O RELATIVISMO DO PENSAMENTO PÓS-MODERNO COMO LEGITIMAÇÃO PARA O ENSINO RELIGIOSO NA ESCOLA PÚBLICA BRASILEIRA.
DOI:
https://doi.org/10.9771/gmed.v5i2.9717Palavras-chave:
Ensino Religioso. Pensamento Pós-Moderno. Marxismo. Materialismo Histórico. Decadência Ideológica.Resumo
A tese central defendida nesta pesquisa é a de que o relativismo pós-moderno contribui para a legitimação ideológica contemporânea do ensino religioso na escola pública, seja na vertente ecumênica seja na multiculturalista. Para sustentar essa tese e argumentar contra a presença da religião na escola pública, desenvolvemos um estudo na perspectiva do materialismo histórico-dialético, entendendo-o como um referencial teórico-metodológico indissociável da concepção marxista da história humana. Partindo dessa premissa buscamos em autores marxistas contribuições para uma análise historicizadora e crítica do fenômeno religioso. Tal análise evidenciou o caráter essencialmente alienante das religiões, bem como o caráter circunstancialmente progressista que certos movimentos religiosos podem assumir em determinados contextos históricos. Igualmente buscamos analisar o pensamento pós-moderno na perspectiva da totalidade do processo histórico e das relações entre base econômica e a superestrutura ideológica contrapondo-nos explícita e deliberadamente à fragmentação e ao subjetivismo que caracterizam esse tipo de pensamento. Tal análise mostrou que o irracionalismo pós-moderno é um terreno extremamente fértil para a proliferação das mais diversas e alienantes formas de crença religiosa. Debruçamo-nos sobre a retórica da igreja católica por ser a instituição religiosa que maior influência tem exercido em termos de pressão sobre o estado brasileiro em defesa da existência do ensino religioso nas escolas públicas. Essa análise constatou a existência de um discurso que, a despeito de suas visíveis contradições, algumas das quais indicadoras de cisões internas, tem como tendência dominante uma perspectiva de legitimação da ordem social burguesa e de animosidade por vezes bastante explícita em relação ao socialismo. Finalizando nosso percurso analítico voltamo-nos para a história do debate em torno do ensino religioso no Brasil, com ênfase para o período recente, concluindo que os defensores da presença da religião na escola pública apresentam na atualidade uma retórica que, embora não seja homogênea, tem uma tendência nítida de incorporação de argumentos pós-modernos e de princípios oriundos das pedagogias do aprender a aprender. Contra as falácias e os sofismas dessa retórica reafirmamos a necessidade da aplicação radical à escola pública do princípio da separação entre estado e religião, ou seja, defendemos que a escola pública destina-se à socialização do conhecimento científico, artístico e filosófico numa perspectiva inteiramente laica.
Palavras chave: Ensino Religioso. Pensamento Pós-Moderno. Marxismo. Materialismo Histórico. Decadência Ideológica.
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