Processos imersivos: a percepção cinestésica como operadora de sínteses de saberes na vida e na arte

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/rr.v1i38.46432

Palavras-chave:

Dança. Percepção. Hábitos. Empatia. Cinestesia.

Resumo

Partindo da descrição de uma experiência de imersão, vivida por uma das autoras, numa videoconferência, via plataforma Zoom - em que, por graus de envolvimento, os espaços das telas foram confundidos e misturaram-se na sua percepção - o artigo pretende provocar reflexões a respeito do papel dos hábitos perceptivos e motores, na constituição das relações com o ambiente e com os outros, tanto em contextos da vida cotidiana, como na arte. Toma-se como hipótese que habilidades sensório motoras específicas, solicitadas nas interações virtuais correntes, e, mediadas pelas plataformas em uso, ainda estão em processo de desenvolvimento e integração. Adaptação e habituação estão, portanto, em curso. À luz de contribuições da abordagem da cognição corporalizada, das ciências cognitivas, assim como da empatia estética, essa hipótese conduzirá à construção de uma argumentação que coloca em foco a centralidade da percepção cinestésica nas nossas imersões na vida, na criação e na fruição artísticas.

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Biografia do Autor

Lilian Seixas Graça Graça, UFBA - Aluna Egressa do doutorado

Lilian Graça é coreógrafa, dançarina, professora de dança e videasta. Possui graduação em Dança (Bacharelado) pela Universidade Federal da Bahia (1992), especialização em coreografia também pela UFBA (1993) e mestrado em Coreografia (Diplomarbeit) pela Escola Superior de Artes Teatrais Ernst Busch - Berlim (2000) - reconhecido pela UFBA. Doutora pelo programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas - UFBA (2019) com o projeto de pesquisa "A percepção cinestésica na videodança: reverberAÇÕES empáticas entre corpos de carne e da tela.

Atualmente tem-se ocupado, como artista-pesquisadora, em correlacionar processos de criação, empatia estética, percepção, cognição e imersão na dança e na videodança: experimentando metodologias criativas, realizando obras, ministrando oficinas, cursos, palestras e publicando textos na área.

Desde 2011 participa com diferentes obras em festivais nacionais e internacionais de videodança.

Em 2020 e 2021, participou ativamente da cena da videodança de modo online através de apresentações de suas obras em festivais e mostras além de palestras, bate papos, congressos e mesas redondas. Ministrou Curso de formação Online: Videodança – convergências e modos próprios do fazer – Premiado pela lei Aldir Blanc – Funceb-BA e Videodança campo de interação cinestésica em parceria com Casa Hoffmann em Curitiba.

Beatriz Adeodato Alves de Souza, UFBA

Professora efetiva da Escola de Dança da UFBA. Doutora em Artes Cênicas pelo Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas (PPGAC/UFBA) e membro do Grupo de Pesquisa Corpolumen: Redes de estudos de corpo, imagem e criação em Dança (UFBA). A área de concentração de suas pesquisas engloba as interações da Dança com a Educação Somática, estudos da percepção e a Prática como Pesquisa.

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Publicado

2023-01-22

Como Citar

Graça, L. S. G., & Souza, B. A. A. de. (2023). Processos imersivos: a percepção cinestésica como operadora de sínteses de saberes na vida e na arte. Repertório, 1(38). https://doi.org/10.9771/rr.v1i38.46432