O DEBATE ECONÔMICO DOS ANOS 60 EM CUBA: UM MOMENTO DO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO.

Autores

  • Carlos Alberto Barão Universidade Federal da Bahia - FACED

DOI:

https://doi.org/10.9771/gmed.v1i1.9846

Palavras-chave:

Cuba, Revolução cubana, Socialismo, Che Guevara

Resumo

A presente tese analisa o período inicial do processo revolucionário em Cuba, adotando como marcos históricos a vitória de Revolução em primeiro de janeiro de 1959 e o final do debate econômico em 1965. É apresentada brevemente uma análise do processo histórico que desemboca na Revolução, destacando-se a herança revolucionária do país constituída pelas duas guerras de independência travadas em 1868-1878 e 1895-1898. É discutida a herança intelectual e moral de José Martí e seus conceitos de imperialismo e partido revolucionário. A república mediatizada, 1901-1959, é apresentada em seus principais traços, com destaque para a construção da opção revolucionária representada por Fidel Castro, opção posteriormente engrandecida pela adesão de Che Guevara. A Revolução é apresentada em suas características e tendências gerais, com destaque para o internacionalismo na África e na América Latina. É debatido o conceito teórico de alienação, apresentando-se um conjunto representativo de posições teóricas que discutem esse tema. O debate soviético dos anos 60, que levou às reformas de A. Kossiguin, é exposto em seus traços principais, com destaque para as concepções do professor Liberman. O debate soviético, contrariamente ao cubano, restringiu-se ao aspecto “econômico” e “técnico” relativos à necessidade de aumento da produção, mas suas consequências políticas e teóricas apareceram por meio de seu espelho tropical, o debate cubano, mais rico e profundo do que o soviético. O pensamento de Mariátegui é discutido como fonte de muitas das ideias presentes no debate econômico dos anos 60 em Cuba, sobretudo por meio das intervenções de Che e, além disso, como elemento de reflexão sobre o alcance teórico e histórico do debate. A tese central reside em que o sucesso e a permanência da Revolução Cubana durante o período estudado foram determinados pela profunda valorização realizada pela direção revolucionária do elemento subjetivo e das tradições da luta de libertação do país, valorização essa complementada e possibilitada concretamente pelo processo material de construção do socialismo no país, no qual o debate econômico teve um papel de destaque. Vale dizer, o período abordado foi caracterizado como uma reforma intelectual e moral na qual se destacou a originalidade do processo nacional cubano e o processo econômico foi dirigido conscientemente como um processo social e não como um mecanismo naturalizado. As propostas de construção do socialismo presentes no debate consideraram o desenvolvimento econômico como uma base importante para a formação do homem novo, mas nunca como o principal objetivo do processo revolucionário. 

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Biografia do Autor

Carlos Alberto Barão, Universidade Federal da Bahia - FACED

Possui Bacharelado e Licenciatura em História Social pela Universidade Federal Fluminense (1997), mestrado em História pela Universidade Federal Fluminense (2000) e doutorado em História pela Universidade Federal Fluminense (2005). Suas principais áreas de atuação em História referem-se a História Contemporânea e História da América, com destaque para temas como Revolução Cubana, História da América Latina e História do Socialismo,

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Publicado

2014-03-12

Como Citar

Barão, C. A. (2014). O DEBATE ECONÔMICO DOS ANOS 60 EM CUBA: UM MOMENTO DO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO. Germinal: Marxismo E educação Em Debate, 1(1), 124. https://doi.org/10.9771/gmed.v1i1.9846

Edição

Seção

Teses e Dissertaçoes: Resumos