O currículo do desenho animado Irmão do Jorel
a perigosa lambada brutal controlando e borrando fronteiras de gênero
Palavras-chave:
Currículo, Gênero, Estudos Culturais, Animação, Irmão do JorelResumo
Este artigo discute as questões de gênero no currículo do desenho animado “Irmão do Jorel”, considerando o debate das produções discursivas da mídia. Se insere no campo dos Estudos Culturais e Estudos de Gênero, numa perspectiva pós-estruturalista. Com suporte da Etnografia de Tela, analisa o currículo da série de animação no que se refere a Tecnologia de Gênero e as formas de representar o sujeito-menina-mulher, sujeito-menino-homem. Com a pesquisa foi possível perceber que o desenho animado demostra na sua narrativa controle e/ou subversão das normas de gênero. Conclui-se que a Tecnologia de Gênero está presente no currículo da série na condição de dispositivo reafirmador de normas, regulações de gênero e como artefato didático desconstrutor dessas metanarrativas.
Downloads
Referências
AGUILAR, M. A. B.; GONÇALVES, J. P. Conhecendo a perspectiva pós-estruturalista: breve percurso de sua história e propostas. Revista Conhecimento Online, v. 1, p. 36-44, 2017. Disponível em: https://periodicos.feevale.br/seer/index.php/revistaconhecimentoonline/article/view/460. Acesso em: 17 set. 2021.
ALBUQUERQUE, L. M. B. Hair: "Paz e Amor!". Revista Nures - Maio/Agosto, 2009. Disponível em: https://www.pucsp.br/revistanures/Revista12/index.htm. Acesso em: 09 fev. 2023.
ANDREOLI, G. S. Dança, Gênero e Sexualidade: um olhar cultural. Conjectura, v. 15, n. 1, 2010. Disponível em: http://www.ucs.com.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/186. Acesso em: 22 set. 2021.
ANDREOLI, G. S. O Ensino da dança e as relações de gênero e sexualidade. RELACult-Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade, v. 5, n. 2, 2019. Disponível em:
https://periodicos.claec.org/index.php/relacult/article/view/926. Acesso em: 17 set. 2021.
ANDREOLI, G. S.; CANELHAS, L. A dança e as relações de gênero: uma reflexão sobre a interação entre meninos e meninas em uma aula de dança. Revista da Fundarte, v. 37, n. 37, p. 375-394, 2019. Disponível em: https://seer.fundarte.rs.gov.br/index.php/RevistadaFundarte/article/view/660. Acesso em: 17 set. 2021.
ARAÚJO, R. Transgressões de Gênero em Steven Universe: os desenhos animados como tecnologia de gênero. 2017. 69 f. Monografia (Bacharelado em Design de Moda) – Instituto de Cultura e Arte, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza/CE, 2017. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/32411/3/2017_tccII_ra.pdf-2.pdf. Acesso em: 17 set. 2021.
BALESTRIN, P. A.; SOARES, R. “Etnografia de tela”: uma aposta metodológica. In: MEYER, D.; PARAÍSO, M. A. (Orgs.). Metodologias de pesquisas pós-críticas em educação. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2012. p. 87-109.
BARROS, L. M. Comunicação e Educação: além de forma e conteúdo. Revista Ação Midiática – Estudos em Comunicação, Sociedade e Cultura, v. 1, n. 1, p. 4-20, 2011. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/acaomidiatica/article/viewFile/25699/17184. Acesso em: 17 set. 2021.
BERGHAUSER, T. A. Corpo, gênero, dança: representações em uma cena contemporânea. Anais do Seminário Internacional Fazendo Gênero 10: Desafios Atuais dos Feminismos, Florianópolis/SC, set. 2013. Disponível em: http://www.fg2013.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/20/1373340421_ARQUIVO_FazendoGenero.pdf. Acesso em: 17 set. 2021.
BRAVI – Brasil Audiovisual Independente. “Irmão do Jorel” é o desenho mais visto no Cartoon em 2014. BRAVI, Notícias, 9 mar. 2015. Disponível em: https://bravi.tv/irmao-do-jorel-e-o-desenho-mais-visto-do-cartoon-em-2014/. Acesso em: 4 set. 2021.
BRUZZI, T. Animador de Irmão do Jorel avalia sucesso da série produzida pelo Cartoon Network. NaTelinha, Séries, 29 maio 2021. Disponível em: https://natelinha.uol.com.br/series/2021/05/29/animador-de-irmao-do-jorel-avalia-sucesso-da-serie-produzida-pelo-cartoon-network-164637.php. Acesso em: 22 set. 2021.
BUTLER, Judith. Deshacer el género. Barcelona: Paidós, 2006.
BUTLER, J. Regulações de gênero. cadernos pagu, n. 42, p. 249-274, 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cpa/a/Tp6y8yyyGcpfdbzYmrc4cZs/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 17 set. 2021.
