REFORMA AGRÁRIA E LAND REFORM: movimentos sociais e o sentido de ser um sem-terra no Brasil e na África do Sul
DOI:
https://doi.org/10.9771/ccrh.v25i64.19125Palavras-chave:
sem-terra, reforma agrária, África do Sul, movimentos sociais, MSTResumo
Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa comparada sobre a atuação do Landless People´s Movement (LPM), da África do Sul, e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), realizada entre 2005 e 2009. No lado brasileiro, impera a ideia de reforma agrária, ou seja, uma ação política voltada para o uso produtivo ou agrícola da terra, que tem, como pano de fundo, critérios legais de produtividade. Na parte sul-africana, vemos o embate se estruturar sob a nomenclatura de land reform, slogan que remete a uma mudança na distribuição do território, visando à reparação das injustiças cometidas pelos governos do apartheid. Sendo assim, indicamos que esses dois casos comportam tipos diferentes de sujeitos da ação política. Tendo como referentes agentes históricos distintos, os movimentos sob análise, nesses dois países, procuram se legitimar por meio de diferentes “grandezas” que justificam suas existências e suas lutas. Neste artigo, procuraremos apresentar as especificidades de cada um dos sem-terras desses movimentos, a partir das suas formas sociais de “engrandecimento e justificação social” diante de suas bases e do Estado.
PALAVRAS-CHAVE: sem-terra, reforma agrária, África do Sul, movimentos sociais, MST.
RÉFORME AGRAIRE ET LAND REFORM: les mouvements sociaux et la raison d’être un paysan sans-terre au Brésil et en Afrique du Sud
Marcelo C. Rosa
Cette étude présente les résultats d’une recherche comparative faite entre 2005 et 2009 sur le rôle des Landless People´s Movement (LPM), en Afrique du Sud, et le Mouvement des Travailleurs Ruraux Sans Terre (MST) au Brésil. Du côté brésilien l’idée de réforme agraire domine, c’est-àdire celle d’une action politique visant une utilisation productive ou agricole des terres avec, comme toile de fond, des critères légaux de productivité. En Afrique du Sud, la lutte se base sur une nomemclature de land reform, slogan qui fait appel à un changement au niveau de la distribution des terres afin de réparer les injustices commises par les gouvenements de l’apartheid. Il est donc important de faire remarquer que ces deux cas se rapportent à des types différents de sujets de l’action politique. Vu notre référence à des agents historiques distincts, nous pouvons dire que les mouvements analysés dans ces deux pays cherchent leur légitimation dans des “grandiosités” différentes, qui justifient leur existence et leurs luttes. Dans cet article, sous essayerons de montrer les spécificités de chaque paysan sans terre appartenant à ces mouvements, à partir de leurs manières de “se mettre en valeur et de se justifier socialement” face à leurs bases et à l’État.
MOTS-CLÉS: paysans sans-terre, réforme agraire, Afrique du Sud, mouvements sociaux, MST.
AGRARIAN REFORM AND LAND REFORM: social movements and the sense of being a landless worker in Brazil and South Africa
Marcelo C. Rosa
This article presents the results of a comparative research developed between 2005 and 2009 on the actions of the South African Landless People’s Movement (LPM) and the Brazilian Landless Rural Workers’ Movement (MST). In Brazil, the concept of an agrarian reform prevails, that is, a political action towards a productive agricultural use of the land, having the productivity criteria as its main frame of reference. In South Africa, the conflict is structured under the term of land reform, a slogan that refers to the changes in territory distribution, aiming to make up for the harm caused by apartheid. Thus, we point out that each case involves different types of subjects within their political actions. By having different historical agents as their reference, the movements analyzed in both countries attempt to gain legitimacy through particular dimensions that justify their existence and struggle. In this article, we intend to show the specificities of the landless workers in each movement, according to the forms of “social elevation and justification” regarding their peers and the State.
KEY-WORDS: landless workers, agrarian reform, South Africa, social movements, MST.
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