COOPERATIVAS DE TRABALHO E FLEXIBILIZAÇÃO PRODUTIVA: quando “estar juntos” transforma-se em uma estratégia perversa de exclusão

Resumo

Este artigo tem por finalidade discutir a temática da reestruturação produtiva no contexto da globalização econômica neoliberal em curso, procurando avaliar seus impactos tecnológicos, sociais e econômicos, bem como suas implicações sobre a realidade cotidiana dos trabalhadores, principalmente no que se refere ao processo de flexibilização e precarização das condições de trabalho. Neste sentido, procurar-se-á analisar criticamente o papel das cooperativas de trabalho, que têm sido utilizadas como uma importante estratégia de terceirização de serviços e também de processos produtivos por parte das empresas, tanto públicas como privadas, cujo objetivo tem sido em realidade o de reduzir custos empresariais. Esta estratégia empresarial de terceirização cooperativada se, por um lado, resolve a questão competitiva das empresas, na medida que reduz seus custos, por outro lado significa uma das formas mais perversas de exclusão social, ou, em outras palavras, uma forma de inclusão precária, instável e marginal de um número cada vez mais crescente de um tipo específico de trabalhador – o trabalhador precarizado destituído de direitos e proteção social.

Palavras-chaves: Relações de trabalho, cooperativismo, flexibilização produtiva, precarização e exclusão social.

Work cooperatives and productive flexibilization: when “being together” becomes a perverse estrategy of exclusion

   
This paper aims to discuss the productive restructuring in the context of neoliberal economical globalization nowadays, with the objective of assessing its technological, social, and economical impacts, as well as its implications on the daily reality of workers, mainly referring to the flexibility and precariousness process of work conditions. Thus, an attempt to critically analyze the role of the work cooperatives, that, in turn, have been used as an important strategy of tercerization of services and also productive processes by both public and private enterprises, whose objective has been to reduce the enterprise costs This enterprise strategy, the tercerization by means of a cooperative, on the one hand, solves the matter of enterprise competition, as they reduce its costs. On the other hand, this is one of the most severe modes of social exclusion, in other words, it is another mode of precarious, unstable, and marginal inclusion of an increasing number of a certain kind of worker – the precarious worker who is destitute of his or her rights as well as his or her social protection.

Key words:work relationship, cooperativism, productive flexibility, precariousness and social exclusion.

COOPERATIVES DE TRAVAIL ET FLEXIBILISATION PRODUCTIVE: Lorsque “être ensemble” se transforme en stratégie perverse d’exclusion

   
Cet article aborde la thématique de la restructuration productive considérée dans le contexte de la globalisation économique néo-libérale en cours, en essayant d’évaluer ses impacts technologiques, sociaux et économiques ainsi que ses implications/conséquences sur la réalité quotidienne des travailleurs, surtout en ce qui concerne le processus de flexibilisation et de précarisation des conditions de travail. C’est dans ce sens qu’on a essayé de faire une analyse critique du rôle des coopératives de travail que les entreprises, publiques et privées, utilisent comme stratégie de sous-traitance des services mais aussi en tant que processus productifs, simplement dans l’objectif de réduire leurs coûts. Si cette stratégie des entreprises de sous-traitance coopérative, d’un côté résoud le problème de la compétition entre les entreprises, dans la mesure où elle en réduit les coûts, elle représente d’un autre côté l’une des formes les plus perverses de l’exclusion sociale, car il s’agit d’une forme d’inclusion précaire, instable et marginale d’un nombre de plus en plus important d’un type de travailleur spécifique – le travailleur précarisé, destitué de ses droits et de protection sociale.

Mots-clés: relations de travail, coopérativisme, flexibilisation productive, précarisation et exclusion sociale.


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