CASALI, J. P.; GONÇALVES, J. P. Pós-estruturalismo: algumas considerações sobre esse movimento do pensamento. REDD – Revista Espaço de Diálogo e Desconexão, v. 10, n. 2, p. 84-92, 2018. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/redd/article/view/11344. Acesso em: 17 set. 2021.
CATRACA LIVRE. Nós conversamos com Juliano Enrico, o criador de 'Irmão do Jorel'. 2018. Disponível em: https://catracalivre.com.br/entretenimento/nos-conversamos-com-o-juliano-enrico-criador-de-irmao-do-jorel/. Acesso em: 26 de jul. 2021.
COLINS, A. T.; DE LIMA, M. G. Etnografia de tela e semiopragmática: um diálogo entre metodologias de análise fílmica. Avanca Cinema Journal, p. 430-437, 2020. Disponível em: https://publication.avanca.org/index.php/avancacinema/article/view/146. Acesso em: 17 set. 2021.
CORAZZA, S. O que quer um currículo. Petrópolis: Vozes, 2011.
CRUZ, T. P. Irmão do Jorel como expressão do imaginário. 2018. 72 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Comunicação Social) – Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre/RS, 2018. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/181695/001073932.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 17 set. 2021.
DAOLIO, J. A construção cultural do corpo feminino ou o risco de transformar meninas em "antas". In: DAOLIO, J. Cultura: educação física e futebol. Campinas, SP: Editora Unicamp, 2003. p. 107-119.
FISCHER, R. M. B. Prefácio. In: PEREIRA, J. Novas Tecnologias de Informação e Comunicação em redes educativas. Londrina: ERD Filmes, 2008, p. 13-14.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir. Petrópolis: Vozes, 1987.
GIROUX, H. A. A Disneyzação da Cultura Infantil. In: SILVA, T. T.; MOREIRA, A. F. (Orgs.). Territórios Contestados – O Currículo e os Novos Mapas Políticos e Culturais. Petrópolis: Vozes, 1995, p. 49-81.
LAURETIS, T. A tecnologia do gênero. Indiana University Press, 1987.
LESSA, P. Mulheres, corpo e esportes em uma perspectiva feminista. Motrivivência, n. 24, p. 157-172, 1 jan. 2005. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view/862/3895. Acesso em: 17 set. 2021.
LOPES, A. C.; MACEDO, E. Currículo. In: LOPES, A. C.; MACEDO, E. Teorias de Currículo. Rio de Janeiro: Cortez, 2011, p. 19-42.
LOURO, G. L. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
LOURO, G. L. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
LOURO, G. L. Educação e docência: diversidade, gênero e sexualidade. Formação Docente – Revista Brasileira de Pesquisa sobre Formação de Professores, v. 3, n. 4, p. 62-70, 2011. Disponível em: https://revformacaodocente.com.br/index.php/rbpfp/article/view/31. Acesso em: 17 set. 2021.
MARTINS, N. V. Animação brutal: uma pesquisa sobre as temáticas socioculturais abordadas em “Irmão do Jorel”. 2019. 90 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Comunicação Social) – Setor de Arte, Comunicação e Design, Universidade Federal do Paraná, Curitiba/PR, 2019. Disponível em: https://www.acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/67453/TCC%20-%20NATALIA%20VIOTTO%20MARTINS.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 17 set. 2021.
MATEUS, B. Série ‘Irmão do Jorel’ conquista a audiência de crianças e adultos. O Tempo, Diversão, 2 maio 2019. Disponível em: https://www.otempo.com.br/diversao/serie-irmao-do-jorel-conquista-a-audiencia-de-criancas-e-adultos-1.2175880. Acesso em: 22 set. 2021.
PAECHTER, C. Meninos e meninas: aprendendo sobre masculinidades e feminidades. Tradução de Rita Terezinha Schimidt. Porto Alegre: Artmed, 2009.
PARAÍSO, M. A. A produção do currículo na televisão: que discurso é esse?. Educação & realidade, v. 26, n. 1, p. 141-160 2001. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/41320/26150. Acesso em: 17 set. 2021.
PARAÍSO, M. A. Diferença no currículo. Cadernos de Pesquisa, v. 40, n. 140, p. 587-604, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cp/a/MnrBfYmbrZ4zfVqD3C5qkYp/?lang=pt&format=html. Acesso em: 17 set. 2021.
PARAÍSO, M. A. Currículo e relações de gênero: entre o que se ensina e o que se pode aprender. Revista Linhas, v. 17, n. 33, p. 206-237, 2016. Disponível em: https://www.periodicos.udesc.br/index.php/linhas/article/view/1984723817332016206. Acesso em: 17 set. 2021.
PARAÍSO, M. A. Fazer do caos uma estrela dançarina no currículo: invenção política com gênero e sexualidade em tempos do slogan “ideologia de gênero”. In: PARAÍSO, M. A.; CALDEIRA, M. C. S. (Orgs.). Pesquisas sobre currículos, gêneros e sexualidades. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2021, p. 41-96.
