A IMAGEM DO ETANOL COMO “DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL” E A (NOVA) MORFOLOGIA DO TRABALHO
DOI:
https://doi.org/10.9771/ccrh.v26i68.19505Palavras-chave:
Relações de trabalho. Condições de trabalho. Capitalismo no campo. Cana-de-açúcar.Resumo
O objetivo deste texto é a análise das relações e condições de trabalho nos canaviais, resultantes do processo de reconfiguração do trabalho, em face do momento atual, caracterizado pela intensificação do processo de mecanização do corte de cana. Em função da rapidez das mudanças ocorridas no processo de trabalho, considera-se que estas relações de trabalho devam ser analisadas no contexto da imagem do “desenvolvimento sustentável” produzida pelas empresas sucroalcooleiras e pelo Estado brasileiro. A intensificação da exploração da força de trabalho no quadro de uma (nova) morfologia combina, de um lado, tecnologias altamente avançadas, e, de outro, aumento da desqualificação da força de trabalho. As reflexões procurarão trazer à superfície a realidade social escondida atrás da ideologia fabricada para sustentar essa atividade econômica. Visa-se a uma análise crítica da ideologia desenvolvimentista inerente a essa produção. A metodologia empregada baseia-se na história oral e observação direta nos canaviais paulistas e alagoanos.
PALAVRAS-CHAVE: Relações de trabalho. Condições de trabalho. Capitalismo no campo. Cana-deaçúcar.
THE IMAGE OF ETHANOL AS “SUSTAINABLE DEVELOPMENT” AND THE (NEW) MORPHOLOGY OF LABOR
Maria Aparecida de Moraes Silva
Lúcio Vasconcellos de Verçoza
Juliana Dourado Bueno
The aim of this text is to analyze labor relations and conditions in sugar cane fields which have resulted from the labor reconfiguration process as related to the current situation of intensified mechanization of the sugar cane harvest. Due to the rapid changes which have occurred in the harvest, we feel that these labor relations must be analyzed within the context of the “sustainable development” image projected by sugar and ethanol companies and by the Brazilian government. Intensification of the exploitation of the work force in the setting of a (new) morphology combines highly advanced technology with increasing underqualification of the labor force. These reflections will aim to bring to the surface the social reality hidden behind the ideology fabricated to sustain this economic activity. We seek a critical analysis of the developmentalist ideology inherent to this type of production. The methodology employed is based on oral history and direct observation in the sugar cane fields of the states of São Paulo and Alagoas.
KEY WORDS: Labor relations. Working conditions. Capitalism in the fields. Sugar cane.
L’IMAGE DE L’ÉTHANOL EN TANT QUE “DÉVELOPPEMENT DURABLE” ET LA (NOUVELLE) MORPHOLOGIE DU TRAVAIL
Maria Aparecida de Moraes Silva
Lúcio Vasconcellos de Verçoza
Juliana Dourado Bueno
Le but de ce texte est d’analyser les relations et les conditions de travail dans les plantations de canne à sucre, suite au processus de reconfiguration du travail et au moment actuel, caractérisé par l’intensification du processus de mécanisation de la coupe de la canne à sucre. En raison de la rapidité des changements dans le processus de ce travail, il s’avère que ces relations de travail doivent être analysées dans le contexte de l’image de “développement durable” produite par les fabriques de sucre et d’alcool et par l’Etat brésilien. L’intensification de l’exploitation de la main d’oeuvre dans le cadre d’une (nouvelle) morphologie associe, d’une part, des technologies de pointe et, d’autre part, l’augmentation d’un manque de qualification de la main d’oeuvre. Les réflexions faites essaient de mettre en lumière la réalité sociale qui se cache derrière une idéologie fabriquée pour soutenir cette activité économique. On cherche à faire une analyse critique de l’idéologie du développement liée à cette production. La méthodologie utilisée se base sur la tradition orale et l’observation directe dans les plantations de canne à sucre des états de São Paulo et d’Alagoas.
MOTS-CLÉS: Relations de travail. Conditions de travail. Capitalisme à la campagne. Canne à sucre.
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