis of contemporary capitalism is based on a model formed by the categories of knowledge, labor, and capital, being knowledge the main productive force. The article compares this model to a former one, which was made by the categories of labor, value, and capital, in which labor was the main productive force. It then stresses that the difference between them is the replacement of labor by knowledge. In a knowledge economy, as that of the first model, the productivity of activities cannot be measured by labor time as in classic capitalism; besides, most of these activities are dependent upon practical knowledge (savoir-faire) not prompted to be codified and appropriated privately. The thesis defended here is then that the main event behind this change from one model to the other is the dilution of labor time as a criterion to measure productivity; and it affects the value theory and therefore the base for calculating equivalences by capitalism. This is, according to Gorz, the main cause of the crisis of capitalism and of wage labor as the criterion for the attribution of rights; and  this is also a sufficient motive for him to move in defense of unconditional income transfer to people.

KEY-WORDS: André Gorz; knowledge; immaterial labor; labor time; value theory; crisis of capitalism.

TEMPS ET TRAVAIL EN THÉORIE SOCIALE DE IMMATÉRIALITÉ ANDRÉ GORZ
Josué Pereira da Silva

L’article s’occupe des formulations d’André Gorz sur le travail immatériel. Leur analise du capitalisme contemporain est fondée sur um modèle formé par les catégories connaissance, valeur et capital, dans lequel connaissance est la principale force productive. Cet article compare ce modèle à un modèle anterieur, formé par les categories travail, valeur et capital, dans lequel travail était la force produtive principale; l’article mettre en relief que la différence entre les deux medèles est le remplaçement de travail par connaissance. Dans une économie de connaissance, comme laquele du premier modèle, la productivité de la majorité des activités ne peut pas être mesurée par le temps du travail comme dans le capitalisme classique; en outre, plusieurs de ces activités dépendent des savoires-faire pratiques qui ne pouvont pas être codifiés et privatisés. La thèse qui je défend ici, c’est que le principal événement de cette change d’un modèle à l’outre, c’est la dilution de temps du travail comme critère pour mésurer la productivité; et ça atteint la téorie de la valeur et, par conséquence, la base du calcul des équivalences par le capitalisme. Ça, pour Gorz, c’est la principal cause de la crise du capitalisme e du travail salarié comme moyen d’attribution des droits; et ça est aussi un motif suffisant pour lui passer à défendre l’allocation unconditionel du revenu aux personnes.

MOTS-CLÉS: André Gorz; connaissance; travail immatériel; temps du travail; théorie de la valeur; crise du capitalisme.

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Biografía del autor/a

Josué Pereira da Silva, Universidade Estadual de Campinas

Doutor em Sociologia. Professor do Departamento de Sociologia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Integra o Núcleo de Pesquisa “Sociologia e Teoria Crítica, desenvolvendo pesquisas na área de Sociologia e Teoria Social Contemporâneas. Suas mais recentes publicações, são: Sociologia Crítica no Brasil (org.), 2012; André Gorz: Trabalho e Política (2ª. edição), 2011; Trabalho, cidadania e reconhecimento, 2008 (para artigos e capítulos de livro, ver Lattes).

Publicado

2014-09-03

Cómo citar

Pereira da Silva, J. (2014). TEMPO DE TRABALHO E IMATERIALIDADE NA TEORIA SOCIAL DE ANDRÉ GORZ. Caderno CRH, 27(70). https://doi.org/10.9771/ccrh.v27i70.19633