PASSOS, D.; MARINI, A.; PATROCÍNIO, I. G. “Fúria e poder sobre rodas”: questões de gênero e educação na série “Irmão do Jorel”. Educação: Teoria e Prática, v. 31, n. 64, p. 1-13, 2021. Disponível em: https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/educacao/article/view/15293. Acesso em: 17 set. 2021.
PEREIRA, R. S.; DINIS, N. F. Itinerários da pesquisa pós-estruturalista em educação. Itinerarius Reflectionis, v. 11, n. 2, p. 1-16, 2015. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/rir/article/download/36291/pdf. Acesso em: 17 set. 2021.
PRÉMIOS QUIRINO DE ANIMAÇÃO IBERO-AMERICANA. Edição 2019. Vencedores. Disponível em: https://premiosquirino.org/en/winners-2019/. Acesso em: 26 jul. 2021.
REIS, C. D.; PARAÍSO, M. A. Normas de gênero em um currículo escolar: a produção dicotômica de corpos e posições de sujeito meninos-alunos. Revista Estudos Feministas, v. 22, n. 1, p. 237-256, 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ref/a/WBgywHMfD7CrPL4ZhyBdwGb/abstract/?lang=pt. Acesso em: 17 set. 2021.
RIAL, C. Antropologia e mídia: breve panorama das teorias de
comunicação. Antropologia em Primeira Mão, n. 74, 2004. Disponível em: https://apm.ufsc.br/files/2015/05/74.-carmen-midia.doc. Acesso em: 17 set 2021.
RUBIO, K.; SIMÕES, A. C. De espectadoras a protagonistas - a conquista do espaço esportivo pelas mulheres. Movimento (Esefid/Ufrgs), v. 5, n. 11, p. 50-56, 19 out. 1999.. Disponível em: https://www.seer.ufrgs.br/Movimento/article/view/2484. Acesso em: 17 set. 2021.
SANTOS, T. M. Entre pedaços de algodão e bailarinas de porcelana: a performance artística do balé clássico como performance de gênero. 2009. 95 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre/RS, 2009. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/21386/000737079.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 17 set. 2021.
SILVA, M. C.; PARAÍSO, M. A. A infância no currículo de filmes de animação: poder, governo e subjetivação dos/as infantis. Revista e-curriculum, v. 8, n. 1, p. 1-19, 2012. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum/article/view/9039. Acesso em: 22 set. 2021.
SILVA, T. T. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.
SOARES, M. C. S. O audiovisual como dispositivo de pesquisas nos/com os cotidianos das escolas. Visualidades, v. 14, n. 1, p. 80-103, 2016. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/VISUAL/article/download/43033/21572. Acesso em: 17 set. 2021.
STEINBERG, S.; KINCHELOE, J. Cultura Infantil: a construção corporativa da infância. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004.
STINSON, S. Reflexões sobre a dança e os meninos. Pro-Posições, v. 9, n. 2, p. 55-61, 1998. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8644136. Acesso em: 17 set. 2021.
WENETZ, I.; STIGGER, M. P.; MEYER, D. E. As (des)construções de gênero e sexualidade no recreio escolar. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 27, n. 1, p. 117-128, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbefe/a/pMHvx4cGnsmts8GGfVZpWjf/abstract/?lang=pt&format=html. Acesso em: 17 set. 2021.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Cadernos de Gênero e Diversidade

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Copyright (c) 2023 O autor detém os direitos autorais do texto e pode republicá-lo desde que a Cadernos de Gênero e Diversidade seja devidamente mencionada e citada como local original de publicação.
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
Para conhecer mais sobre essa licença: <https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/>.
A submissão de trabalho(s) científico(s) original(is) pelos autores, na qualidade de titulares do direito de autor do(s) texto(s) enviado(s) ao periódico, nos termos da Lei 9.610/98, implica na cessão de direitos autorais de publicação impressa e/ou digital à Cadernos de Gênero e Diversidade (CGD), do(s) artigo(s) aprovado(s) para fins da publicação, em um único número da Revista, autorizando-se, ainda, que o(s) trabalho(s) científico(s) aprovado(s) seja(m) divulgado(s) gratuitamente, sem qualquer tipo de ressarcimento a título de direitos autorais, por meio do site da Revista, para fins de leitura, impressão e/ou download do arquivo do texto, a partir da data de aceitação para fins de publicação. Portanto, os autores ao procederem a submissão do(s) artigo(s) à Revista, e, por conseguinte, a cessão gratuita dos direitos autorais relacionados ao trabalho científico enviado, têm plena ciência de que não serão remunerados pela publicação do(s) artigo(s) no periódico.
A Revista encontra-se licenciada sob uma Licença Creative Commons 4.0 Internacional, para fins de difusão do conhecimento científico, conforme indicado no sítio da publicação.
Os autores declaram expressamente concordar com os termos da presente Declaração de Direito Autoral, que se aplicará a submissão caso seja publicada por esta Revista.