COMBATENDO O ENCARCERAMENTO EM MASSA,LUTANDO PELA VIDA

Autores

  • Vera da Silva Telles Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Departamento de Sociologia .Av. Prof. Luciano Gualberto 315. Cep: 05508-010. São Paulo – São Paulo – Brasil . http://orcid.org/0000-0002-5201-8662
  • Rafael Godoi Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Instituto de Filosofia e Ciências Sociais . Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da (PPGSA). Largo São Francisco de Paula, 1. Centro. Cep: 20051-070. Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – Brasil http://orcid.org/0000-0002-1363-6134
  • Juliana Machado Brito Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS).Av. Prof. Luciano Gualberto 315. Cep: 05508-010. São Paulo – São Paulo – Brasil . http://orcid.org/0000-0002-7716-7840
  • Fabio Mallart Universidade de São Paulo (USP).Av. Prof. Luciano Gualberto, 315. Butantã. Cep: 05508-010. São Paulo – São Paulo – Brasil. http://orcid.org/0000-0001-9033-030X

DOI:

https://doi.org/10.9771/ccrh.v33i0.32931

Palavras-chave:

Prisão, Encarceramento em massa, Extermínio, Ativismo, Política

Resumo

Neste artigo, busca-se analisar o modo como o arbítrio e a violência policial, sobretudo o encarceramento e as práticas de extermínio, terminam por fomentar a emergência de um multifacetado campo político, que mobiliza coletivos, movimentos e ativistas variados. O objetivo central consiste na construção de um plano analítico que permita incorporar essas movimentações políticas no campo dos estudos prisionais, demonstrando como o encarceramento, juntamente com outros dispositivos punitivos, se constitui como ponto de articulação e transformação desses movimentos. Tomando como referência empírica experiências de articulação política em São Paulo, destaca-se a centralidade que a prisão adquire na pauta dessas articulações e o protagonismo que nelas adquirem as vítimas da violência estatal. Além de pesquisa documental, as análises baseiam-se no engajamento dos autores, implicados nessas movimentações. No centro dessas muitas articulações, nos defrontamos com a defesa da vida – a vida como valor e como campo de disputa.

Palavras-Chave: Prisão; Encarceramento em massa; Extermínio; Ativismo; Política

FIGHTING MASS INCARCERATION, FIGHTING FOR LIFE

ABSTRACT

In this article, we examine how incarceration and practices of extermination foster the emergence of a multifaceted political field that mobilizes collectives, social movements and activists. Our central objective consists in the construction of an analytical plan to incorporate these political movements in the field of prison studies, demonstrating how incarceration, together with other punitive devices, constitutes a point of articulation and transformation of these same movements. We take as empirical reference experiences of political articulation in São Paulo, highlighting the centrality that prison acquires in the agenda of these articulations and the protagonism that the victims of state violence acquire in them. In addition to documentary research, the analyzes are based on the authors’ engagement in these movements. At the heart of these many articulations, we are faced with the defense of life – life as value and as a field of conflict.

Key words: Prison; Mass imprisonment; Extermination; State; Activism; Politics

LUTTER CONTRE L’INCARCÉRATION DE MASSE, LUTTE POUR LA VIE

ABSTRACT

Dans cet article, nous analysons comment la violence policière, notamment les pratiques d’incarcération et d’extermination, favorise l’émergence d’un champ politique vaste et diversifié qui mobilise divers groupes, mouvements sociaux et activistes. Notre objectif central est la construction d’un plan analytique visant à incorporer ces mouvements politiques dans le domaine des études pénitentiaires, démontrant ainsi que l’emprisonnement, associé à d’autres dispositifs punitifs, constitue un point d’articulation et de transformation de ces mouvements. En prenant comme référence empirique les expériences d’articulation politique à São Paulo, nous soulignons la centralité que la prison acquiert, ainsi que le protagonisme des victimes de la violence de l’État. Les analyses sont basées sur des recherches documentaires et sur l’engagement des auteurs dans ces mouvements. Au cœur de ces nombreuses articulations, nous sommes confrontés à la défense de la vie – la vie en tant que valeur et champ de conflit.

Key words: prison; Extermination; Incarcération en masse; État; Activisme; Politique

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Biografia do Autor

Vera da Silva Telles, Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Departamento de Sociologia .Av. Prof. Luciano Gualberto 315. Cep: 05508-010. São Paulo – São Paulo – Brasil .

Doutora em Sociologia pela Universidade de São Paulo. Professora sênior do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo. Coordenadora do Grupo de Pesquisa Cidade e Trabalho no Programa de Pós-graduação em Sociologia, desenvolvendo pesquisas na área de sociologia urbana. Publicações recentes: CUNHA, M; MALLART F.; TELLES, V.S (orgs.). Dossiê Punição, prisão e cidade: contextos transversais. Tempo Social, Revista do Departamento de Sociologia da USP, v.31, n. 3, 2019; TELLES, V.S. (org.) Dossiê Crimes, territórios e sociabilidades: perspectivas comparativas Sao Paulo, Rio de Janeiro. Revista Novos Estudos Cebrap, v. 38, n. 3. 2019; FREIRE-MEDEIROS, B.; ALLIS, T.; TELLES, V.S (orgs). Dossiê “Mobilidades: conceitos, temas e métodos. Tempo Social, Revista de Sociologia, v. 30, n. 2, 2018.

Rafael Godoi, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Instituto de Filosofia e Ciências Sociais . Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da (PPGSA). Largo São Francisco de Paula, 1. Centro. Cep: 20051-070. Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – Brasil

Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP). Pós-doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGSA/UFRJ). Pesquisador do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana (NECVU). Desenvolve pesquisas nos campos da sociologia da punição, da violência e do direito. Publicou, entre outros textos, o livro: Fluxos em cadeia: as prisões em São Paulo na virada dos tempos, pela Boitempo Editoral, e é um dos organizadores do livro BR 111: a rota das prisões brasileiras, publicado pela Editora Veneta/Le Monde Diplomatique Brasil, ambos em 2017.

Juliana Machado Brito, Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS).Av. Prof. Luciano Gualberto 315. Cep: 05508-010. São Paulo – São Paulo – Brasil .

Mestre em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP). Doutoranda pelo Programa de Pós Graduação em Sociologia da Universidade de São Paulo (USP). Trabalha com temas relacionados à violência de Estado no campo do conflito urbano: dispositivos jurídicos de controle de protestos e criminalização da dissidência política, prisões, violência policial, tecnologias de poder e controle.

Fabio Mallart, Universidade de São Paulo (USP).Av. Prof. Luciano Gualberto, 315. Butantã. Cep: 05508-010. São Paulo – São Paulo – Brasil.

Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP). Pós-doutorando pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ). Trabalha com temas relacionados à violência de Estado: prisões, sistema socioeducativo, manicômios judiciários, letalidade policial, tecnologias de poder e controle. Publicou, entre outros textos, o livro: Cadeias dominadas: a Fundação CASA, suas dinâmicas e as trajetórias de jovens internos, pela Editora Terceiro Nome/FAPESP, em 2014. É um dos organizadores do livro BR 111: a rota das prisões brasileiras, publicado pela Editora Veneta/Le Monde Diplomatique Brasil, em 2017.

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Publicado

2020-12-19

Como Citar

da Silva Telles, V., Godoi, R., Machado Brito, J., & Mallart, F. (2020). COMBATENDO O ENCARCERAMENTO EM MASSA,LUTANDO PELA VIDA. Caderno CRH, 33, e020024. https://doi.org/10.9771/ccrh.v33i0.32931