RELAÇÕES DE TRABALHO EM UMA EMPRESA GLOBAL: novo paradigma ou neocorporativismo?
DOI:
https://doi.org/10.9771/ccrh.v22i57.18966Palavras-chave:
sociologia, trabalho, sindicato, comissão de fábrica, relações de trabalhoResumo
Este artigo trata das relações de trabalho em uma empresa global e foi resultado de pesquisa em uma montadora de caminhões instalada na região do ABC no Estado de São Paulo, Brasil. A empresa estudada apresenta um padrão dos mais avançados na dimensão organizacional das relações de trabalho ou no local de trabalho considerado o contexto brasileiro. A solução de conflitos do trabalho nesta empresa aponta fortemente para um padrão negocial em relação ao estatutário (Zylberstajn e Pastore, 1985), o que levou alguns autores a indicar um modo de cooperação-conflitiva para lidar com as relações de trabalho (Rodrigues, 1997) e uma via institucionalizada de inserção dos trabalhadores nos processos de inovação tecnológica e gerencial (Bresciani, 2002). O esquema montado dentro da empresa foi resultado da estratégia do sindicato no local de trabalho e da gestão da empresa em particular da gestão de recursos humanos. A análise da experiência permitiu verificar além de um paradigma avançado de relações de trabalho, a afirmação de uma tendência ao corporativismo societário ou neocorporativismo em relação ao corporativismo estatal típico do sistema trabalhista brasileiro.
PALAVRAS-CHAVE: relações de trabalho, sindicalismo e comissão de fábrica, políticas de recursos humanos, corporativismo e indústria automobilística.
THE LABOR RELATIONSHIPS IN A GLOBAL COMPANY: a new paradigm or neocorporativism?
Arnaldo José França Mazzei Nogueira
This paper discusses labor relationships in a global company and it was the result of research in an trucks assembly plant in the ABC area in the State of São Paulo, Brazil. The company studied presents a most advanced pattern in the organizational dimension in labor relationships or in the workplace, Brazilian context considered. The solution of labor conflicts in this company points strongly to a negociation pattern in relation to the statutory (Zylberstajn and Pastore 1985), what took some authors to indicate a way of cooperationconflictive to work with labor relationships (Rodrigues 1997) and an institutionalized way of workers insertion in the processes of technological and managerial innovation (Bresciani 2002). The scheme mounted in the company was a result of the union strategy in the workplace and of the company administration, in particular of human resources. The analysis of the experience allowed to verify, besides an advanced paradigm of labor relationships, the statement of a tendency to the societary corporativism or neo-corporativism in relation to the corporativism typical of state
companies in the Brazilian labor system.
KEYWORDS: labor relationships; syndicalism and factory commission; human resources policies; corporativism and automotive industry.
LES RELATIONS DE TRAVAIL DANS UNE ENTREPRISE GLOBALE: un nouveau paradigme ou du neocorporatirme?
Arnaldo José França Mazzei Nogueira
Cet article, résultat d’une recherche effectuée dans une usine d’assemblage de camions installée dans la région de l’ABC de Sao Paulo, au Brésil, traite des relations de travail dans une entreprise globale. Dans le contexte brésilien, cette entreprise présente l’un des niveaux les plus élevés d’organisation autant au niveau des relations de travail que du lieu de travail. La manière de résoudre les conflits de travail dans cette entreprise montre très clairement un niveau de négociation en fonction des statuts (Zylberstajn et Pastore, 1985), ce qui permet aux auteurs d’indiquer une voie de coopération conflictuelle pour administrer les relations de travail (Rodrigues, 1997) et une voie institutionnalisée d’insertion des travailleurs dans des processus d’innovation technologique et de nouvelles gérance (Bresciani, 2002). Le schéma établi au sein de l’entreprise est le résultat des stratégies du syndicat local du travail et de la gestion des entreprises et tout particulièrement de la gestion des ressources humaines. L’analyse de l’expérience a permis de vérifier non seulement un paradigme avancé dans les relations de travail, mais aussi une tendance au corporatisme sociétaire ou néocorporatisme par rapport au corporatisme d’état, typique du système travailliste brésilien.
MOTS-CLÉS: relations de travail, syndicalisme et commission de fabrique, politiques des ressources humaines, corporatisme et industrie automobile.
Publicação Online do Caderno CRH: http://www.cadernocrh.ufba.br
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