ECOLOGIA POLÍTICA, MOVIMENTOS AMBIENTALISTAS E CONTESTAÇÃO TRANSNACIONAL NA AMÉRICA LATINA

Autores

  • Carlos R. S. Milani Universidade Federal da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.9771/ccrh.v21i53.18973

Palavras-chave:

ecologia política, movimentos ambientalistas, contestação transnacional, relações internacionais, América Latina

Resumo

Os anos pós-Guerra Fria possibilitam uma renovação do debate latino-americano sobre as tensões entre meio ambiente, ética e política internacional. Defensores da idéia de que as relações internacionais emergem exclusivamente da interação entre entidades políticas soberanas e independentes contrapõem-se aos que sustentam a centralidade na agenda ecopolítica de muitos outros atores para além do Estado. Ou seja, os princípios da soberania incondicionada e da não-ingerência – ordenadores tradicionais do sentido das “relações internacionais” – são questionados pela crescente transnacionalização das reivindicações, por redes e movimentos ambientalistas, de condutas éticas e responsáveis no campo ambiental. É com base nesses pressupostos que o presente artigo se estrutura em duas partes: (1) uma discussão sobre o processo de internacionalização da problemática ambiental e das tensões contemporâneas entre meio ambiente, ética e política internacional na América Latina; (2) uma análise dos questionamentos trazidos pelo campo do ambientalismo latino-americano operando no seio da contestação transnacional do Fórum Social Mundial.

PALAVRAS-CHAVE: ecologia política, movimentos ambientalistas, contestação transnacional, relações internacionais, América Latina.

POLITICAL ECOLOGY, ENVIRONMENTALIST MOVIMENTS AND TRANSNATIONAL CONTESTATION IN LATIN AMERICA
Carlos R. S. Milani

In the aftermath of the Cold War, there has been a renewal in the Latin American academic debate on tensions between environmental protection, ethics and international politics. Those who defend the idea that international relations stem from an exclusive interaction between sovereign and independent political entities are confronted with those who reaffirm the relevance of many other players beyond the state in the global ecopolitics. That means that the tenets of unconditioned sovereignty and non-intervention, which have traditionally built the sense of ‘international relations’, are questioned by the growing transnationalization of political demands by environmental movements in favor of ethical and responsible patterns of action and behavior. Rooted in these premises, the present article is structured in two parts: (1) a discussion on the process of internationalization of the environmental problematique, and contemporary tensions between environment, ethics, and international politics in Latin America; (2) an analysis of political demands by Latin American environmental movements associated with transnational antiglobalization contention in the World Social Forum.

KEYWORDS: political ecology, environmental movements, transnational contention, international relations, Latin America.

L’ÉCOLOGIE POLITIQUE, LES MOUVEMENTS ENVIRONNEMENTAUX ET LA CONTESTATION TRANSNATIONALE EN AMÉRIQUE LATINE
Carlos R. S. Milani

Les années de l’après-Guerre Froide ont permis le renouvèlement du débat latino-américain sur les tensions entre l’environnement, l’éthique et la politique internationale. Les défenseurs de l’idée selon laquelle les relations internationales émergent exclusivement de l’interaction entre des entités politiques souveraines et indépendantes s’opposent à ceux qui soutiennent l´importance de bien d’autres acteurs outre l’Etat sur la scène écopolitique mondiale. Autrement dir, les principes de la souveraineté inconditionnée et de la non-ingérence (qui ont traditionnellement construit le sens des « relations internationales ») sont remis en cause par une croissante transnationalisation des revendications politiques des réseaux et des mouvements écologistes en faveur de conduites éthiques et responsables à l´égard de l’environnement planétaire. Partant de ces présupposés, cet article se structure en deux parties: (1) une discussion concernant le processus d’internationalisation de la problématique écologique et des tensions contemporaines entre l’environnement, l’éthique et la politique internationale en Amérique Latine; (2) une analyse des questions soulevées par les réseaux de mouvments écologistes latino-américains agissant au coeur de la contestation transnationale du Forum Social Mondial.

MOTS-CLÉS: ecologie politique, mouvements écologistes, contestation transnationale, relations internationales, Amérique Latine.

Publicação Online do Caderno CRH: http://www.cadernocrh.ufba.br

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Carlos R. S. Milani, Universidade Federal da Bahia

Professor do Departamento de Estudos Organizacionais, do Núcleo de Pós- Graduação em Administração (NPGA) e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS) da Universidade Federal da Bahia (UFBA). É pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Teconológico (CNPq) e coordenador do Laboratório de Análise Política Mundial (LABMUNDO). Professor convidado em várias universidades (Montreal, Colima, Complutense de Madri, Sciences-Po, UFRGS), trabalha atualmente em dois projetos de pesquisa, ambos financiados pelo CNPq: (i) a contestação política transnacional e o Fórum Social Mundial e (ii) as políticas externas do Brasil e do México dos anos 1990 e a participação de atores nãoestatais (Rede Renato Archer “Expansão, Renovação e Fragmentação das Agendas e Atores de Política Externa”).

Downloads

Publicado

2008-11-07

Como Citar

Milani, C. R. S. (2008). ECOLOGIA POLÍTICA, MOVIMENTOS AMBIENTALISTAS E CONTESTAÇÃO TRANSNACIONAL NA AMÉRICA LATINA. Caderno CRH, 21(53). https://doi.org/10.9771/ccrh.v21i53.18973